Análise Foreclosed (Xbox)
Temática Cyberpunk é a estrela de Foreclosed. O jogo, que é contado em forma de HQ, chama a atenção pelo visual e trilha sonora.
Desde os anos 80 a temática “Cyberpunk” ganhou força nos produtos culturais, seja em livros como “Neuromancer” de William Gibson, seja nos cinemas como em Blade Runner de Ridley Scott.
Nos jogos não foi diferente. Mega Man já se aproveitava da temática, Enter the Matrix trouxe o universo dos filmes para os consoles, passando por muitos jogos até chegarmos no tão ambicioso e decepcionante Cyberpunk 2077 da CD Projekt Red. Apesar do desastre desse último, o gênero ainda tem muita força e nesse cenário é lançado Foreclosed.
O game coloca você num futuro distópico onde as pessoas são propriedades das grandes empresas e a tecnologia está desenvolvida em um nível tão alto que já faz parte não só da vida como do corpo humano. Todos os cidadãos possuem implantes de microchips que contém as informações referentes a identificação, dados pessoais e da proprietária, além de liberar uma série de habilidades.
Você é Evan Kapnos que ao acordar descobre que sua identidade não existe mais. E piora, a empresa em que ele trabalha faliu misteriosamente e como nada é tranquilo nesse jogo, todos os seus colegas de setor estão sendo assassinados. Evan precisa chegar ao tribunal pare tentar recuperar sua identidade e entender o que está acontecendo.
Chama a atenção a escolha estética de Foreclosed que é contado como uma história em quadrinhos. Os cenários e os personagens parecem feitos a mão, assim como as texturas. Diversas vezes a gameplay é cortada para trechos do enredo serem contados, nesses momentos experimentamos uma mudança de quadro, de ângulo e as vezes até de “página”. Esse visual funciona muito bem, traz um charme divertido para o game.
A trilha sonora acompanha a temática cyberpunk com músicas eletrônicas retrofuturistas e efeitos sonoros muito bem escolhidos. Toda parte artística feita pela Antab Studio merece ser elogiada, assim como as dublagens em inglês que é excelente. Não existe dublagem em português, mas, para a felicidade de nós brasileiros, o jogo está todo legendado em nosso idioma.
Gameplay, alguns ponto altos e muito pontos baixos
Começando pelo que funciona bem. A escolha pela câmera em terceira pessoa foi bem acertada. Valoriza o personagem e a imersão nos cenários do jogo. As batalhas acontecem em câmaras que lembra No More Heroes e os hacks, que são simples, tem uma pegada de Watch Dogs, mas ainda mais divertido. Os aprimoramentos do seu chip e da arma também abre um leque de oportunidades de como resolver cada batalha.
Infelizmente o jogo peca em alguns pontos fundamentais para um jogo de tiro/ação. A mira é horrível, indomável. Mesmo com muitas horas de jogo é muito difícil de ser controlada. Em vários confrontos você será atingindo antes de conseguir posicionar no local certo pro disparo. As coberturas também são muito ruins, é comum você não conseguir se posicionar para atirar, principalmente pro lado esquerdo, já que nosso protagonista é destro. Outro ponto inadmissível são os tiros que, acidentalmente, atravessa paredes. Isso acontece muito tanto para ataques do inimigo quando do nosso próprio personagem.
Conclusão
O visual é muito bonito, a direção de arte acerta nas escolhas estéticas e combina muito bem com a trilha sonora e a temática cyberpunk. O enredo é bom, coeso e é apresentado de uma forma instigante. É comum você querer jogar mais um pouquinho para saber mais do que está acontecendo nesse mundo. Mas os problemas técnicos são sérios demais para um jogo lançado em 2021. Facilmente você se frustrará com a mira e como as balas misteriosamente atravessam paredes. Mesmo com muito potencial, o jogo não entrega uma experiência satisfatória para os usuários.
A análise de Foreclosed foi escrita com base em uma cópia de review gentilmente cedida pela assessoria de imprensa do game. Também disponível para Nintendo Switch, PlayStation 4, PlayStation 5, Microsoft Windows e Google Stadia.