Análise Curse of Eternity (PC)

Curse of Eternity é um RPG com combate diverso e um sistema de multi-classe com um pezinho em Dark Souls, mas isso o torna um jogo bom?

Curse of Eternity

Eu quero começar esse review com uma pergunta: Por que hoje em dia tantos jogos tentam copiar a fórmula Souls?

A impressão é que copiar ou se inspirar nas mecânicas aplicadas pela From Software é garantia de sucesso. Spoiler: Não é.

Além disso, os critérios são meio obscuros em relação a isso, tanto que de tempos em tempos são colocados na mesma bolha souls-like jogos que apresentem qualquer tipo de dificuldade, um critério altamente subjetivo e muito raso para classificar qualquer game.

E, bem… chegamos então a Curse of Eternity.

Curse of Eternity

Curse of Eternity foi desenvolvido pela Imakeda Games usando Unity, e eu até cogitei que os gráficos pobres, movimentação e combate fracos poderiam ser culpa da engine, mas não tem como pensar nisso sabendo que essa mesma engine está por trás de Ori and Blind Forest e Horizon Chase por exemplo.

De começo somos apresentados a 3 classes: Guerreiro, Assassino e Mago (padrão de qualquer RPG), todas com suas peculiaridades. O Guerreiro é forte, tem escudo porém é lento (mais ainda do que os outros personagens que já são lentos); o Assassino tem um combate mais rápido porém também fica só na tentativa de parecer mais rápido e o Mago com seus ataques a longa distância tem o combate mais fácil para poder desviar de golpes.

Como dito anteriormente, o jogo tenta copiar bastante a fórmula Souls de combate: rolar, desviar, ter estamina, etc… mas tentar não é conseguir. O jogo peca muito. A impressão que tive foi estar jogando um “Demake” de Dark Souls.

Você bebe poção parado (um crime) e por mais que você chegue pelas costas do oponente não é possível aplicar um back stab (Ao menos em DS1 é possível). E boa sorte tentando se adaptar com o combate, pois terá momentos em que a hitbox vai te enganar e você vai achar que está na distância certa para bater, porém vai errar mesmo estando quase colado com o inimigo. Já se o inimigo te bater nesse meio tempo na mesma distância que você tentou acertar ele, você vai tomar o golpe. É de rir para não chorar.

Curse of Eternity

A história assim como em Dark Souls não é jogada na sua cara, e com o decorrer do caminho você vai encontrando tomos no mapa que explicam algumas coisas e vai da sua interpretação entender ou não os acontecimentos.

Durante nossa jornada também encontramos itens em forma de dados D20 porém nenhum dos lados influência na qualidade do item que vai vir, infelizmente o visual é só para estética, e seria bem bacana se esse número influenciasse no drop do item.

Durante o jogo você percebe que o tamanho do cenário é gigantesco, mas a quantidade ínfima de inimigos fazem ele parecer só um campo aberto sem propósito.

Ainda no aspecto do mundo vazio, Dark Souls tem esse problema em alguns cenários, porém lá isso é contornado com a qualidade sonora ambiente, seja pisado, vento, eco dentro de cavernas e afins porém aqui pelo menos a impressão que tive foi de aflição pois você anda por vários metros sem nada acontecer e o cenário mudo e o som que os inimigos emitem são bem genéricos o que pra mim quebrou a imersão ainda mais do game.

Mago em Curse of Eternity

Nesse meio tempo em que estamos andando no vazio algumas side-quests são jogadas no nosso colo por alguns NPC que encontramos no caminho. Além disso, alguns lugares contam com quebra-cabeças porém as recompensas não são tão valiosas.

Você não precisa ficar travado pelos status do personagem, temos aqui a proficiência, que é uma espécie de árvore de talentos, onde além de subir status como força, inteligência, destreza e virtude, também pode ser evoluído maestria, que vai te ajudar tanto a usar certo tipo de arma quanto alguma magia especifica mas claro, isso também será afetado devido ao baixo número de inimigos e também pela quantidade de “almas” que eles deixam ao morrer. O que dificulta um pouco a progressão no game. Você pode tentar jogar tentando matar todo inimigo que vê pela frente ou então ignorando inimigos secundários, porém seu avanço de nível vai ser um pouco mais complicado.

Proficiências

Em resumo, Curse of Eternity ainda precisaria de muito polimento e melhorias, principalmente no combate.

Não dá para tirar todo o mérito da desenvolvedora por tentar, porém fica claro como água que esse jogo devia ter ficado mais tempo no forno para talvez assim não ter tantos problemas. Da forma como foi lançado ele pode acabar manchando a reputação do estúdio e/ou afastando o público amante do gênero.


A análise de Curse of Eternity foi feita graças a uma cópia digital gentilmente cedida pela assessoria de imprensa do jogo. Disponível para PC, Mac, Linux e Steam Deck.

Andrey Mota
Batizado pelo Mega Drive, desenhista nas horas vagas e todo dia um rage diferente.