Análise Rocket League
Jogar futebol com carrinhos de controle remoto é a nova moda dos amantes de video game. Mas afinal, a que se deve o sucesso de Rocket League? Confira nossa análise e descubra mais sobre esse jogo que mistura futebol e corrida.
Passada a febre e a euforia dos milhares de jogadores se divertindo com o jogo, finalmente me sinto à vontade para falar sobre Rocket League sem me deixar levar pelo “modismo”.
Confesso que inicialmente não vi “muita graça” em Rocket League, joguei diversas partidas contra a inteligência artificial, leia-se bots, e não me convencia como aquela experiência poderia ser minimamente divertida e nem porque tanta gente estava comentando sobre o jogo.
Eu faço o perfil de quem sempre tenta ver o lado bom da história, que dá crédito mesmo ao mais grotesco dos erros, acreditando que tudo acontece por um motivo. Com jogos não é diferente, mas infelizmente eu não tive esse sentimento com Rocket League, não de cara.
Lançado no dia 7 de Julho de 2015 no PC e no PlayStation 4, o jogo foi desenvolvido pela Psyonix e trás como principal atrativo jogar futebol de uma maneira muito inusitada. Ao invés de um campo, temos uma arena cercada por grades invisíveis “de vidro” até o teto, e no lugar os 11 jogadores, guiamos um carrinho de controle remoto.
As partidas podem ser disputadas inicialmente entre dois jogadores (1×1) e em até oito jogadores, sendo quatro de cada lado (4×4), os carros podem ser controlados pela inteligência artificial ou outros jogadores em rede local ou na internet.
Em Rocket League não existe falta, penalidades e/ou cartões, prevalece aqui o instinto básico de tirar o seu adversário do caminho e guiar a bola ao gol. Diferente da maioria, por mais inovadora que essa ideia pareça, ela já foi colocada em prática no passado.
Rocket League é a evolução de outro jogo d mesmo estilo desenvolvido também pela Psyonix, o Supersonic Acrobatic Rocket-Powered Battle-Cars. Pois é, nesse jogo de nome bem comprido a Psyonix tentou programar as mesmas mecânicas de Rocket League, porém pela falta de experiência da época, o resultado foi um jogo cheio de bugs e com uma mecânica travada que nada agradou.
Supersonic Acrobatic Rocket-Powered Battle-Cars acabou ficando nas sombras, muita gente sequer ficou sabendo do seu lançamento (estou nesse grupo). Por outro lado, quem comprou o jogo entendeu o potencial por trás daquela divertida ideia e muitos jogadores enviaram feedback à Psyonix, que de forma inteligente recebeu e deu a atenção devida a todos.
O resultado desses feedback e do bom trabalho da empresa veio esse ano com Rocket League. Não são todas as empresas que adotam essa postura humilde de assumir suas falhas e levar em consideração todas as críticas e sugestões vindas dos seus clientes. Talvez isso, seja um dos fatores que contribuiu para a fácil adoção do jogo. Além disso, é claro, o fato de Rocket League ter sido distribuído na PlayStation Plus de Julho tornou o acesso ao mesmo muito mais prático, pela menos na plataforma dos sonystas.
E falando em mecânica, Rocket League tem um ritmo bem frenético, os carros estão sempre em alta velocidade, ainda assim, podemos aumentar ainda mais essa velocidade. Em determinadas áreas do campo existem luzes que recarregam a nossa barra de nitro e nos permitem alcançar velocidades maiores por um tempo.
Com o nitro, podemos além de chegar mais rápido na bola, aplicar alguns efeitos na mesma, além de andar pelas paredes devido à alta velocidade e, caso nosso carro colidir com algum jogador do time adversário, este explode. O jogo não nos informa isso, mas existem algumas diferenças nas características dos carros, sendo alguns mais rápidos e fáceis de controlar.
E já que estamos falando dos carros, esse é um dos chamativos do jogo, que nos dá dez modelos diferentes à escolha e um secreto. Como eu comentei cada um possui características diferentes sobre velocidade e controle, existem também diversos itens cosméticos para personalizar seu carro. Os itens variam entre tipo de pintura e cor do carro, pneus, chapéu, antena e adesivagem.
Conforme jogamos com um determinado carro, ganhamos pontos e liberamos novos itens. Existem também bandeiras de países e logos de ligas e clubes personalizados.
São tantas combinações de personalização do seu carro quanto você pode imaginar. Você pode tentar seguir uma temática específica como pintar seu carro de verde, usar um sombrero e uma bandeira do México como antena, ou então combinar elementos de diferentes temáticas, o importante é ficar do seu agrado e se divertir.
Os gráficos do jogo são bonitos, não podemos esperar “super hyper mega gráficos de nova geração” em um jogo dessa temática, mas Rocket League com certeza não decepciona. Os efeitos sonoros também não possuem nada de especial, mas casam bem com a dinâmica do jogo.
Rocket League flui bem na nova geração e não possui nenhum tipo de limitação no PC é claro, os comandos são simples e respondem bem seja no joystick do seu console ou no teclado do seu PC. No PC existem ainda suporte a controles de terceiros.
De cara, Rocket League parece ser um jogo simples com uma temática estranha, e na verdade, talvez seja isso mesmo. Entendo agora que essa simplicidade torna o jogo exatamente o que ele deve ser, aquele tipo de jogo pra você reunir três ou quatro amigos em casa ou mesmo online e sem perceber passar duas ou três horas jogando e dando risada.
Recentemente, uma atualização gratuita adicionou um novo estádio ao jogo, e uma DLC paga adicionou novos efeitos de nitro, cores e dois novos modelos de carro. A vida útil do jogo parece estar diretamente ligada ao engajamento dos jogadores, sem a necessidade de expansões uma vez que o foco de Rocket League é em partidas “avulsas” ou jogos em temporada, eliminando um modo campanha ou coisa parecida.
O jogo está atualmente disponível no PC e no PlayStation 4, e existem planos de uma integração entre as plataformas, além disso, a Psyonix já sinalizou uma vontade de publicar o jogo também em outras plataformas.