Análise Arise: A Simple Story (Nintendo Switch)
Arise: A Simple Story é estupendo. Uma poesia em forma de jogo. Enredo, roteiro, direção de arte, tudo funciona para emocionar o jogador.
Nós nos acostumamos a falar que um jogo é bonito quando vemos gráficos incríveis, ou uma direção de arte fora de série, mas a beleza pode ir além disso.
Arise: A Simple Story é estupendo, é uma poesia em forma de jogo. E das boas! Enredo, roteiro, direção de arte, tudo funciona perfeitamente para emocionar o jogador.
Tudo começa pelo fim
O fim da vida. O funeral do protagonista. A força do tempo sendo implacável com a nossa existência. O jogo deixa claro desde o início que é sobre isso também, vida e tempo.
Sua alma, espírito ou consciência (chame como quiser), retorna a momentos chave da existência, como infância, adolescência e vida adulta. Momentos felizes e tristes e, quase sempre, emocionantes.
Mas Arise: A Simple Story não te faz apenas um espectador da sua própria vida.
Como um bom jogo de plataforma, você precisa passar por uma série de desafios e puzzles para coletar o máximo possível de “lembranças” e avançar nas fases da vida e do jogo.
Essas lembranças virão em forma de desenhos que vão se juntando e formando um mural, quase como uma história em quadrinhos. Você não precisa coletar todas para passar de fase, mas é difícil não ficar fuçando cada canto das fases procurando cada uma delas.
Por um lado, se a estrutura do jogo não é inovadora, sendo um jogo de plataforma onde você precisa resolver quebra cabeças para ir do ponto A ao ponto B, por outro, o estúdio Piccolo Studio adicionou o controle de um elemento que muda completamente como jogamos: O Tempo.
Às vezes pode ser impossível atravessar um rio em uma determinada época, mas em outra ele está seco. Ou até subir uma montanha coberta de neve, pode parecer impossível na hora que você chega, mas um dia, talvez isso tenha sido possível. Assim você vai caminhando pelos locais onde nosso protagonista viveu, mas não só no momento em que ele esteve ali e sim conhecendo como essas paisagens se modificaram através da história.
Um aspecto negativo fica pelas posições de câmeras pré-definidas. Dá para entender a escolha estética do estúdio e como isso “facilita” a criação, pois alguns pontos do mapa nunca serão expostos. Mas como o jogo, apesar de ser de plataforma, é todo em 3D a movimentação às vezes fica um pouco estranha com a posição da câmera escolhida pelos desenvolvedores. Mas, na maioria das vezes a opção é bem acertada, não causando prejuízos ao jogador.
Difícil segurar os elogios para a direção de arte. Como falamos no começo da análise, o jogo é lindo! Os personagens e cenários que parecem de massinha de modelar e os inúmeros desenhos “feito a mão” funcionam muito bem. E a história consegue ser contada mesmo com poucas palavras.
A trilha sonora acompanha o trabalho impecável de todo visual do jogo. Na maioria das vezes é relaxante, trazendo uma paz, remetendo a esse pós-vida. Em outros, combina muita bem com os efeitos sonoros do ambiente, como rios e chuva, conseguindo passar o sentimento de solidão ou tristeza do protagonista.
Conclusão
Recomendo muito Arise: A Simple Story. Embora jogos de plataformas já não sejam os mais populares atualmente, esse título consegue fazer quase tudo muito bem.
É divertido, emocionante, muito bonito, com um excelente level design e traz uma experiência única para o jogador.
Jogamos a versão de Xbox que foi disponibilizada pela Untold Tales e também a versão recém lançada de Nintendo Switch. Mas o jogo também está disponível para PC e PlayStation 4 e 5.