Análise Legend of Zelda: Echoes of Wisdom (Nintendo Switch)
Legend of Zelda: Echoes of Wisdom é o primeiro game da franquia onde jogamos com Zelda em uma aventura divertida e com bastante liberdade.
Quase todos nós conhecemos as aventuras de Link desde 1987. Sabemos como ele funciona. Armado com sua espada, um escudo e uma série de outras ferramentas, o herói vestido de verde está sempre bem equipado para salvar Hyrule. Mas e a Princesa Zelda, já que ela é sequestrada quase o tempo todo?
É isso que a Nintendo quer que descobrimos com o seu novo Legend of Zelda: Echoes of Wisdom! Como o nome do jogo sempre indicou, já não é Link mas sim… Zelda que desta vez controlamos ao longo da história.
E para alegria dos fãs brasileiros, o jogo está totalmente traduzido para o português, e isso é um motivo de comemoração para os futuros jogos, não só da franquia Zelda, como os demais exclusivos que estão por vir.
A Nintendo nos traz uma experiência inédita para uma de suas maiores franquias, ao mesmo tempo que assume a direção artística de seu remake de 2019, Legend of Zelda Link Awakening: Um jogo em 3D muito colorido e caricatural.
O destino de Hyrule está em suas mãos… Zelda!
Legend of Zelda: Echoes of Wisdom não é uma sequência de nenhum dos jogos anteriores. Como costuma acontecer com os títulos da franquia, este é um cenário à parte, embora quase sempre encontremos protagonistas idênticos.Então, não é necessário ter jogado os antigos para aproveitar a aventura.
Mas sobre o que é Legend of Zelda: Echoes of Wisdom?
Fendas misteriosas surgiram em Hyrule, fazendo com que alguns residentes desaparecessem após serem sugados para dentro dela. No início do jogo, controlamos uma criança com uma túnica verde que foi salvar a Princesa Zelda. Mais tarde descobrimos que seu nome é Link.
Até o momento, nada de anormal, exceto um número elevado de corações para o início do jogo, o que me fez lembrar muito de Zelda Tears of the Kingdon.
Finalmente chegando na frente de seu inimigo que segura Zelda no que parece ser um cristal, Link entra em combate e parece vencer. Mas agora o monstro com cabeça de javali está zombando e o chão está tremendo. Uma misteriosa fenda negra aparece de repente e começa a engolir tudo em seu caminho.
“Princesa Zelda!” Seu destino é salvar Link e o reino de Hyrule!
O nosso herói ainda sim consegue vencer o monstro, mas infelizmente acaba caindo na fenda, porém antes de salvar zelda, link consegue uma façanha para que a princesa consiga ser libertada de dentro de um cristal, e ai tomamos o controle de Zelda, que sensação fantástica !
A nossa primeira é escapar da fenda cada vez maior, acompanhados por uma estranha fada chamada Tri que aparece ao nosso lado, conseguimos fugir e chegar ao Castelo de Hyrule e ao Rei.
Mas então ocorre uma nova tragédia: o desaparecimento de seu pai e dos dois conselheiros, todos os três substituídos pelo que posso chamar de espectros do Re e dos conselheiros. Eles acusam Zelda do aparecimento das fendas e a prendem.
É nas prisões do castelo que realmente iniciamos a nossa aventura…
O cais tem começa depois de muitas dessas fendas apareceram por toda Hyrule, as pessoas estão desaparecendo por dentro e é a Zelda que fica responsável por isso, em um cenário muito bem elaborado para permitir que nossa jovem princesa se aventure!
Para ajudá-lo em sua busca, a pequena fada Tri faz para ele um cetro que lhe permite criar ecos de vários elementos presentes em seu caminho, sistema do qual falaremos mais tarde em uma parte dedicada.
Tri acompanha Zelda durante esta grande aventura após explicar a ela que somente ele e seus amigos são capazes de fechar as fendas. Infelizmente, seus colegas também desapareceram misteriosamente. Devemos, portanto, encontrá-los para que possam, com Tri, cumprir o seu dever.
Uma exploração vasta e divertida…
Como mencionado acima, o jogo não tem nada de diferente em termos de direção artística já que a Nintendo optou por utilizar os gráficos do remake de Legend of Zelda Link Awakening lançado em 2019. Portanto, evoluímos em um mundo muito colorido e com personagens em design mais repaginado lembrando muito um desenho animado infantil.
Estamos nos afastando completamente do estilo de Breath of the Wild e Tears of the Kingdom. Um promotor adorável, mas que também corre o risco de não agradar a todos que não estão familiarizados com o estilo dos jogos clássicos da franquia.
Do lado da descoberta, o mapa de Hyrule é bastante vasto e encontramos locais que muitos já conhecem (zero novidade né se tratando de Zelda, não é mesmo ?). Totalmente oculto no início, é revelado à medida que avançamos. A exploração não é linear, somos completamente livres para vagar como quisermos.
Além da missão principal, ao longo da história somos levados a conversar com diversos personagens que nos pedem ajuda na forma de missões secundárias. Não subimos de nível, mas geralmente ganhamos ingredientes ou objetos úteis para nossa aventura.
Quais são os ingredientes que ganhamos ou que encontramos em todo o jogo? Preparar bebidas com propriedades diversas: devolver-nos um certo número de corações, dar-nos mais força, resistência, etc. Essas bebidas, chamadas de smoothies, são feitas pelas Pragas Mercantes se você levar os ingredientes necessários.
A partir daí, podemos testar tudo e criar novas receitas que funcionam muito bem… e outras muito menos… A Nintendo, claro, pegou o sistema de Breath of the Wild e Tears of the Kingdom aqui, mudando apenas o nome: em vez de refeições prontas, temos smoothies.
Mas os smoothies não são a única coisa que nos dá vida. Tal como acontece com quase todos os outros jogos da franquia, podemos encontrar pequenas fadas para colocar num jarro, que nos ressuscitam em caso de morte.
À medida que o mapa é descoberto, também nos deparamos regularmente com grandes pedras para ativar, ao meu ver são uma espécie de totens que nos permitem teletransportar-nos para outros lugares do mapa de forma a evitar andar por todo o cenário.
Como controlamos Zelda que não deveria ter nenhuma arma além do cetro de Tri, o jogo tem uma sensação de infiltração já que de vez em quando temos que atravessar um local sem sermos avistados. Somados a isso estão os habituais quebra-cabeças para resolver como qualquer bom Legend of Zelda que se preze.
Estes puzzles são resolvidos graças aos ecos, cuja utilidade eu vou detalhar durante a análise, mas também graças à ajuda direta do Tri.
Na verdade, a estranha fada dá a Zelda a oportunidade de manipular objetos à distância, como mover uma pedra muito grande, por exemplo, ou desbloquear um objeto preso. É ainda possível fixar-se a um elemento móvel do cenário para se mover de acordo com os seus movimentos.
Zelda também pode se equipar com itens que lhe concedem bônus. No início do jogo ela só pode colocar um, mas a capacidade de carga aumenta aos poucos, em troca de rubis, moeda habitual da franquia.
Por fim, temos o interior das grandes fendas, para explorar e fechar graças a Tri e seus amigos. Estes locais são nada mais nada menos do que as habituais dungeons ou masmorras, chame-as como quiser, encontradas em todos os jogos Legend of Zelda, onde devemos resolver uma sucessão de puzzles para os ultrapassar com um chefe no final de cada um. Rapidamente descobrimos que existem inúmeras soluções para um único problema, graças aos ecos dos quais finalmente podemos falar agora.
Ecos e a liberdade à sua imaginação…
Como disse na introdução, quem está familiarizado com a licença está habituado a controlar Link com toda uma gama de armas e ferramentas diversas e variadas, sejam espada, arco, bomba, gancho, etc…
Zelda não traz todo esse arsenal consigo, apenas o cetro que Tri lhe deu e que se mostra extremamente útil. Na verdade, permite memorizar certos objetos ou seres vivos e fazer réplicas deles, também chamados de ecos. Podem ser, por exemplo, mesas, camas, morcegos, cobras, e mais um monte de objetos e inimigos que encontraremos na jornada.
Apenas um número limitado de cada um pode ser reproduzido porque a quantidade de cópias depende do seu custo e dos poderes que Tri consegue conceder ao cetro. Por exemplo, no início do jogo podemos duplicar três caixas. Se você tentar fazer uma quarta, o primeiro desaparece automaticamente. Para que?
Porque seu custo não é alto e o Tri é apenas nível 1. Mas irá evoluir ao longo da história. Na verdade, o número de ecos também aumenta. É possível memorizar quase tudo e qualquer coisa ao longo do jogo E encontramos a lista numa enciclopédia que pode ser consultada no menu principal.
Você entende a proposta do jogo? Então a partir daí imagine tudo o que você pode fazer com os objetos armazenados! Todos os ecos que você pode produzir! Zelda não tem armas? Bem, crie o eco de um ou mais monstros que lutam por você.
Você está no meio do nada, sem corações e não tem smoothies ou fadas em uma jarra para coletá-los? Faça aparecer o eco de uma cama e deite-se nela para recuperar a vida, o game te proporciona inúmeras possibilidades. Use várias mesas pequenas para subir em locais inacessíveis, etc.
Esses são apenas alguns exemplos entre muitos para chegar ao final da história, e afirmo, você vai precisar muito e deixe sua mente fluir.
Nisso, o jogo segue quase o mesmo princípio do seu antecessor, Tears of the Kingdom, só que as possibilidades são muito mais limitadas. Isso significa que não existe apenas uma solução para resolver um quebra-cabeça, mas muitas. Poderia até ser da maneira mais improvável possível. Deixe sua imaginação fluir…
Este sistema, já muito bacana, ainda assim continua muito aperfeiçoável. Na verdade, como podemos memorizar um grande número de objetos para replicar, provavelmente muitos, tudo rapidamente se torna confuso. Acabamos por não saber o que fazer com tudo isto e boa metade pode até revelar-se completamente inútil para a nossa aventura.
O sistema dispensável para se transformar em um Herói de Túnica Verde…
Neste novo Legend of Zelda controlamos a princesa pela primeira vez. E ao contrário de Link, ela não deveria ter as mesmas habilidades de guerreiro que ele. Portanto, nada de espada, arco ou escudo.
Mas para a nossa grata surpresa, a Nintendo não podia deixar seus jogadores órfãos de Link, e daí veio a ideia de uma transformação temporária de Zelda em Link com todas as suas habilidades de combate.
Estou falando aqui de suas habilidades com a espada e o arco, por exemplo. No canto superior esquerdo da tela temos uma barra de energia azul que, assim que estiver cheia, nos permite mudar para Link e lutar contra os monstros ao redor no maior estilo Link de ser. Uma vez vazio, nos tornamos a princesa novamente e devemos coletar pequenos orbes transparentes dos monstros derrotados para encher o medidor novamente e assim sucessivamente.
A metamorfose não dura muito porque consome energia rapidamente mas temos a possibilidade de melhorar a barra de energia, para que a transformação dure mais, ou de melhorar a força das armas de Link.
Para fazer isso, precisamos recuperar Fragmentos de Poder que podemos encontrar em toda a Hyrule ou em certos chefes. No início, custa apenas cinco fragmentos por atualização e, com o tempo, a quantidade necessária aumenta cada vez mais, para quem já está familiarizado com a franquia, sabe bem como funciona.
Conclusão
Particularmente eu fiquei em cima do muro nessa questão de poder assumir momentaneamente a forma do Link, ela é legal porque consegui jogar com meu personagem favorito do mundo dos games, mas ao mesmo tempo não se faz tão necessário, pois a vasta possibilidade de itens que a Zelda carrega podemos derrotar inimigos usando nossos próprios recursos e liberdade de pensamento, do que invocar link e pra limpar a área e deixar tudo mais fácil.
É uma pena que a Nintendo recue neste caminho fácil quando no final os poderes do cetro e as habilidades do Tri são mais que suficientes. Isso exigiu um pouco mais de reflexão para derrotar os inimigos.
Ser capaz de nos transformar em Link torna a tarefa um pouco fácil demais e quase nos permite derrotar monstros sem pensar, o que é totalmente diferente quando jogamos com Zelda.
Teria preferido jogar exclusivamente com Zelda e usar apenas o que nos rodeia no ambiente para avançar a história, mas isso não é um problema, pois quem opta por jogar com Link somos nós mesmos, então fique a vontade para jogar da sua maneira.
Mais uma vez a Nintendo surpreende com Legend of Zelda: Echoes of Wisdom, só que com menos impacto dos que os games antecessores, isso é meio óbvio. Porém a novidade de poder jogar Princesa Zelda em vez de Link pela primeira vez desde a criação do jogo e as mecânicas dos ecos introduzidas me empolgaram demais ao ponto de não querer parar de jogar na primeira jogatina.
O game é bem superior e mais detalhado do que Legend of Zelda Link Awakening, com uma liberdade superior de exploração, além de um mapa bem maior, soando um game bem mais refrescante de se jogar do que o remake de 2019.
Zelda: Echoes of Wisdom chegou em um momento em que ninguém esperava e muito menos imaginava como seria e tenho certeza que você vai sentir aquele toque e carinho especial que a Nintendo tem com seus exclusivos, principalmente quando falamos de Zelda.
Para os amantes da franquia, podem ir sem medo que dificilmente haverá decepção a não ser que queira comparar com o tempo de gameplay se comparado aos últimos Zelda lançados, pois este logicamente é bem menor, porém traz toda a nostalgia que precisamos.
Já os que vão se aventurar por Hyrule pela pela primeira vez, é um prato cheio para entender como funciona as mecânicas do modo clássico com um toque mais moderno.
Então vá e ajude Zelda a fechar as fendas com essa ótima surpresa que a Nintendo lançou, enquanto aguardamos ansiosamente por novidades envolvendo o filme de Zelda, Switch 2 e futuramente os rumos que levarão o próximo Zelda em um console mais potente.