Análise Heavy Metal Machines (PlayStation 5)
Heavy Metal Machines é um jogo gratuito de combate com carros que mistura influências e gêneros em disputas divertidas ao som de muita música pesada.
Heavy Metal Machines chegou ao PlayStation 4 e 5 e não faz questão alguma de esconder suas influências. Ao início das partidas, a voz de Larry Huffman, conhecida por absolutamente todo jogador de videogames na época dos 16 bits, anuncia: “A arena está pronta… Desce a bandeira verde!”, um grito que instantaneamente coloca um sorriso na cara dos fãs veteranos de Rock n’ Roll Racing e que pode até enganar quem estiver desatento já que Heavy Metal Machines não se trata de um jogo de corrida, mas de… futebol? Tá, não é exatamente futebol mas uma batalha entre veículos em que aquele que marcar 3 pontos primeiro vence.
Um jogo simples, divertido e empolgante que finalmente chega aos consoles daSony e Microsoft pela desenvolvedora brasileira Hoplon.
Let The Carnage Begin!
Lançado em 2018 na Steam, Heavy Metal Machines chegou aos consoles no último dia 23 de fevereiro e coloca dois times de 4 jogadores para se enfrentar em uma das duas três arenas disponíveis até o momento (Metal God Arena, Temple of Sacrifice e Cursed Necropolis). Confesso que estranhei muito os controles de início, especialmente porque não existe um botão de aceleração como nos clássicos Rock n’ Roll Racing e Biker Mice From Mars. Em vez disso, creio que para ajudar na acessibilidade, a simples movimentação do analógico esquerdo acelera o veículo para qualquer direção. O ideal seria poder trocar entre estilos de direção, eu penso, já que, por exemplo, existe um botão de freio/marcha ré que eu não me vejo usando nunca e que poderia ser usado para outra função.
A premissa é super simples e já vimos ela em vários jogos recentes: escolhemos um herói (aqui é um carrinho) com habilidades únicas e vamos para o campo de batalha impedir que o adversário marque pontos e fazer de tudo para levar a bomba até o campo de defesa inimigo e para isso, vale tudo.
As máquinas são equipadas com 4 habilidades de ataque ou defesa que ficam à nossa disposição para tocar o terror na arena. Mesmo sendo bem simples, aprender a habilidade das Heavy Metal Machines pode ser um pouco confuso de início então, o mais indicado pelo que eu pude experimentar é escolher um piloto por várias partidas e ler a descrição das habilidades dele antes das disputas para poder testar todas durante a partida da maneira mais funcional possível e evitar o erro que aconteceu comigo de usar um poder de cura imaginando que fosse ofensivo.
Temos 3 classes de veículos: Transporter – o mais adequado para levar a bomba, Interceptor – o responsável por combater os adversários e Support – capaz de consertar o escudo dos aliados; e o equilíbrio entre a escolha dos personagens na equipe será crucial para a vitória ou derrota do time na arena.
Um time com 4 máquinas rápidas pode ter vantagem na hora de deixar os perseguidores para trás mas como precisa seguir o traçado da arena – daqui a pouco falo mais sobre isso – pode ser interceptado mais adiante por um carro pesado ou ser aniquilado pelo ataque conjunto dos adversários, já que os veículos rápidos possuem menor resistência a danos. De maneira oposta, uma equipe sem veículos de suporte vai ter bastante dificuldade em transportar a bomba por todo o caminho da arena.
Breaking The Law
Sobre o traçado, o jogo impõe regras distintas para quem está carregando a bomba e para os demais corredores que podem correr à vontade pela arena, usar todos os atalhos e coletar itens de cura espalhados em locais estratégicos. Já o corredor que carrega a bomba precisa seguir o traçado da pista sem usar qualquer atalho pois a bomba não passa pelo campo de força nas laterais da pista, fato que pode ser usado contra o adversário se você conseguir empurrá-lo para fora com força suficiente para que ele caia fora e a bomba se solte do veículo.
Para os que estão sem a bomba, as arenas inteiras viram zona de guerra onde nada é demais e é aí que o combate do jogo brilha pois ele assume características de qualquer jogo de combate com veículos que você já possa ter jogado, de Blazerush a Twisted Metal. A satisfação de eliminar um oponente em um momento crítico é potencializada se essa destruição contribui para marcar um ponto ou vencer a partida. Nessa hora, a escolha certa entre as Heavy Metal Machines disponíveis faz toda a diferença.
Heavy Metal e Detonator, o Filhinho do Deus Metal, o Bruno Sutter
Como comentei no início, um detalhe super legal é o retorno do Larry Huffman, narrador original do lendário jogo de corrida da Blizzard. Ele usa algumas das falas icônicas do jogo de 1993 e amplia o repertório para a narração em Heavy Metal Machines. Isso quando o idioma da narração está ajustado para o inglês pois em português temos a escolha bem humorada, porém não tão efetiva do Bruno Sutter, o Padre Quemedo, ou melhor: o seu personagem mais conhecido, Detonator, o vocalista da banda-paródia Massacration. Certamente Sutter se sairia melhor narrando como seu alter ego menos famoso do que usando o falsete que é marca do personagem. Vale como curiosidade e jogada de marketing, mas tem pouco valor dentro do jogo.
Já não se pode falar isso da excelente trilha sonora do jogo, composta com cerca de 30 faixas temáticas que fazem alusão às pistas e a cada uma das máquinas. Thrash Metal, Speed Metal, Stoner, Blues Metal e uma mistura de Country com Southern Rock desfilam nos ouvidos a cada tela e em todas as partidas, a ponto de eu diminuir o volume da narração para não perder os riffs incríveis que sempre estão tocando como trilha de fundo.
Se você gosta de jogos em que carros, tratores, carretas e motos se agridem, aprecia o bom e velho Heavy Metal, está cansado de jogos de tiro convencionais e não liga de aguardar o intervalo – um pouquinho longo, admito – entre as partidas, então, querido leitor, Heavy Metal Machines pode ser uma ótima escolha para passar o tempo com os amigos.
Essa análise foi feita utilizando um pacote de veículos que liberou todos os heróis disponíveis fornecido pela desenvolvedora do jogo.