Análise Warhammer 40,000: Boltgun (PS5)
Warhammer 40,000: Boltgun é um boomer shooter com apelo retrô que agrega elementos modernos de design na sua mistura frenética, violenta e divertida.
Warhammer 40,000 Boltgun é provavelmente a coisa mais próxima que teríamos caso fizessem um shooter baseado em Warhammer nos anos 90. E é até estranho que não exista um jogo assim da franquia, já que existem milhares de títulos do universo e mais são lançados a todo momento.
Duvida? Leia esse texto do Willian sobre Warhammer 40,000: Shootas, Blood and Teef onde ele comenta mais sobre isso.
Se eu tivesse que apontar uma única franquia que combinasse perfeitamente com boomer shooters, Warhammer estaria na ponta da língua. A franquia nasceu nos boardgames e se popularizou nos jogos eletrônicos com uma jogabilidade mais estratégica, mas o jogo que me apresentou todo esse universo foi Space Marine.
Seu combate brutal e seus gráficos estilosos tornavam essa mistura de hack and slash com um shooter em terceira pessoa em algo extremamente interessante para os padrões da época, e sinceramente? O jogo funciona muito bem até hoje.
E pra mim é difícil falar sobre Boltgun sem pensar em comparações com Space Marine. Apesar de estética e mecanicamente diferentes, na minha opinião os dois jogos conversam muito bem, com Boltgun conseguindo despertar a mesma sensação que tive há mais de dez anos.
Ainda pela estrada das memórias, Boltgun remete a jogos da era de ouro da Id Software, com algo que seria uma espécie de intermediário entre DOOM e Quake, com lindos e modernos sprites 2D espalhados por um cenário 3D de visual retrô.
Os Space Marines são a elite do império, os maiores guerreiros da humanidade e ao assumir esse papel o jogador já pode esperar participar uma frenética fantasia de poder, e Boltgun não entrega nada mais nem nada menos do que isso.
O universo de Warhammer é riquíssimo em boas histórias e jogos baseados na franquia costumam focar bastante nisso, porém mesmo com uma introdução um pouco mais alongada do que se espera de um boomer shooter, aqui essa lore é apenas um pano de fundo para que você faça o que um Space Marine faz de melhor: Purgar hereges!
O jogo começa em um ritmo mais lento, e já que os Space Marines são a elite do campo de batalha, durante as 3 primeiras fases eu praticamente atropelei tudo o que eu vi pela frente.
Poucos inimigos na tela e uma curva de aprendizado suave quase me fizeram reiniciar em uma dificuldade mais elevada, mas então veio o ponto de virada e o jogo clicou, me transportando diretamente pros anos 90.
Dezenas de inimigos na tela, projéteis, raios, bombas, sangue, vísceras e eu não conseguia tirar o sorriso do rosto. Eu sentei em um domingo de manhã, só parei pra almoçar e no final da tarde terminei o jogo completamente extasiado.
O principal problema em produzir um boomer shooter’s é que nem sempre os desenvolvedores entendem o que tornava esses jogos incríveis em uma época em que eles nem tinham esse nome, mas Boltgun parece ter saído diretamente da trinca Carmack, Hall e Romero para os dias de hoje.
A qualidade de design e jogabilidade é inegável, os cenários são interessantes e os inimigos variados. Mas isso não significa que o título seja isento de problemas. O level design pode ser bem confuso às vezes, o que talvez ajude a emular esse sentimento dos anos 90 e faça parte da experiência — mas não deixa de ser confuso.
Um ponto que deixa a desejar logo de cara é o design de som. A trilha sonora não é nem um pouco inspirada e sons que deveriam receber um destaque maior acabam ficando encobertos por efeitos sonoros de fundo e acabam confundindo o jogador. Contudo, no geral, considero esses problemas quase um pequeno detalhe em meio a imensidão de acertos do game.
Boltgun é um retro shooter que entende exatamente como cativar os velhos nostálgicos, mas ainda assim agregar elementos modernos de design, abusando da verticalidade e inventividade nos seus cenários apimentados com um ritmo de jogo alucinante e é uma recomendação fácil para fãs desse estilo de jogabilidade.
Espero que vocês tenham gostado dessa análise que também está disponível em vídeo no canal do Old Players Never Die no YouTube, que gentilmente aceitaram essa parceria com o Conversa para publicarmos o conteúdo deles também em texto aqui — com pequenas alterações nossas para fazer uma transição mais suave do vídeo para texto.
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A análise de Warhammer 40,000: Boltgun foi escrita pelo Thiago Lopes do canal Old Players Never Die com base em uma cópia de review gentilmente cedida pela assessoria de imprensa da Auroch Digital. Também disponível para PlayStation 4, Xbox One, Xbox Series, Nintendo Switch e Microsoft Windows.