Análise Arma Reforger (PlayStation 5)
Arma Reforger, o primeiro jogo da franquia Arma a ser lançado nos consoles, agora está disponível para os jogadores de PlayStation 5.
O Arma Reforger é uma espécie de spin-off da franquia Arma, uma das maiores franquias de tiro tático do mundo dos jogos. Ele está no limbo entre o Arma 3 e o Arma 4 – jogo que ainda não existe – e, na prática, ele é a demonstração do upgrade feito na Infusion Engine da Bohemia Interactive. Esse upgrade mostra que o futuro para as franquias da Bohemia que usarem esse engine, vai ser bastante promissor, pois ela é o motor next gen da desenvolvedora.
O jogo se passa durante a Guerra Fria e o cenário é a ilha de Everon, que está sob disputa entre os exércitos soviético e americano. É possível escolher um dos dois lados para o modo de jogo principal chamado Conflito, que é o que se espera de um modo de jogo com esse nome: dois exércitos se enfrentando para controlar pontos de interesse no mapa. Mas esse controle por pontos de interesse se assemelha muito mais ao feito pelo Hell Let Loose do que aquele dos modos de dominação do Battlefield em que a gente só precisa ficar no lugar até uma barra se completar. Em vez disso, é necessário transportar suprimentos para que o ponto capturado se transforme numa base de operações.
Como era de se esperar em um jogo da Bohemia Interactive, o mapa é gigantesco e simplesmente sair correndo com um soldado no meio do campo aberto não vai levar ninguém a lugar algum. Todo trabalho de locomoção e combate dentro de Arma Reforger precisa ser coordenado com o restante do seu batalhão uma vez que todo o jogo gira em torno da necessidade de pertencer a um pelotão e se comunicar com ele para cumprir os objetivos maiores – os objetivos do seu exército. Então, isso implica um compromisso de horas dentro do jogo, primeiro para aprender como se joga e depois para colocar tudo em prática.
Aliás, essas são as primeiras escolhas quando a gente entra no modo conflito, escolher o exército e em qual batalhão a gente vai lutar.
De volta à escola (de guerra)
Muito do aprendizado vem dos tutoriais disponibilizados dentro do jogo no menu de cenários. O próprio tutorial é um mundo aberto que separa os aprendizados em algumas categorias: direção de veículos, estande de tiro, estande de movimentação, área de gerenciamento e transporte de suprimentos, área de cuidados médicos (do jogador e dos parceiros da equipe) e área de navegação por mapa, já que esse jogo é em 1980, época em que os aparelhos de posicionamento global não cabiam na alça de uma mochila então, temos que aprender a usar um mapa de papel, uma bússola na mão, lápis e um compasso, um detalhes que é bastante especial para mim, porque o tutorial de navegação cartográfica é fiel às habilidades que você aprenderia no mundo real para navegar com uma carta topográfica, observando pontos de referência e usando uma bússola para traçar a sua posição no mapa. Bastante satisfatório saber que é possível transferir esse conhecimento do jogo para vida real (caso um dia eu me perca em uma floresta numa ilha disputada entre soviéticos e americanos).
As partidas são construídas para durarem bastante tempo, já que o objetivo, especialmente do modo conflito, é dominar o mapa, capturando a maior quantidade de pontos de interesse possível. Esse gameplay é lento e metódico e exige coordenação dos batalhões para que os objetivos sejam capturados de maneira eficaz, porque se forem capturados por apenas um pelotão, podem ser perdidos no momento seguinte e aí todo o trabalho precisará ser refeito. Mas nem só de captura de bases, sobrevive o Arma Reforger porque, afinal de contas, ele é um jogo de tiro e ele conta com a excelência da Bohemia na autenticidade das táticas, veículos e no funcionamento das armas especialmente. É tudo bastante realista (ok, o céu do jogo, a “skybox”, tá bem feia e parece algo provisório) a ponto de ser até complicado demais para aqueles que não estiverem de fato investindo tempo para aprender as nuances e as minúcias de cada arma e de cada comando no controle.
O jogador de Arma Reforger precisa estar atento para encontrar um bom equilíbrio entre a ação e a parte burocrática do jogo, de movimentação, por exemplo, já que o combate é bastante metódico, não existe qualquer tipo de indicação da posição dos inimigos e os soldados adversários podem, inclusive, pegar os uniformes e o rádio dos seus colegas de pelotão e ficar a par de toda a comunicação do seu time.
Fui capaz de eliminar uma unidade de soldado inimigo no #ArmaReforger
— Diego Matias (@diegomatias.bsky.social) 2024-12-29T12:08:39.674Z
It’s a Long Way To The Top (If You Wanna Rock and Roll)
Em um jogo em que morrer é muito fácil e fazer algo de fato relevante para a evolução da partida envolve bastante coordenação. O jogador precisa estar bastante investido para poder tirar uma experiência prazerosa de Arma Reforger, pois ele não tem nada de casual. DayZ, o jogo de sobrevivência zumbi da Bohemia Interactive, nascido do Arma 2, é super casual comparado ao Arma. O jogo não é ruim, não me entenda mal, mas ele certamente não vai agradar quem for fã apenas da ação rápida de jogos como Battlefield, Call of Duty, Rainbow Six Siege, ou até mesmo do Hunt: Showdown 1896, pois Arma Reforger consegue ser mais minucioso e metódico do que o Hell Let Loose, por exemplo.
Mas uma coisa que ele não consegue fazer tão bem quanto Hell Let Loose é a transposição dos controles do mouse e teclado para o DualSense do Playstation 5. Pelo menos durante as partidas isso não é um problema tão grande já que mirar e atirar é relativamente simples. Agora prepare-se para gastar bastante tempo navegando pelos menus e pelo inventário do personagem do jeito mais arcaico e burocrático já concebido na história dos jogos.
Para quem não gosta de entrar em partidas multiplayer e depender de vários outros jogadores (vale lembrar que o jogo tem crossplay com a comunidade de PC, que pode ser desligado nas opções), Arma Reforger também tem cenários para serem jogados solo ou em cooperação com algum amigo. As partidas nesses modos também são longas e envolvem o mesmo tipo de captura de objetivos, mas dessa vez, é só você contra as inteligências artificiais dos inimigos.
Caso seu interesse em jogos seja pela adrenalina e os movimentos rápidos dos títulos mais famosos, então sinto te dizer, mas Arma Reforger não vai agradar o seu gosto.. Por outro lado, você é entusiasta dos simuladores militares e vivia cabisbaixo porque não havia nenhum tipo de jogo assim nos consoles, essa é a sua vez de aproveitar um jogo de tiro tático militar feito pela desenvolvedora mais famosa do ramo.
A análise de Arma Reforger para de PlayStation 5, só foi possível graças a uma cópia gentilmente cedida pelos nossos parceiros da Nuuvem, e você pode adquirir o jogo com um desconto especial clicando aqui.