Análise Deus Ex: Mankind Divided
Deus Ex: Mankind Divided é o mais recém título da série e novamente te coloca no controle de Adam Jensen, que com seus aparatos de alta tecnologia deve concluir missões de infiltração e em alguns momentos combater poderosos inimigos.
Eu tenho uma missão e ela é relativamente simples: Preciso descobrir algumas informações sigilosas que estão numa mensagem de e-mail alheia. Para isso, é claro, eu vou precisar passar por algumas dezenas de inimigos fortemente armados e entrar em áreas até então secretas e inacessíveis a mim de uma instalação guardada por um sistema de segurança avançado que torna todo o lugar praticamente impenetrável.
Para atingir meu objetivo, eu tenho duas principais maneiras de agir: Eu posso hackear cada computador, invadir cada circuito, passar por dentro de cada tubulação de ar e me esconder por trás de todo objeto para fazer uma invasão acima de qualquer suspeita sem que ninguém sequer perceba a minha presença.
Por outro lado, eu também posso chutar o balde e disparar uma saraivada de tiros em todas as direções, explodir portas, sair correndo, arremessar objetos a torto e a direito e entrar em todos os ambientes pela porta da frente. Qual caminho escolher fica completamente a meu critério.
A possibilidade de escolha é o que traz todo o diferencial a Deus Ex: Mankind Divided, RPG de ação em primeira pessoa lançado pela Square Enix e desenvolvido pela Eidos para PlayStation 4, Xbox One e PC. O título te coloca mais uma vez no papel de Adam Jensen, outrora soldado da SWAT que teve boa parte de seu organismo substituído por nanomáquinas que lhe dão algumas habilidades especiais. Isso o torna um dos chamados aumentados — tratados muitas vezes pelos humanos puros como criaturas merecedoras de ódio e isolamento — uma espécie de apartheid cyberpunk.
Eu também posso chutar o balde e disparar uma saraivada de tiros em todas as direções!
Na contramão de uma tendência bastante discutível, Mankind Divided não se trata de um RPG Freeroam — isto é: O jogo tem um enredo bem definido e você não tem muita possibilidade de se desviar da campanha principal. Mesmo assim, é pouco provável que a experiência seja a mesma para todos os jogadores, dado que existem vários caminhos, setups e possibilidades diferentes para alcançar os objetivos, como citado anteriormente.
No que diz respeito à jogabilidade, o que havia de melhor na série foi mantido: Se você jogou Human Revolution, o jogo anterior da franquia, você irá encontrar muitos dos velhos recursos que estiveram disponíveis novamente por aqui. Habilidades especiais e modificação em armas são exemplos de artifícios utilizados para dar ainda mais liberdade ao personagem para optar por utilizar seus próprios métodos para vencer os desafios propostos.
Não apenas pelo gráfico bacana, mas também pela ambientação, é inegável: O visual do jogo merece destaque. Os cenários do jogo são todos muitíssimo bem trabalhados, com um belo nível de detalhes e uma atmosfera bastante envolvente, com uma temática cyberpunk que irá levar os fãs do estilo à loucura. Talvez tamanha riqueza na ambientação da cidade tenha um preço: Em alguns momentos de maior densidade de elementos na tela, a taxa de quadros do jogo acaba sofrendo uma ligeira queda. Não se trata de uma queixa frequente, mas é perceptível.
Ainda sobre o visual, o excesso de saturação que por vezes era notado em seu antecessor foi corrigido, resultando numa paleta de cores bastante agradável aos olhos e bastante coerente com a experiência proposta. Aliando isso ao potencial gráfico dos PCs e consoles atuais, temos um título com um belíssimo visual e um cenário deveras cativante.
Em termos de jogabilidade, o jogador está bem servido: Os bons mecanismos anteriormente presentes continuam por aqui. É possível adicionar e modificar atributos nas armas e interagir com diversos elementos do cenário, manipulando, arremessando e empurrando objetos. Além disso, o novo sistema de cover é excelente: Ao entrar em alguma cobertura, o jogo se transforma num visual de terceira pessoa, gerando a possibilidade de uma visão mais ampla do cenário. A partir dali, basta escolher com cautela suas próximas ações — e isso é um tanto primordial, em especial, para os que optam por adotar uma postura stealth durante a campanha.
Se poucos tinham grandes ressalvas ao falar de Deus Ex: Human Revolution, título anterior da série lançado em 2011 para a geração anterior, ainda menos irão criticar Mankind Divided. Isso porque todos os pequenos erros foram consertados e os pontos positivos permanecem: Temos um título com bons gráficos, um enredo envolvente, uma jogabilidade confortável e várias possibilidades a serem exploradas.
O enredo do novo título é tão envolvente quanto o do primeiro, dessa vez com uma abordagem mais pessoal. É difícil encontrar grandes defeitos em Deus Ex: Mankind Divided: Alguns lags e travamentos poderão ocorrer — ao menos na versão de PlayStation 4, que testamos — e os loadings são um pouco demorados. Um pequeno incômodo que passa quase insignificante frente a um excelente título.
Deus Ex: Mankind Divided foi lançado no PC, PlayStation 4 e Xbox One. Análise feita a partir de uma cópia da versão PS4 cedida pela assessoria de imprensa da Square Enix.