Análise Copycat (PC)
A aventura de nossa gatinha em Copycat emociona e nos faz ter reflexões sobre a vida, mesmo que a sua jogabilidade às vezes atrapalhe.
Existem jogos que são difíceis de se descrever; seja por sua gameplay, estrutura, ou mesmo quando o jogo é muito surreal ou bizarro. Copycat se enquadra neste estilo. Não por ser um jogo complexo, surrealista ou algo do tipo. Mas porque é o tipo de experiência que é muito melhor ser jogada do que assistida, escrita ou falada.
O jogo desenvolvido pela Spoonful Of Wonder, composta apenas por um casal, e publicado no Brasil pela Nuuvem, mostra como a simplicidade em todos os quesitos de um jogo, ainda é capaz de emocionar e impactar.
Uma narrativa forte
Não há dúvidas que a história de Copycat é seu ponto mais forte e que a intenção dos criadores é passar uma mensagem de reflexão.
Tudo começa em um petshop, quando uma idosa chamada Olive, busca adotar um gato. E desta maneira, conhecemos, Dawn, a gatinha que será nossa companheira ao longo da jornada que dura pouco menos de três horas.
Dali, partimos para casa de nossa nova tutora e logo descobrimos que ela está passando por graves problemas de saúde e busca, de alguma forma, uma companhia no fim da vida, já que sua filha mora distante e, recentemente, também perdeu seu bichinho de estimação.
Deste momento em diante, o jogador é colocado literalmente na pele de uma gata. Você irá fazer tudo que o animal comumente faz, inclusive, a dificuldade que eles possuem de se acostumar com um novo lar.
Entrar em mais detalhes é dar spoiler demais. E talvez, dizer o que acontece pode passar um sentimento de simplicidade, que fatalmente levará alguns ao pensamento de que isso não é tão legal de se acompanhar.
Mas eu garanto, e para minha surpresa, a história de Copycat consegue surpreender, e trazer momentos fortes, que nos leva a muitas reflexões sobre a vida e a morte.
Inclusive, vale o aviso — logo no início o jogo indica que trata de situações sensíveis e caso você esteja passando por um momento emocionalmente complicado, talvez não seja a hora de se aventurar em Copycat. E assim como o próprio jogo indica: busque ajuda.
Estrutura simples, mas que se perde
Eu tenho muitas dificuldades em notar defeitos em um jogo feito por apenas duas pessoas, porque são claras as limitações que elas devem passar e ao mesmo tempo dá para sentir todo o amor colocado no sua obra. Porém, apesar de ser necessário em um review levar em conta esse ponto, também é preciso informar o leitor de pontos que ele possa considerar negativos.
Toda estrutura é simples e você nunca irá se perder. O jogo se comunica muito com o jogador, e diz sempre o próximo passo. Além disso, você não terá desafios para vencer ou puzzles para resolver. Tudo é básico ao extremo. Dependendo do tipo de jogador que você é, tudo que nesse parágrafo pode ser oscilar entre muito positivo ou negativo — ou os dois ao mesmo tempo.
Em muitos momentos Copycat se tornou um “simulador de andar” mesmo. E isso certamente será um problema para muitos. E admito que até mesmo para mim causou um certo cansaço.
Existem momentos que até história esfria e nada acontece — você se vê somente andando para frente e isso causa um certo desconforto. Talvez, se o jogo fosse um pouco mais curto, esta “barriga” certamente não seria sentida.
Vale a pena?
Copycat é um bom jogo que oscila em momentos de muito impacto, com momentos de tédio que podem fazer com que o jogador se desinteressar por tudo que acontece. E isso aconteceu por conta de sua estrutura que deixa o jogo maior do que ele deveria ser, mesmo ele sendo tão curto.
Mas para aqueles que são mais pacientes e gostam de experimentar coisas novas, eu fortemente recomendo dar um chance ao game, pois acredito que a narrativa dele (que está totalmente localizada para o português) será capaz de impressionar os jogadores e levar a uma boa reflexão sobre a vida em seu término.
A análise de Copycat foi realizada com base em uma versão digital de PC fornecida pelos parceiros da Nuuvem. Garanta já o seu no site da Nuuvem clicando aqui!
