Análise It Came From Space And Ate Our Brains (Nintendo Switch)
It Came From Space And Ate Our Brains é um twin-stick shooter arcade divertido com mais desafio do que aparenta ter à primeira vista.
Quando coloquei It Came From Space And Ate Our Brains pra rodar imaginei que seria um jogo genérico que se valeria do visual neon para criar efeitos legais mas que o jogo seria esquecível. Com um visual que lembra Boxhead – jogo em flash do início da década passada e jogabilidade que empresta elementos de outros twin-stick shooters como a evolução das armas de Dead Nation, “It Came From Space” é divertido e desafiador, principalmente se jogado com mais de uma pessoa.
Alô, Alô, Marciano
Começamos da maneira mais ineficiente possível com uma pistola fraquíssima. O objetivo é acumular mortes a fim de juntar dinheiro para obter uma nova arma ou melhorar a que estamos usando sendo que são seis armas no total com quatro melhorias em cada uma, obedecendo a um padrão interessante: quanto melhor for a arma, mais cara serão as melhorias. Atirar é muito simples já que não há necessidade de recarregar munições como em outros jogos e ao mirar, nosso personagem tem o auxílio de uma lanterna.
O interessante do uso da lanterna é que o cenário não é apenas escuro mas também cinza, como um modelo 3D sem qualquer textura para acentuar o visual dos feixes e outros efeitos de luz, dos tiros e dos inimigos que são bonecos cor-de-rosa carismáticos e ameaçadores. Alguns deles possuem pequenas habilidades como se deslocar lateralmente quando levam tiro e todos se beneficiam dos espaços escuros na tela para atacar o jogador, que começa com três pontos de vida (corações no canto superior da tela) e pode conseguir um ponto adicional se encontrar um item de cura nas caixas espalhadas pelo cenário.
A dinâmica é simples: avance pela fase, derrote os alienígenas e destranque abrigos que funcionam como checkpoints até encontrar o ovo alien, de onde saem as criaturas. O desafio é conseguir chegar lá passando pelas hordas cada vez mais numerosas mesmo no nível normal de dificuldade.
You Ain’t Alone
Um dos grandes benefícios do mini console da Nintendo é poder ter logo de cara, jogar com dois controles – mas não joguei com os Joy-con desencaixados, então não posso dizer se é o melhor modo – e não deve ser difícil pra ninguém acreditar que o jogo brilha quando jogamos em co-op. O que parecia ser um joguinho com bonecos quadrados e poucas cores virou uma loucura colorida já que só consegui avançar pelas fases quando recebi a ajuda da minha esposa no segundo controle.
Poder avançar pelas fases revelou detalhes divertidos na composição dos cenários que acabam usando o tom monocromático como recurso visual e fez surgir a necessidade de adotarmos estratégias para conseguir avançar entre as salas seguras. Por exemplo, só é possível equipar um item por vez e não é possível trocar sem gastar o que estivermos equipados no momento então é necessário que a dupla (ou o quarteto) combine muito bem quando usar itens de cura e outros power-ups utilitários, como escudos ou armas especiais.
Além dessa estratégia, também dá pra utilizar o sistema de respawn do jogo a nosso favor, já que um companheiro ou companheira revividos sempre retornam ao jogo com três pontos de vida. Talvez os personagens pudessem ter traços mais distintos que acrescentasse um pouco de carisma a eles, mas o foco (e o orçamento, sem dúvida) foi todo colocado no design dos monstros e da jogabilidade. Funcionou muito bem, pelo que eu pude perceber.
Loving The Alien
Adoro quando um jogo me surpreende de maneira positiva e o carisma e estilo artístico de “It Came From Space” conseguiram fazer isso entregando jogabilidade satisfatória, com desafio e mais importante, o jogo me deu liberdade para avançar por ele do jeito que eu quisesse sem impor fases para apenas um jogador ou equipamentos que possuem inconveniências arbitrárias algo que Contra Rogue Corps, por exemplo, não fez, com suas armas que “esquentam” e o co-op liberado apenas em certas situações. Além da campanha, o jogo ainda conta com um modo sobrevivência, ótimo pra aumentar ainda mais a longevidade do jogo.
Se você quer apresentar o gênero twin-stick shooter para algum iniciante, ou mesmo se divertir com alguém sem qualquer intimidade com videogames, “It Came From Space and Ate Our Brains” é mais do que recomendado.
A análise do jogo foi escrita com base em uma cópia do jogo fornecida pela desenvolvedora do jogo.