Análise Blair Witch VR (PlayStation VR)

Blair Witch VR potencializa a sensação de terror ao extremo onde devemos investigar o desaparecimento de um menino em Black Hills Forest.

Vamos lá, confesso que quando assisti a E3 de 2019, foi rodado um Trailer de um jogo em onde eu acreditei muito no que eu estava vendo nos trinta segundos iniciais era um novo Outlast, pela câmera em primeira pessoa e o uso de uma câmera de filmagem, e em fração de segundos achei que poderia ser um Alan Wake 2 quando corta para a cena de um cara dirigindo um carro que encosta em uma estrada beirando uma floresta. Estava tudo parecendo ser o que era, mas eu estava errado e era mais um novo jogo de terror chegando sendo desenvolvido pela Bloober Team, e fui surpreendido com Blair Witch. Jamais esperava por aquilo, mas sabia que eu tinha que jogar de qualquer jeito.

Vale lembrar que Blair Witch ou A Bruxa de Blair é um filme que fez sucesso no final dos anos 90, onde as criticas foram divididas pois era novidade o modo como o filme foi feito e a melhor parte ficava nos últimos minutos do filme, o que dividia as discussões sobre ele mas mesmo assim o sucesso foi enorme e era assunto nos lugares que eu ia, seja na locadora de games e filmes que eu frequentava com amigos ou até mesmo na escola.

Os eventos do jogo Blair Witch se passam em 1996, três anos antes dos acontecimentos do filme original, tendo como protagonista Ellis Lynch, um policial que decide por conta própria investigar sozinho o desaparecimento de uma criança chamada Peter Shannon que desapareceu logo depois de visitar um amigo, e é a partir daí que Ellis Lynch vai até Black Hills Forest junto com seu cachorro chamado Bullet que é de suma importância durante a aventura macabra que os espera.

Eu já havia jogado Blair Witch no dia do lançamento e zerei o game sem ao menos desligar o console pois o game foi lançado no Gamepass no meu ultimo dia de assinatura, então acendi uma vela, coloquei um terço ao lado do meu Xbox One fechei meus olhos e fui…

Blair Witch VR
O inicio tranquilo em Blair Witch VR é só uma enganação do que esta por vir…

“Apenas precisávamos saber o que está acontecendo.”

Blair Witch foi uma ótima experiência de jogo pra mim e no fundo eu sentia que em algum momento poderia re-jogar o game, e joguei, de uma maneira muito mais realista, tensa, angustiante com enorme sensação de estar sendo observado a todo momento que é a versão de PlayStation VR.

A diferença é absurda em termos de imersão e som, eu lembrava vagarosamente de algumas coisas sobre o jogo, mas a versão em VR me deu a sensação de estar jogando um novo jogo, mesmo ele não tendo alteração nenhuma da versão normal para com a realidade virtual em questões de gameplay, é a mesma coisa, porém a experiência e sensações são completamente diferentes de tudo que eu já havia visto antes, me fazendo algumas vezes ter um certo medo em dar mais alguns passos a frente.

Como a maioria dos jogos em primeira pessoa no VR requer um pouco de tempo para se adaptar aos comandos, seja ele andar, colocar a câmera de vídeo e tudo mais. em Blair Witch VR temos tempo suficiente para essa adaptação aos PlayStation Move, pois o jogo tem um inicio lento como a maioria dos jogos de terror e nele você anda e se movimenta bastante até que os verdadeiros momentos de tensão no jogo venham a acontecer, e isso é um ponto positivo porque quando a coisa começa a ficar feia já estamos praticamente familiarizados com os botões dos controles de movimento.

Sem sinal
Ficar sem sinal no celular em um local nada legal não é uma boa em Blair Witch VR.

“Aqui tem uma história de coisas acontecendo que ninguém fala.”

Para quem joga a primeira vez, provavelmente vai cair num looping se não prestar atenção em um detalhe, então pode se adaptar mais facilmente com os controles. Como eu já sabia o que tinha que ser feito, eu fiquei praticamente em uma área de acampamento treinando os movimentos até estar apto para avançar sem estresse e daí então comecei a aventura que se passa um bom tempo na floresta em busca de documentos, pistas ou qualquer coisa que possa estar relacionado ao menino desaparecido.

E conforme o jogo avançava eu eu me deparava com as mecânicas trazidas para o VR que ao invés de apertar um botão no DualShock para executar o comando do assobio para que o cão Bullet fique perto de Ellis, nessa versão eu tinha que levar o PS Move até a minha boca para executar a mesma função, assim como levar minhas mãos no bolso para pegar o celular do nosso personagem, não é nada inovador porém bem intuitivo, deixando o jogo ainda mais realista.

O mix de realidade virtual com os efeitos sonoros em Blair Witch VR é um casal perfeito, pois um barulho de galho quebrando que na versão normal é bem tranquila de se levar, no VR é muito mais intimidador, é como se eu realmente estivesse caminhando em Black Hills Forest.

A ansiedade tomava conta para eu chegar em uma das minhas duas partes favoritas do jogo antes do gran finale, que é no momento onde o nosso companheiro Bullet começa a latir de frente para uma arvore e de repente uma espécie de vulto de uma criatura que não da para identificar muito começa a fazer movimentos ao seu redor se escondendo atrás de folhagens e arvores, e olha, foi espetacular usar a lanterna para “derrota-los” nesse momento.

Blair Witch VR
O uso da lanterna lembra muito Alan Wake e um pouquinho de Silent Hil.

“Desde então há uma maldição na floresta. A lenda diz que se olhar para a bruxa, morrerá só com o susto.”

A segunda parte um pouco mais a frente é quando eu me deparei com uma parte de floresta densa e cheio de neblina, escutando a vozes e sons de criaturas que parecem que estavam sussurrando no meu ouvido que me fez até tirar o PlayStation VR da cabeça para ver se estava tudo bem, mas voltando ao game, nesse momento é fundamental o uso da câmera de Ellis pois é com ela que conseguimos ver o semblante das criaturas de forma avermelhada e assim fazer o caminho sem se aproximar deles.

A cada progresso e resolução de alguns quebra-cabeças, vamos descobrindo mais sobre Peter o menino desaparecido, como também conversando com o Xerife sobre a situação das coisas que estão acontecendo, e para quebrar o gelo podemos em alguns momentos fazer carinho no Bullet (fazer carinho e estar sempre perto do cão é fundamental para o final do jogo). Dito isso Blair Witch VR nos leva a momentos em que devemos fazer escolhas que podem sim impactar no final de tudo o que está acontecendo em Black Hills Forest e até mesmo o foco central que é descobrir o destino de Peter na floresta e dependendo das nossas ações é que vamos descobrir o que realmente aconteceu com ele ou não…

Cachorro Blair Witch VR
Bullet não é apenas um npc que segue o protagonista, o cão é de extrema importância para o avanço do game.

“Talvez esteja nos usando para virmos para cá.”

E então chegou o Gran Finale, que nada mais é do que entrar na casa da floresta que vimos no filme, ou seja a casa da Bruxa de Blair. Foi sensacional a introdução e como entramos nela, tomando alguns sustos previsíveis outros não, mas a cereja do bolo em Blair Witch VR é quando acontece algo semelhante ao que vimos nos filmes, que é ver sempre uma das pessoas de frente para a parede. No game a bruxa tenta comandar a mente do nosso personagem fazendo com que ele olhe para ela, e a câmera é puxada como se Ellis realmente estivesse cedendo e perdendo suas forças para a bruxa, mas para isso eu me via forçado a mover o analógico para o lado oposto fazendo com que Ellis mantivesse a cabeça virada para a parede, mas em Blair Witch VR eu movia a minha cabeça contra o poder mental que a bruxa usava sobre mim, ops… Sobre Ellis e essa é uma das partes que mais gostei dentre tantas outras no jogo fazendo a versão de realidade virtual mesmo com o cansaço das vistas, o suor que o PlayStation VR faz e os movimentos com as mãos uma hora gerarem desconforto, ainda sim fazem dele melhor que a versão normal jogada na TV.

Blair Witch VR
Seja bem-vindo a casa…

Conclusão

Blair Witch VR é um dos jogos de terror em realidade virtual mais imersivo que já joguei, pois fui jogado para uma sensação extremamente desconfortável em alguns momentos e repito, eu já havia jogado o game anteriormente e mesmo assim senti incomodo com o mix da imersão visual e sonora que o jogo nos proporciona assim como a história que vai se encaixando até o momento final podendo te deixar um pouco desconfortável com alguns acontecimentos pesados e outros que mexem com seu psicológico no maior estilo Alan Wake, fazendo dele um game que precisa ser jogado caso você seja amante do gênero, pois entra com facilidade na lista dos melhores jogos de terror já feitos para o PlayStation VR.

Então caso tenha coragem, ajude Ellis Lynch a descobrir o desaparecimento de Peter em Black Hills Forest , pois a bruxa te espera…


A análise de Blair Witch VR foi escrita com base em uma cópia de PlayStation VR gentilmente cedida pela assessoria de imprensa do jogo.