Análise Star Wars Jedi Knight: Jedi Academy (PlayStation 4)
Star Wars Jedi Academy é um remake do jogo clássico para computador e dá ao jogador a possibilidade de ser um dos alunos de Kyle Katarn e Luke Skywalker.
Quando a Aspyr anunciou o remake do Jedi Outcast em uma Nintendo Direct do ano passado, não demoraria muito para recebermos a confirmação de que a sequência direta daquele jogo, Jedi Knight: Jedi Academy também seria trazida aos consoles modernos. O resultado desse segundo revival é tão bom quanto o anterior (leia a análise do Jedi Outcast) com algumas ressalvas.
Neon Knights
Jaden Korr é um dos jovens que possui conexão com a força selecionados para a Academia Jedi. Seu talento é claramente mais desenvolvido que o dos demais aprendizes – ele construiu seu próprio sabre de luz – a ponto de criar uma pequena rivalidade com seu colega de classe, Rosh. Essa é a premissa apresentada pelo jogo que não precisa gastar tempo criando um arco de regresso como o do jogo anterior e por isso coloca o jogador na pele de um Padawan logo de cara. A principal diferença é que Jaden por ser um estudante, irá cumprir missões designadas pelos seus mestres e será avaliado e supervisionado por eles. Na prática, Jedi Academy deixa o jogador um pouco mais livre para escolher como progredir e como desenvolver seu personagem, incluídos os poderes específicos da força. Qualquer poder, até mesmo os do lado sombrio.
Quase tudo em Jedi Academy é pensado para que o jogador se sinta na presença dos seus ídolos já que exceto pelo nome e história de Jaden, tudo pode ser customizado: aparência, poderes, voz, gênero e sabres de luz irão ser como o jogador preferir. Um bom agrado aos fãs da franquia mais popular da galáxia distante que têm com Luke Skywalker, Kyle Katarn e cia uma relação que lembra a do Raiden e Solid Snake no Metal Gear Solid 2, mas sem as kojimices. Ver os heróis da saga espacial continua sendo super empolgante e divertido e ainda que a dupla de novatos não tenha tanto carisma quanto os veteranos, a jogabilidade e aventura compensam.
Os pequenos problemas de design apontados no Jedi Outcast ainda permanecem, afinal são remakes de jogos do início do século que seguiam outros parâmetros mas esse contraste de geração não é suficiente para estragar a experiência. Há uma diferença sutil em como Jedi Academy lida com a câmera, no entanto. Outcast permitia a troca de câmera entre primeira e terceira pessoa a qualquer hora e Jedi Academy define primeira pessoa para armas e terceira para o sabre de Luz, o que eu penso ser uma decisão honesta que não melhora tampouco atrapalha a experiência. As fases dão a impressão de serem mais curtas do que em Outcast, o que pode ser explicado pelo fato de que Jaden é Rosh são aprendizes, pelo que menos no início e se você não jogou essa história em 2003, acredite, não vai querer saber nada do que acontece mais pra frente.
Antes de cada missão o jogador terá um texto e uma explicação sobre a tarefa a ser desempenhada e é uma pena, porém compreensível que tudo esteja dublado e legendado em inglês. Poderemos escolher quais equipamentos levar para a missão e algumas delas irão apresentar uma cutscene em vídeo pré renderizado que lembro de ser lindo na época e que é literalmente que tem para hoje. Esses clipes não seriam um problema caso não exigissem que o software reduza a resolução da tela ou caso a engine fosse capaz de retornar para o tamanho original. Sempre que uma cutscene toca, a tela da missão aparece com as quatro bordas cinzas e uma menor área de jogo. Não é o fim do mundo mas acontece todas as vezes. Mas como tudo tem um lado bom, dessa vez a desenvolvedora não esqueceu a opção de inverter o eixo y da câmera.
O som do jogo é tudo o que se pode esperar de um produto derivado de Star Wars: sabres de luz, tiros de laser e muita música orquestrada. Não tem como errar com o som em Star Wars. Maravilhoso!
Rebel Rebel
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— Diego Matias (@DiegoMatias) April 18, 2020
Jedi Academy possui além da campanha, um componente multiplayer acessado na tela inicial, bem no canto inferior dela (os menus também envelheceram) em que podemos criar um novo Jedi ou usar personagens pré-existentes e cair na porrada contra outros adeptos da Força. Há vários modos disponíveis que envolvem correr por cenários do jogo uns atrás dos outros exibindo sabres coloridos e dando pulos acrobáticos. É impressionante como o jogo conseguiu capturar o combate cheio de giros e piruetas exibido nos Episódio I e II e deixar tudo disponível para o jogador executar com relativa facilidade. Derrotar os outros Jedi e Sith no modo multiplayer não é tão fácil, a câmera pode atrapalhar um bocado durante as acrobacias mas a experiência é gratificante a ponto de não ser incomum ver jogadores parados apenas observando um duelo logo à frente, entre duas outras pessoas.
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— Diego Matias (@DiegoMatias) April 10, 2020
Depois do Começo
Star Wars Jedi Academy e Outcast são História. Não dá pra dizer que eles foram responsáveis por popularizar algo que já era gigante mas deram aos fãs da Guerra nas Estrelas a chance de viver aventuras ao lado dos maiores Mestres Jedi já vistos. Quando esse jogo foi lançado, um tempo anterior aos MMORPG, era bastante comum haver servidores dedicados apenas ao roleplay com personagens Jedi que não se enfrentavam mas disfrutavam o prazer de viver naquela galáxia digital. Poder experimentar Jedi Academy hoje, num console moderno, é um presente que só a tecnologia poderia ser capaz de conceber. Se você é fã do que veio depois, dos Battlefront clássicos a Force Unleashed e Fallen Order, faça um favor à sua coleção e acrescente mais esse. Recomendadíssimo.