Análise Exo One (Xbox One, Xbox Series S|X e PC)

Exo One é uma viagem espacial alienígena contemplativa através de planetas dos nossos sonhos mais profundos de ficção científica.

Sabe aquele jogo que está lá na Game Pass, você baixa sem muitas expectativas e de repente é pego de surpresa por algo totalmente diferente daquilo que estamos acostumados a jogar ? Então, Exo One é um destes games que mesmo não sendo tão longo, pode te proporcionar alguns bons momentos de gameplay e contemplação a todo momento.

Desenvolvido pela Exbleative e publicado pela Future Friends Games & ExbleativeExo One é um game que você não vai perder muito tempo para aprender as mecânica de jogo, tudo é bem simples e direto sem sequer fazer com que suas mãos fiquem suadas por exigir determinadas habilidades. No jogo a impressão que dá é que eu estava controlando uma espécie de mármore de alta tecnologia com um formato redondo semelhante a uma bola de gude ,porém, mais precisamente uma esfera podendo ficar achatada também, em um deserto de dunas infinitas e ondulantes.

O ritmo do jogo vem da capacidade dessa bola em aumentar ou diminuir sua gravidade relativa: alta gravidade descendo uma ladeira para aumentar a velocidade, ou baixa gravidade para se transformar em um formato achatado e planar para o outro lado. Podemos manter o mármore esférico, para rolar melhor no chão, ou achatá-lo em um disco, para cortar melhor o ar, mas tudo depende da sua interação com os planetas e seu modo de agir, fazendo com que Exo One tenha momentos únicos de gameplay em certos momentos como também outros que são necessários cumprir umas obrigações para avançar.

Exo One não perde tempo com algum tipo de tutorial. Em vez disso, você assume a mais pura liberdade de percorrer em planetas com cenários vislumbrastes que vão fisgar o jogador logo no primeiro contato com o jogo.

Impossível não contemplar os cenários em meio a solidão espacial em Exo One.

“Nossos antepassados viviam do lado de fora. Eles estavam tão familiarizados com o céu noturno quanto a maioria de nós com os nossos programas de televisão favoritos.”

– Carl Sagan

Exo One entrega uma mecânica simples mas que beira a perfeição para aquilo que se propõe, exemplo disso é quando aumentamos a gravidade, sua esfera despenca com uma força extrema, cai no solo e rola sem parar quanto uma bola de boliche jogada em uma pista de skate vertical. Quando usamos essa inércia para voltar ao ar, podemos sentir o vento chicoteando em torno do mármore achatado, a paisagem se estendendo infinitamente à sua frente, podendo até mesmo voar o mais alto que puder, planar e depois segurar o botão que emite a gravidade até quebrar a velocidade do som, a velocidade da esfera superando seu próprio estrondo sônico é incrível podendo chamar atenção até mesmo dos amantes da astronomia ou qualquer pessoa que tenha fascínio pelo espaço e planetas.

A física de Exo One é tolerante o suficiente para que você nunca se sinta completamente confuso, mas preciso o suficiente para que você esteja sempre determinado a alcançar uma velocidade mais alta, mantendo um impulso firme para alcançar voos mais altos e consequentemente acelerar sua progressão no game sem perder momentos únicos em cada um dos planetas.

Quando jogamos com a esfera a gravidade nos empurra com toda a força para baixo, podendo até quebrar a barreira do som.

“Às vezes eu penso que o sinal mais forte da existência de vida inteligente em outra parte do universo, é que eles nunca entraram em contato conosco.”

– Calvin

Sinceramente não consigo definir qual o planeta que achei mais interessante em Exo One, na minha jornada eu achei todos igualmente espetaculares, uma série de planetas, cada um feito de uma estética única e avassaladora. O deserto do primeiro nível acabará sendo substituído por penhascos monumentais, oceanos ondulante, picos gelados e até momentos subaquáticos (esses dão um pouco de nervoso).

O design de arte tende a ser jogado para a solidão e melancolia; o sol quase sempre estará baixo no céu, e enormes tempestades frequentemente varrem cada bioma, cobrindo o mapa em nuvens implorando para serem atravessadas. Os níveis de Exo One parecem arrancados das capas de livros de ficção científica em brochura, mais preocupados com tom e sentimento do que qualquer ecossistema prático, essa é a verdade !

Coloque um fone de ouvido e curta esse visual insano do espaço.

“Lembre-se de olhar para o alto, para as estrelas, e não para baixo, para os seus pés.”

– Stephen Hawking

Infelizmente, enquanto os planetas são consistentemente bonitos, eles são menos divertidos de atravessar. Muitos apresentam novos desafios, como uma enorme cadeia de montanhas para atravessar ou uma tempestade elétrica para extrair energia. Mas esses desafios oscilam entre o sucesso e o fracasso e tenho como exemplo um planeta coberto quase inteiramente por água é mais tedioso do que emocionante de se mover, e um campo de asteroides interrompe o ritmo acelerado do jogo. Mais de uma vez, desejei poder retornar às simples dunas ondulantes do primeiro planeta, que eram a combinação perfeita para o mix da esfera e a forma achatada.

O último nível é particularmente decepcionante a esse respeito; embora visualmente surpreendente, abandona em grande parte a física à qual eu tanto me apeguei logo nos minutos iniciais quanto ao longo do jogo, e isso foi um ponto um pouco decepcionante para mim, pois esperava algo maior do que eu já havia visto.

O vento cortando a forma achatada da esfera em um dos planetas que possui água, avisem a NASA !!

Pode parecer contraditório com o que eu disse acima, mas o ritmo rápido de Exo One significa que nenhuma frustração permanece por muito tempo; cada nível passa em questão de minutos, e terminei o jogo inteiro em menos de três horas. No entanto, essa rapidez também significa que a história do jogo mostrada através de flashbacks extremamente rápidos e diálogos distorcidos, não tem muita chance de causar boa impressão e muito menos profundidade. É interessante ser atingido por um raio no meio de uma tempestade extraterrestre e vislumbrar uma fração de segundo de uma fotografia obviamente terrestre. Mas a entrega vaga da narrativa significava que eu nunca me senti tão emocionalmente envolvido quanto eu queria. Não é ruim e não atrapalha, e sei que é um jogo indie sem muitos recursos, mas infelizmente soa tão preguiçoso para a experiência que Exo One oferece.

Em Exo One, somos capazes de ver alguns flashes durante a gameplay e raríssimas cenas que não acrescentam muito na narrativa do jogo, uma pena.

Conclusão

Mesmo com algumas queixas referente aos planetas e a falta de uma história orgânica não fizeram Exo One perder pontos na análise total do que o jogo se propõe a entregar uma sensação delirante e divertida principalmente para os amantes da astronomia e ficção cientifica, de descer as colinas e voar pelas atmosferas de cada planeta maravilhosamente renderizado. Exo One não é um jogo mecanicamente profundo, nem narrativamente cativante, mas, no entanto, me vejo jogando ele novamente daqui há algum tempo, pois como costumo dizer, ele é mais um daqueles jogos refrescantes que servem para te tirar de uma ressaca daquele jogo que exigiu demais das suas habilidades e horas de gameplay.

E para finalizar, a sensação íntima que tive com Exo One é que ele traz uma sensação onde o máximo que eu já tinha me aproximado disso era nos meus sonhos, tipo: Deixar para trás todos os resquícios e problemas da vida humana e percorrer a superfície de um mundo alienígena com uma fusão de sensações incríveis fluindo ao mesmo tempo. E por fim, o meu mais profundo agradecimento ao pessoal da Exbleative por ter criado um jogo capaz de chegar perto de coisas que eu só conseguiria realizar colocando minha cabeça no travesseiro, durmo e o restante o sonho me leva para lugares como estes vistos aqui.


Exo One foi lançado em 18 de novembro para Xbox One, Xbox Series S|X e Windows PC. O game foi testado em um Xbox One S, e na data da publicação deste texto está disponível no serviço de assinatura Xbox Game Pass Ultimate.