Análise The King of Fighters XV (PS4, PS5 e Xbox Series)
The King of Fighters XV entrega um excelente combate central tentando ser mais amigável para novatos, e clássico para os amantes da franquia.
Quando a SNK anunciou o retorno de sua principal série de jogos de luta, The King of Fighters XIV, confesso que fiquei cético. Devido as tendências atuais no desenvolvimento de jogos de luta, com muitas franquias sendo diluídas aos poucos e com um visual longe de ser aquele que foi febre dos fliperamas nos anos 90 e inicio dos anos 2000, pensei: Poderia realmente The King of Fighters XV chegar com grandes chances de emplacar novamente depois depois do XIV? Eu já havia jogado a beta mas é com o produto final que pude experimentar The King of Fighters XV de forma conclusiva, e rapidamente descobri que a resposta é sim. The King of Fighters XV desenvolvido pela SNK é um jogo que olha para o passado em busca da melhor inspiração possível, tenta resgatar a raiz sem forçar a barra não deixando de lado a clássica filosofia de jogo baseada em equipe que é um dos pontos altos, na verdade é isso que define a serie, tendo como sua história principal focada em Verse que volta a causar o caos no mundo e com isso Chizuru Kagura se compromete em reunir os já conhecidos Kyo Kusanagi e Iori Yagami para investigar a ameaça.
Ah mas é um jogo de luta, quero começar o game e lutar, preciso de história ? História em jogos de luta não é bem uma regra, mas agrega bem na profundidade dos personagens, e pode melhorar sua relação com aquele trio queridinho no qual você mais gosta de jogar e até mesmo conhecer outros. Então não vejo mal algum em jogar o modo história, pois ele é curto, porém único.
Eu vejo o futuro repetir o passado ?
Ao meu ver, o jogo tenta claramente nivelar as coisas sendo bom para jogadores mais experientes e mais amigável para iniciantes com seus novos gráficos polidos, bem mais caprichados da versão anterior.
The King of Fighters XV é um jogo de luta 2D tradicional que realmente parece estar retornando a uma nova forma, ou seja, deixando de lado os seus personagens e cenário em pixel-art e expandindo seus horizontes em um mundo onde evoluíram na esperança de atrair novos jogadores. Esta nova entrada na série KOF deixa de lado a estética visual mas continua desafiando jogadores novos e antigos a fim de dominar todas as suas mecânicas, já que mudança de design não é parâmetro para jogos de luta e sim como as mecânicas se comportam dentro dela, tanto é que temos diversos The King of Fighters tão bons como o 97 e 98 e o KOF 2012 tão bonito graficamente mas possui mecânicas de gameplay consideradas horríveis pelos amantes da franquia que vivem as sombras do tão aclamado KOF 2002 que é jogo da franquia mais jogado atualmente devido a sua qualidade em geral.
É personagem que não acaba mais…
Mas vamos lá, o jogo é baseado em equipes 3v3 (embora também exista um modo 1v1) e conta com 39 personagens de entrada, possuindo um sistema único que o diferencia da concorrência. Seus três personagens têm barras de vida diferentes, mas todos compartilham um super medidor. Se um falhar, o próximo assume e recebe uma barra extra que pode abranger até cinco compartilhamentos. Quando você derrota um personagem oponente, a barra de vida do seu personagem atual se encherá um pouco. Esse sistema – junto com as opções clássicas de movimento do KOF, como corridas, saltos curtos e e longos estão intactos pelo que percebi.
Senti que The King of Fighters XV mantem os pés no chão mas com uma boa pitada de ar fresco. O que eu acho ótimo, pois não diminuíram nada para abrir portas para jogadores que não sabem a diferença entre cada mecânica individual. Isso o torna um título muito bem-vindo para os fãs de longa data da série e para os recém-chegados, e é algo que os jogadores de jogos de luta têm implorado aos desenvolvedores para que se tornem realidade há anos.
Óbvio que isso não significa que os veteranos não desfrutem de novas experiências. O combate de The King of Fighters XV está melhor do que o seu antecessor KOF XIV. Assim que comecei o jogo, fui até o meu personagem favorito da série, Benimaru, e imediatamente me senti em “casa” (lembrando que sou apenas um jogador casual e não um cara que emenda combos e sequencias alucinantes). Tudo o que aprendi com ele nos jogos anteriores ainda se aplica, até os combos e opções de knockdown. Mas então vieram as novas melhorias que tornaram até mesmo os personagens mais antigos ainda mais divertidos.
Power Way de Netcode Rollback!!
Confesso que tomei diversas surras no modo história, é isso mesmo, no modo história não só devido a dificuldade dos adversário mas sim de uma nova chamada Shatter Strike no qual ela absorve o meu ataque e permite me contra-atacar logo em seguida, e lá vai mais uma chance clara para a sequencia de combos. Tentei usar algumas vezes e não achei tão fácil assim logo de inicio, acredito que requer pratica e dedicação no modo de treinamento até que esteja apito para por em prática nas partidas, seja nos modos off-line ou até mesmo no online que desta vez o The King of Fighters XV não se esquivou e trouxe o Netcode Rollback, a tecnologia que garante o máximo de sincronismo possível entre ambos os players, e convenhamos que é lá onde gera mais satisfação efetuar uma boa e bela sequencia de combos contra um adversário online, e tirar aquela onda, vai dizer que não ?
As principais mecânicas de suporte, como o MAX mode (permitindo que os especiais EX sejam executados livremente, permitindo mais combos) foram expandidas ainda mais com duas variantes diferentes. O modo Raw MAX aumenta o dano e o dano da barra de guarda causado por personagens ativados, e o Quick MAX pode ser cancelado por um ataque normal de conexão, tornando-o uma boa ferramenta de combinação, apesar de sua duração mais curta.
Se tem nova mecânica, vamos tentar testá-la !
Junto com essas mecânicas vêm clássicos como rolls, short hops, hyper hops e guard cancels. O recém-chegado Shatter Strike é um grande divisor de águas. Os jogadores podem usar um ataque blindado de blowback que despedaça os inimigos no chão e ricocheteia os inimigos no ar para fora da parede, tornando-o uma ótima ferramenta de cancelamento de guarda e combinação.
O que você pode notar sobre esse colapso mecânico é que muitos desses mecanismos têm vários usos. Existem toneladas de abordagens únicas que os jogadores podem escolher, e todas elas serão necessárias se você realmente quiser dominar o jogo. Você quer obter um combo de dano máximo com todos os seus recursos? Bem, você pode fazer um combo no modo MAX que é mais longo, ou você pode simplesmente segurá-lo e cancelar um super de um especial em um super cancelamento de clímax que causa mais dano, mas drena suas folhas de medidor. Os jogadores também têm uma boa seleção de opções defensivas, juntamente com reversões para manter os oponentes alertas, mesmo quando estão no ataque.
Vale ser ressaltar algumas coisas que existem em jogos passados e que poderiam ser implementadas nos jogos atuais, como por exemplo um modo de sobrevivência, um extenso tutorial visto em Guilty Gear Xrd ou até mesmo o modo World Tour de Street Fighter Alpha 3? Sim, sei que a proposta principal do jogo de luta é enfrentar um adversário, mas a medida que as coisas evoluem, alguns títulos poderiam usar essas fórmulas para enriquecer o game e até mesmo deixar jogadores novatos mais familiarizados com o jogo, caso contrário pode acabar não tendo uma vida longa, ficando apenas os jogadores que hoje estão na faixa dos 30 anos e olhe lá…
The King of Fighters XV tem prazo de validade ?
Como qualquer jogo de luta, o game dura enquanto chama sua atenção com uma mescla de qualidade visual e técnica, ou seja, ambos precisam caminhar juntos para que o game seja jogado e admirado por bastante tempo, caso contrário o jogo assim como qualquer um vai perdendo seus jogadores, sejam eles novatos, casuais e veteranos que possuem mais embasamento técnico pra ver o que é bom ou ruim nesta ultima versão do jogo, no qual provavelmente lembrarão de KOF 2002 e são eles que ditam o ritmo do “jogo” comentando com amigos e até mesmo os fazendo comprar se realmente sentirem qualidade. Mas pelo tempo que joguei, acredito que esta edição eleva mais o nome da franquia se comparado ao game de 2016, sem contar a melhoria absurda no modo online, e isso pode sim ser um fator muito positivo pra duração de The King of Fighters XV.
Vale a pena comprar no lançamento ?
Sim, Se você está procurando um jogo de luta em equipe 2D tradicional com uma sensação nova/clássica, então The King of Fighters XV é o jogo de luta mais indicado no momento.
“Okay!” Hey, come on, come on para a conclusão !
The King of Fighters XV é um jogo digno para os amantes dos fighting games em trio, parece o avanço perfeito em uma franquia de jogos de luta de longa duração e não tem medo de ser o que seus principais fãs querem que seja e ainda conta com uma surpresinha que vai aquecer seu coração e fazer voltar ao passado só de ouvir. A mecânica permanece lá e não há retrocesso, apenas situações tais como combos infinito que desagradam os fãs, porém podem ser modificados com futuras atualizações. Isso o torna um ponto de entrada perfeito para todos os tipos de jogadores. No entanto, há uma grave falta de conteúdo, uma maldição que atormenta os jogos de luta há muito tempo e, infelizmente acontece o mesmo em The King of Fighters XV Felizmente, o forte jogo online o torna um ótimo jogo de luta para jogadores hardcore que querem apenas aprimorar suas habilidades e desafiar o próximo jogador que empurra o The King of Fighters XV para as fileiras dos melhores jogos de luta atuais.
A análise de The King of Fighters foi escrita com base em uma cópia de PlayStation 5 gentilmente cedida pela assessoria de imprensa do jogo.