Análise Katana Zero (Nintendo Switch)
Desenvolvido pela Askiisoft e publicado pela Devolver Digital, Katana Zero é um jogo de ação em 2D desafiador na medida certa.
Desenvolvido pela Askiisoft e publicado pela Devolver Digital, Katana Zero é um jogo de ação em 2D desafiador na medida certa. Com ótimo enredo e ambientação que flerta com o neo-noir, você vai colocar seus reflexos à prova em um jogo super estiloso que parece misturar de Kill Bill com Hotline Miami!
“Após um planejamento cuidados, calculando friamente dezenas de possibilidades, Dragão inicia seu ataque. Desvia dos tiros de shotgun, passa pelo feixe de lasers e, após derrubar o primeiro oponente, observa que mais dois seguranças saíam de uma porta no meio da sala. Um cutelo é rapidamente arremessado na face de um deles, deixando o outro vulnerável para um ataque que não dura mais que um piscar de olhos”.
A sensação de ser um exímio lutador, uma mistura de Beatrix Kiddo (Kill Bill) com John Wick (De Volta ao Jogo) permeia toda a ação de Katana Zero. Não se engane pelos belos gráficos pixelados: tudo é frenético e com muita violência (linguagem é adulta e mostra o uso de drogas).
A jogabilidade é simples: controlando “Dragão”, um mercenário ninja, devemos ultrapassar os obstáculos até encontrar o nosso alvo e assassiná-lo, dentro de um limite de tempo. Pode-se avançar contra os adversários, golpeando-os com a Katana e usar armas distribuídas pelas fases, arremessando-as. Todos os inimigos morrem com apenas um golpe, assim como o protagonista (tal como em Hotline Miami). Ao sermos derrotados, o jogo retoma imediatamente ao começo da fase, criando um ciclo de jogo rápido e difícil de enjoar.
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— tiagohardco (@tiagohardco) May 8, 2019
Existe uma metalinguagem na apresentação das fases por meio de fitas de videocassete (relacionada com a história), que são divididas em telas com inimigos que devem ser derrotados para que possamos avançar à próxima e assim sucessivamente até encontrarmos o alvo que deve ser assassinado, de preferência, sem muitos questionamentos.
As fases são verdadeiros quebra-cabeças, onde devemos encontrar a melhor solução para avançar em meio aos mais variados obstáculos. Felizmente, Dragão também possui a habilidade de se esquivar de tiros e até devolvê-los com sua Katana, além de desacelerar o tempo, possibilitando ataques planejados e precisos.
Grande parte do apelo de Katana Zero está nas belas fases, sempre mais criativas que a anterior e a narrativa intrigante e cheia de mistérios. Dragão desconhece seu passado e tem pesadelos recorrentes com um assassino misterioso presente em sua infância. Tudo se desenvolve na medida certa para nos manter interessados enquanto dilaceramos os inimigos das mais variadas formas possíveis. Através dos diálogos podemos conhecer melhor a personalidade do protagonista e moldá-la em um sistema singelo de roleplay. Katana Zero permite, inclusive, não dar atenção para os demais personagens, interrompendo a conversa logo no início pois “sem tempo, irmão”.
O jogo tem seus pontos altos nas batalhas contra os chefes de fase que ocorrem próximas da metade da campanha. Reflexos são testados e devemos gerenciar bem os recursos à nossa disposição como esquiva e a desaceleração do tempo. Embora Dragão pareça ser imbatível, a conversa muda quando encontra um adversário à altura. Tais desafios fazem com que a campanha de Katana Zero se desenvolva de maneira crescente o tempo todo, sem deixar a ação esfriar, mantendo o jogador no limite, no melhor sentido.
Com uma excelente trilha synthwave, ótimos graficos, ciclos de jogo rápidos e divertidos, bons diálogos e excelente história (com um final surpreendente), Katana Zero é um jogo obrigatório e uma excelente adição aos jogos indies de 2019!
Katana Zero está disponível para Nintendo Switch, PC e Mac. A análise foi realizada com uma cópia do jogo para Nintendo Switch, fornecida pela Devolver Digital.