Análise Resident Evil 7 – Biohazard
Série retorna com jogo que tenta buscar o terror dos primeiros jogos mudando totalmente a mecânica de jogo em relação a seus antecessores e trazendo história mais sombria, confira nossa análise de Resident Evil 7.
Nos últimos anos, qualquer lançamento relacionado a Resident Evil, vem acompanhado de muita controvérsia. Seja nos jogos ou nos filmes cada vez piores, os fãs sentiam falta do terror e suspense dos primórdios da franquia, que a partir de Resident Evil 4, passou a ter foco na ação frenética.
O jogo possui uma mecânica que, digamos, é inspirado em vários sucessos recentes do gênero. A câmera em terceira pessoa foi substituída pela primeira pessoa. A ação dos últimos jogos foi substituído por um jogo que transmite muito mais agonia e medo. Os cenários possuem um ar decadente e obscuro, com um “ar anos 90”. A história se passa vários anos após Resident Evil 6.
Uma nova família
O jogo começa com Ethan vendo dois vídeos de sua esposa Mia. No primeiro, ela está muito bem. No segundo ela se mostra alterada e pede para ele não procura-la. Mia está desaparecida a 3 anos e Ethan tem uma pista dela, uma casa na Pensilvânia. Ao chegar na casa, Ethan encontra Mia em uma cela.
Ela, mostra-se confusa e tenta leva-lo para fora da casa. Entretanto, ela o ataca e Ethan se vê obrigado a revidar, após a batalha com Mia, surge o personagem que será o seu pesadelo: Jack Baker, lhe dando as boas vindas – “Bem vindo a família, filho”.
Cada personagem da família tem uma personalidade e habilidade única. Jack é imparável e assustador. Margueritte é ágil e controla os insetos da mansão. Lucas é inteligente, é o pedacinho dos “Jogos Mortais” no jogo. Ambos possuem uma dublagem perfeita. As batalhas com eles também são diferentes entre si, respeitando bem a característica individual das personagens.
A história se desenrola em torno da família Baker: Margeritte, Lucas e Jack. Durante o jogo, você receberá telefonemas de uma mulher chamada Zoe, que sempre indica qual o próximo passo a ser seguido.
Os inimigos espalhados pela casa, são os “mofados”, pessoas infectadas por um fungo, que lhe dá super força e um aspecto de mofo, de onde vem o nome. Apesar de resistentes, eles são em geral lentos e burros, desistem facilmente de perseguir. Os mofados não possuem muita variação e em momentos que são os únicos inimigos, acabam tornando a experiência maçante.
Vai e vem
O jogo tem momentos bem difíceis, principalmente os combates principais. Os inimigos não morrem facilmente. Em vários momentos, é melhor optar por fugir do combate para evitar uso desnecessário de suprimentos.
Inclusive este é um ponto que havia nos primeiros jogos que voltam: a mochila e a necessidade de carregar somente o necessário. Os itens que não couberem na mochila, você pode guardar em baús espalhados pela casa, em geral ao lado de um gravador de fitas cassetes, responsável pelo salvamento do progresso. É comum ficar perdido sem saber para onde ir. Você irá passar várias vezes pelo mesmo cenário, principalmente se tentar obter 100% do jogo.
É possível unir itens para formar suplementos (que aguça os sentidos, permitindo visualizar itens no cenário por um tempo), munição, primeiros socorros e combustível inflamável. O arsenal do jogo não é muito extenso, mas é bem variado: faca, pistolas, espingarda, lança-chamas (!), lança-granadas, metralhadora, motosserra e bombas de controle remoto. Algumas armas são desbloqueadas no decorrer do jogo. Outras podem ser obtidas em algumas salas seguras. Elas ficam dentro de gaiolas e são obtidas com moedas escondidas no cenário.
Explore ao máximo
Para total compreensão da história, é necessário ler todos os documentos e alguns itens como fotos, quadros e estátuas, que inclusive, são a sutil ligação entre o seu predecessor Resident Evil 6. Existem fotos que ligam pontos da casa a tesouros escondidos. É necessário exploração dos locais, objetos e solução de alguns puzzles para encontra-los.
As fitas de VHS espalhadas pela casa, são a melhor forma de entender os ocorridos do passado. Nas fitas, você joga como Mia e o cameraman Clancy. A última fita é opcional dependendo do final da história. Aliás o jogo possui dois fins: um bom e um ruim. O ruim é mais curto, enquanto o bom, além da fita extra, proporciona mais uma fase que detalha mais os acontecimentos do passado.
Veredito
Resident Evil 7 foi bem recebido pela crítica (PC, PS4, Xbox One) e é sucesso de vendas. Entretanto, recebeu duras críticas de muitos fãs, por não ter nenhum personagem clássico e pela mudança de mecânica do jogo. O jogo pode durar em média entre 6 a 10 horas (há relatos de duas horas de jogo). O fato do jogo não ser muito longo, ajudam a não enjoar ou desistir do jogo (algo que aconteceu comigo em Alien: Isolation). É possível utilizar óculos VR que aumenta sensivelmente a imersão (veja o vídeo abaixo).
Presenciei poucos bugs, em geral, relacionados a inimigos atravessando portas ou objetos. Mas um, em particular me irritou muito: o jogo simplesmente não fechava no meu PC! Ao sair pelo menu o jogo congelava. E eu precisava reiniciar o PC. Toda vez eu precisei sair manualmente utilizando Alt+Tab.
Resident Evil 7 é disruptivo com o que já havia sido lançado anteriormente, bem como foi RE 4 para sua época. A forte inspiração em outros jogos (Outlast, Amnesia, Alien: Isolation, The Last of Us, P.T.) faz com que Resident Evil não seja muito original e muito distante de seus antecessores. Entretanto, não fazem do jogo ruim, muito pelo contrário, a história é bem contada, principalmente quando Mia aparece.
É preciso desprendimento com o passado da franquia e focar apenas tentar se divertir com o jogo. A ausência de trilha sonora faz você entrar no clima do jogo. Ele é imersivo, assustador. A família Baker é sensacional e dão a sensação de que você nunca está sozinho. A Capcom acertou em dar uma nova cara a Resident Evil. A franquia precisava respirar novos ares.
Resident Evil 7 foi lançado no PC, PlayStation 4 e Xbox One. Análise feita a partir de uma cópia da versão PC cedida pela assessoria de imprensa da Capcom.