Análise Red Faction Guerrilla Re-mars-tered (PlayStation 4)
A Facção Vermelha retorna aos holofotes mais ameaçadora do que nunca nesta remasterização do Red Faction Gerrilla para os consoles da geração atual.
Não deixa de ser curioso, agora que grandes títulos da geração passada já foram quase todos remasterizados ou refeitos completamente, como é o caso de Shadow of The Colossus, que essa sessão particular de títulos continue a ser incrementada por jogos que não fizeram tanto barulho naquela época. É aqui que se encaixa Red Faction Guerrilla Re-mars-tered, um lançamento da THQ Nordic que traz ao jogador atual a experiência de ser um terrorista no Planeta Vermelho.
Mars, Bringer of War
Em Red Faction Guerrilla (vou chamar só assim daqui pra frente) jogamos com Alec Mason, um engenheiro de minas que foi a Marte atrás de trabalho, a convite do seu irmão. Antes um planeta livre, Marte agora é uma espécie de regime em constante vigilância e que impõe trabalhos forçados aos moradores do planeta. A única resistência a esse regime é a Facção Vermelha, grupo dissidente que sabota os planos da Força de Defesa Terrestre (EDF) cujos planos são controlar todos os recursos naturais do nosso planeta vizinho.
O jogo não explica muito bem como é possível que Marte agora seja habitável, talvez isso esteja no jogo anterior a este, talvez não, mas isso pouco importa. A gravidade parece não ser tão forte quanto na Terra já que é possível saltar mais alto que o normal e exceto por isso, a atmosfera de Marte parece não fazer qualquer diferença no jogador ou na física dos veículos e outros NPCs. Como Red Faction Guerrilla é um jogo de mundo aberto, passamos bastante tempo rodando por estradas e desertos para cumprir missões de sabotagem, resgate de guerrilheiros e destruição de propriedades da EDF. A parte ruim dessa exploração é que o planeta parece um lugar um pouco monótono com várias estradas cercadas por montanhas monocromáticas graças à mineração e a parte boa é que os veículos utilizados são incríveis!
A maioria dos veículos que utilizamos no jogo são de carga ou blindados e como temos estruturas completamente destrutíveis, o resultado só pode ser um festival de explosões e demolições pelo caminho. Fora dos veículos, a destruição das estruturas é um dos principais atrativos do jogo e não tinha como ser diferente, já que a arma primária do Mason é uma super marreta!
Com a marreta (mas não apenas com ela) destruímos prédios, torres, pontes, barricadas, e tudo mais que puder ser acertado para coletar sucata que servirá como moeda de troca por novas armas e melhorias e apesar da interface do jogo ser bastante datada, o que é esperado pra um jogo lançado há 10 anos, tudo flui muito bem após algumas horas de jogo. Atirar se torna mais satisfatório assim como usar as bombas que grudam nas superfícies pra demolir prédios e eliminar inimigos. Para mim, a tarefa mais prazerosa do jogo é dirigir pelo mapa intrincado de Marte – podem dar um novo Biker Mice pra THQ produzir!
O mapa do planeta é bastante extenso e está dividido em regiões, que serão desbloqueadas conforme as ações da Red Faction forem enfraquecendo a EDF na área. Essas áreas vão apresentar vários tipos de missões que darão pontos pra Facção Vermelha: destruir propriedades da EDF, resgatar guerrilheiros presos, etc. A dificuldade das missões aumenta conforme o jogo avança e daí vem muito a calhar que estejamos preparados e com bons equipamentos, do contrário, a tela de loading vai ser companhia constantes.
Breaking The Law
Sair pelas estradas marcianas tocando o terror é sua atividade primária aqui. Jogamos do lado dos dissidentes e fortalecemos a Red Faction por meio de atos terroristas de maneira similar ao que fazemos em Ghost Recon Wildlands quando sabotamos o exército oficial boliviano e desviamos recursos para a guerrilha local, então é impossível não lembrar de outros jogos que nos colocam em dúvida sobre a moralidade do lado ao qual nos aliamos durante a campanha como o celebrado Spec Ops: The Line e até The Last of Us. Só essa linha borrada entre certo e errado já insere relevância ao produto que é essa remasterização do Red Faction Guerrilla.
Recomendo muito esse jogo pra quem já era fã dessa série, pois o trabalho de atualização gráfica foi muito bem feito e também pra quem gosta de histórias com fundo político já que aqui a trama engrandece o que poderia ser apenas mais um jogo de ação em meio a tantos outros.