Análise Call of Duty Modern Warfare II (Xbox)
Não é apenas caçar terroristas e cartéis de drogas, Call of Duty Modern Warfare II entrega mais uma campanha cinematográfica espetacular.
Depois de um modo campanha sensacional unido com uma bela aula de história em Call of Duty Vanguard, chegou a vez de Call of Duty Modern Warfare II no qual a Activision teve uma sacada genial de lançar o modo campanha antecipadamente para quem fez a pré compra do mais novo jogo da franquia, mas o que isso significa?
Então, como sabemos, muitos jogadores de jogos FPS compram o game e partem diretamente para o modo multiplayer, abandonando totalmente o modo campanha e consequentemente a história que o jogo carrega, porém a ideia de lançar o modo single-player antecipadamente parece ter surtido efeito e depois de muitos anos eu vi muitos comentários a respeito da campanha mesmo que ansiosos pelo lançamento do jogo completo e o tão esperado multiplayer, coisa que eu não via nos jogos anteriores.
Achei ótima a estratégia adotada, até porque as campanhas de COD são histórias muito bem contadas com visual cinematográfico e sempre trazendo algum tipo de mensagem para o jogador, como operações militares secretas, atentados terroristas e principalmente o aprendizado histórico que podemos ver em diversos outros jogos da franquia, como por exemplo o Call of Duty Vanguard.
Call of Duty Modern Warfare II é a continuação do Call of Duty Modern Warfare de 2019, passando alguns momentos com o capitão John Price o Gaz, sargento Kyle “Gaz” Garrick, a chefe da CIA Kate Laswell e a e a líder da rebelião Urzukistã Farah Karim que também estava no primeiro jogo. Mas a cereja do bolo entre os personagens fica por conta do tenente Simon “Ghost” Riley e o sargento John “Soap” MacTavish formando a Força-Tarefa 141 (grupo tático de elite com agentes de todo o mundo).
A campanha de Modern Warfare II é fácil de entender o foco principal logo nos minutos iniciais, isso não é novidade para ninguém e soa como algo típico da série.
E nessa nova história que se passa após o ataque mortal das forças dos EUA contra um general na fictícia Al Mazrah, no Oriente Médio, seu vice-major Hassan jura vingança sangrenta e pega alguns foguetes para disparar contra alvos no oeste.
“Ninguém pode aterrorizar uma nação inteira, a menos que sejamos todos seus cúmplices.”
-Edward R. Murrow
E é ai que entra em ação os queridinhos dos Codistas, o esquadrão da Força-Tarefa 141 com Capitão Price, Soap e Ghost com aquela mascara de caveira, que para não soltar um palavrão, ok, é maneira para caramba!
Obviamente eles devem evitar que essa catástrofe promovida por Hassan aconteça o mais breve possível, e o rastro dos foguetes não nos levam somente para locais da Europa, como Amsterdã e Espanha, entre outros, mas também somos jogados para a terra da tequila e dos sombreiros, sim, estamos falando do México e o cartel de drogas “Las Almas” onde é liderado por um personagem momentaneamente chamado de “Sin Nombre” que também esta envolvido no negócio de contrabando com perigosos equipamentos de guerra, o que atrai um personagem recém introduzido para a ação junto com seu povo, ele tem nome e se chama Alexandro Rojas.
Confesso que as partes mais sujas deste Modern Warfare II são os Narcos, sendo ele o melhor cenário introduzido na franquia no qual eu queria ter mais tempo de gameplay neste local do que voltar a pegada terrorista e já um tanto saturada do Oriente Médio.
A campanha de Call of Duty sempre tenta se reinventar, mas em um contexto analítico estamos sempre dentro de um conflito do bem contra o mal permanecendo vivo em uma média de 7 a 8 horas de duração até o fim do jogo, com aquelas reviravoltas, traições que sempre acontecem nas histórias.
E por falar em história, as cutscene, modelo de personagens totalmente realistas com animações faciais feitas com maestria elevam o modo campanha a um nível acima do que visto em Call of Duty Vanguard. O que já era bom, ficou melhor ainda.
Vale mencionar que os veteranos em Call of Duty caso joguem a campanha, já vão estar familiarizados com o contexto geral da antiga trilogia, mas os novatos que estão caindo de paraquedas podem não entender o que realmente representa Ghost e Cia, ou seja, já que a Activision quis tanto que os jogadores experimentassem o modo campanha antes do lançamento total do jogo, achei que ficou faltando um resumo dos eventos anteriores, algo que vimos com muita frequência em series mas que infelizmente não foi introduzido no jogo para ajudar um pouco a compreensão dos novatos.
Coloque a arma no coldre e vamos respirar um pouco ?
Mesmo que a história principal não venha recheada de grandes surpresas ou fazer com que o jogador novato se sinta muito confuso a gameplay em Call of Duty Modern Warfare II desacelera um pouco no quesito tiroteio frenético, e se esforça para entregar uma imersão um pouco mais variada de forma lúdica, como missões onde operamos com visão noturna a maior parte do tempo, bons momentos de sniper, invasão a uma base onde nós somos o apoio aéreo, assim como momentos de stealth no qual lembram de longe jogos de terror, quando entramos em casas totalmente escuras usando somente uma lanterna, e eu como amo jogos de terror confesso que adorei essa parte.
Mas fique tranquilo porque os momentos de ação estão presentes em diversos momentos que nos faz lembrar dos grandes filmes de ação da sessão da tarde principalmente quando devemos perseguir um comboio, atirando nos inimigos e tendo cautela para não danificar o nosso caminhão ou carro a ponto de explodir e falhar a missão, e daí somos livres para pular desse carro para outro e continuar ativo em uma batalha de sobrevivência pelas ruas, sem contar o cenário do navio em alto mar com uma chuva torrencial em que devemos prestar atenção tanto nos inimigos quanto nos objetos que se movem por conta da forte agitação do mar, (essa parte foi mostrada anteriormente em uma gampelay) e eu já havia achado bastante interessante, jogando então, tudo é mais frenético, imersivo e isso é Call of Duty meus amigos !
Mas nem tudo é head shot em Call of Duty Modern Warfare II, embora os momentos de ação sejam divertidos de ser jogados, muitos deles acabam sendo mais longo do que deveriam ser, fica uma sensação de que não dosaram aquele momento na medida certa e quando percebemos, estamos fazendo a mesma coisa por um longo período de tempo como a sequencia do carro que por mais que seja divertida é longa, a parte do Gunship vista no primeiro Modern Warfare foi muito esticada em MW2.
Variedade de gameplay mas faltou timing
As campanhas de Call of Duty geralmente quando partem para a ação realmente são frenéticas, divertidas que nem percebemos quanto tempo passou, mas em Modern Warfare II. Algumas coisas não se encaixam se compararmos a missão em Amsterdã que é uma das quais capricharam bastante no cenário, completamos ela em 5 minutos, quanto outras se estendem por 20 minutos desnecessariamente e a impressão que fica é que os desenvolvedores da Infinity Ward perderam o senso de duração perfeita de algumas missões.
O Call of Duty Moderd Warfare de 2019 causa uma sensação mais completa das missões mesmo que ele não ofereça tantas ideias diferentes que eu pude encontrar em Modern Warfare II. Mas fique tranquilo que essas são apenas questões técnicas mínimas que não farão você largar o controle e procurar outro game para jogar, beleza ?
A mecânica em Call of Duty Moderd Warfare II é mais um ponto que deve ser mencionado, os controles nas partes de ação tornam as missões bastante prazerosas, tendo uma dificuldade bem distribuída e a IA dos inimigos mesmo que na dificuldade normal Price, Rojas e companhia só podem levar algumas balas, caso contrário é morte. E não pense que ir no mod Run & Gun (atirar e correr) te tornará invencível, muito pelo contrário, e eu sou a prova viva de que fazer isso dentro do jogo é suicídio.
Não corra, use os itens e transforme-os em ferramentas para sobreviver
Call of Duty Moderd Warfare II em certos momentos oferece itens, como ratoeira, bandagens, cera de vela, garrafa e entre outros para criar ferramentas capazes de distrair, atordoar e até mesmo matar o inimigo em uma zona onde há muita concentração deles. Então não jogue feito um louco com pressa de passar daquela fase, faz o que o jogo pede para ser feito que é ir na surdina, pegar inimigos distraídos, colocar bombas em locais estratégicos, matar um ou outro com sua arma, limpar a área e prosseguir. Faça isso com cautela e terá menos telas de game over com citações de guerra.
Se meu pai me assistir jogando, vai pensar que é um filme!
A qualidade gráfica de Call of Duty Modern Warfare II é impecável desde o inicio da campanha até o final, não notei nenhum tipo de desleixo em partes que poderiam ser menos exploradas e deram atenção ate em momentos onde você precisa mergulhar com o personagem, mas o que mais chamou a atenção foi o cenário quase que foto realista dos canais de Amsterdã, tudo é minimamente detalhado com ótimas texturas, embora este tenha menos efeitos de destruição do que o antecessor Vanguard, ainda sim é bem bonito visualmente.
Notei em raros momentos texturas de grama renderizando somente no momento em que eu passava (missão de sniper), mas nada substancial de incomodar visualmente e tornar a diversão desagradável, mas de modo geral os gráficos é algo que merece ser elogiado.
O designer das armas continuam muito bem trabalhados, é possível ver inimigos a longa distância de uma maneira bem mais limpa, iluminação respondendo perfeitamente os movimentos no cenário, mesmo em missões noturnas onde o gráfico pode ser disfarçado ainda sim é encontrado detalhes que poderiam ser escondidos, mas não, estão todos lá, dando uma sensação de realismo que impressiona e nos faz pensar como serão os novos jogos da franquia quando as desenvolvedoras conseguirem usar o máximo dos consoles, fica esse pensamento no ar.
Faltou a fusão de gráfico x som
Diferente de Vanguard onde temos uma qualidade sonora absurda, desde o barulho das armas em geral, sons de explosões e tudo o que acontece no cenário, Modern Warfare II não consegue alcançar o mesmo nível do jogo anterior. O som das armas soam um tanto quanto genérico, o barulho da troca de munição também não funciona como o esperado, o som ambiente até funciona bem em alguns momentos mas não conseguem ser constantes até o fim da campanha, ou seja, tem seus altos e baixos.
Músicas que por vezes dão uma emoção a mais nos momentos de ação, estão no nível de Call of Duty: Cold War e bem abaixo de Vanguard onde a combinação do momento épico casa perfeitamente com a musica de fundo, dando uma pitada de emoção a mais na jogatina.
A dublagem como de costume sempre são ótimas, e não notei problemas de voz baixa quando um personagem esta perto do outro conversando, a voz de Ghost é um detalhe importante e soa de forma realista o homem por trás da mascara sem parecer genérico. Todas as partes de conversação em tempo real funcionam perfeitamente e nos momentos de custcene nem se fala.
Conclusão
A campanha de Modern Warfare 2 é boa, e se aproxima muito do nível de qualidade do Modern Warfare 2019, mas ficou longe de ser profunda e intrigante como a de Call of Duty Black Ops: Cold War que trouxe a guerra fria como tema principal e muito mais profundo do que histórias de terroristas bem batidas nos jogos desse gênero, tudo bem que é um reboot mas a comparação é boa para medirmos a qualidade de imersão de uma com a outra.
Mas no geral, Call of Duty Modern Warfare II elevou bastante o nível da franquia em diversos aspectos e principalmente a variação de gameplay, onde ela deixa de ser um tiroteio desenfreado e passa a dividir diversos tipos de jogabilidade sem deixar de perder a sua característica principal que é a ação cinematográfica com o selo COD de qualidade.
Minha missão na campanha de Call of Duty Modern Warfare II foi concluída, mas em questão de história não consegue ser igual ou superior ao que pude experimentar em Vanguard, mas vale a pena ser jogada, e principalmente conhecer os personagens, caso você ainda não os conheça de jogos anteriores, como também os cenários inteiros onde muito deles serão aproveitados no modo multiplayer e é que giramos a chave e tenho a convicção de que teremos um multiplayer muito superior ao Vanguard.
Então se por um lado temos uma campanha boa, mas não excelente como Vanguard, do outro tenho a convicção de que teremos um multiplayer bem melhor do que a bagunça que Vanguard foi. E falo isso só pelos testes que pude fazer jogando a beta, mas isso fica para uma próxima análise de gameplay onde preciso de um pouco mais de tempo para enxergar de modo geral o que vi nas semanas de degustação versus o jogo em seu estado finalizado.
E aos novatos, dediquem um tempo a campanha, conheçam os personagens, suas características, cenários e história para que você se torne um pouco mais íntimo do jogo na hora do multiplayer. Já os veteranos, espero que se divirtam e não preciso nem dizer pois já sei que estão prontos para a batalha!
A análise de Call of Duty Modern Warfare II foi escrita com base em uma cópia de review gentilmente cedida pela assessoria de imprensa do game. Disponível para PS4, PS5,Xbox One, Xbox Series e PC.