Análise BPM: Bullets Per Minute (Nintendo Switch)
Em BPM: Bullets Per Minute você vai atirar e vibrar de acordo com batidas rítmicas em um rogue-lite frenético com uma trilha sonora irada!
Antes de tudo que vou escrever aqui, preciso dizer que BPM: Bullets Per Minute foi um dos games que eu achava que não seria capaz de realizar uma análise por conta da imensa dificuldade que encontrei pela frente, no qual passei horas e horas jogando sem fazer sequer um avanço significativo no game que fosse suficiente para escrever este review.
O trailer me cativou a primeira vista mas só agora tive a possibilidade de experimentar o game na versão de Nintendo Switch, e eu sentia que tinha que precisava ser mais habilidoso e exigente comigo mesmo para que pudesse progredir no game e ter uma boa noção de tudo que acontece nesse jogo frenético e caótico.
Dito isso, BPM: Bullets Per Minute é um rogue-lite de ação rítmica desenvolvido pela Awe Interactive onde controlamos inicialmente uma valquíria chamada Göll, que tem como missão impedir que os demônios do submundo invadem o mundo de Asgard.
Esteja pronto para batalhas frenéticas !
Como de praxe eu costumo fazer comparações entre um jogo ou outro para que você tenha uma noção melhor do que eu estou falando, é o seguinte, o game lembra muito o jogo DOOM, visão em primeira pessoa, batalhas frenéticas em arenas fechadas com geração procedural que vai dificultando cada vez mais que avançamos, mas ao mesmo tempo vamos adquirindo equipamentos que nos deixam mais fortes, porém a morte sempre estará ao seu lado, seja por uma ação errada ou uma quantidade alta de inimigos te atacando por todos os cantos da tela.
A cereja do bolo em BPM: Bullets Per Minute é que além do game de ação em primeira pessoa, nós precisamos jogar de forma rítmica, ou seja, fazendo uma espécie de fusão entre os disparos dados pela nossa personagem junto com o ritmo da musica, caso você erre essa combinação disparo/ritmo, esteja preparado para uma possível punição.
Dança dos tiros e movimentos…
A dinâmica de BPM: Bullets Per Minute é simples e direta, passamos a maior parte do tempo limpando áreas com monstros, coletando itens de melhoria até chegar no confronto contra o Chefão.
O ritmo da musica é o que dita praticamente 90% do jogo, porque é com essa mecânica que precisamos acertar o ritmo seja para atirar e até mesmo recarregar a arma, e caso erre, toda a ação é interrompida levando um tempo maior para ser realizada novamente, e isso gera um pouco de stress em meio a um combate onde você além de precisar sobreviver no cenário, ainda precisa prestar atenção no ritmo para sair vivo de uma sala e avançar para a próxima.
A proposta é interessante e as vezes até agradável fazer combinações entre atirar, recarregar, pular e esquivar, mas ao mesmo tempo eu penso que essa mecânica pode afastar alguns jogadores pelo fato de não só ter que se preocupar com os inimigos, como também ser bem assertivo com a proposta rítmica do jogo.
Paciência é fundamental…
BPM: Bullets Per Minute é um jogo onde você precisa ter paciência de aprendizagem, caso contrário certamente irá deixar o jogo de lado e perder a grana que foi investida nele. Então a dica que eu dou é que inicialmente jogue o game apenas para aprender a lidar com os sistemas que de modo geral se resume em em memorizar o ritmo das armas que você adquire para ir entendendo de uma forma menos compromissada em avançar logo nas primeiras horas iniciais, ou seja, seja estudioso durante sua gameplay.
Os chefes possuem níveis bastante elevados e novamente vou tocar no assunto da aprendizagem, pois neles também é preciso mais do que nunca entender como é a ação de cada um deles e como estamos falando de rogue-lite, morrer é voltar para o inicio.
Os comandos são simples, mas precisam ser executados na hora certa, eu particularmente me dei bem com as pistolas, mas não são elas que vão me fazer avançar no jogo, e daí é necessário o uso de armas mais poderosas, no caso as shotguns que também são ótimas de atirar mas na hora de carregar que é preocupante principalmente com as armas especiais tipo aquelas que conseguimos usar por alguns momentos em DOOM, só que em BPM: Bullets Per Minute um erro na hora da recarga, que é feito de um modo bala por bala se errar o ritmo, novamente sua ação é interrompida e o resto você já sabe o que pode acontecer.
Trilha sonora compensa a baixa qualidade gráfica…
Outro ponto que vale ser mencionado é que existem diversas armas durante a gameplay, mas a minha experiência é que existem mais armas que prejudicam do que propriamente te ajudam a avançar, e as armas eficazes são difíceis de conseguir , então quando conseguia uma delas a atenção redobrava para não perder a queridinha.
A trilha sonora de BPM: Bullets Per Minute é até boa e se encaixam perfeitamente na proposta do jogo, tendo como uma trilha para cada nível, e é ai que encontrei mais um problema, como morrer diversas vezes neste jogo é algo natural e voltamos no inicio caso isso aconteça, vamos ter que ouvir todas as musicas novamente por incontáveis vezes, e isso vai se tornando um tanto quanto enjoativo com o passar do tempo.
O jogo oferece 2 padrões, o Auto-Rythm que nos da a permissão de atirar corretamente na batida, aumentando seu medidor de dano e o outro permite que você se concentre em matar o inimigo o mais rápido possível. Mas certamente todos vão preferir o Auto-Rythm que é graça do jogo.
Os gráficos de todos os níveis são bem básicos e por muita vezes borrados lembrando muito os jogos dos anos 90,nenhum deles chamam a atenção por qualidade e sim pela cor saturada vista em praticamente todo momento, achei que poderiam dar mais atenção em questões de iluminação e diferenciando pequenos locais onde percorremos, mas tudo que eu vi são níveis com cores diferentes que soam mais como uma identificação do que propriamente um capricho dado a ele.
(lembrando que esta versão é de Nintendo Switch, então acredito que diminuíram a qualidade gráfica existente no PS4, Xbox e PC, para manter uma taxa de quadros melhor em um console com poder inferior aos demais)
Conclusão
BPM: Bullets Per Minute não é um jogo ruim, mas também não entra na minha lista de jogos que recomendaria para um amigo, mas ele proporciona sensações que estimulam suas habilidades técnicas com o joystick , reflexos, pensamento rápido para sair de situações complexas e principalmente com a adaptação do game com os Joy-Cons do Switch que faz com que podemos jogar livremente nos movimentando em frente a TV.
Então se você gosta de um FPS diferente dos convencionais, este jogo pode ser interessante, é daqueles que carregam um mix de sensações como tensão, prazer, frustração, nervosismo e outros mais que só jogando você vai entender melhor, mas tenha em mente da dica que dei lá em cima, a curva de aprendizagem requer um pouco de tempo e dedicação para engrenar, esse é um dos principais pilares para conseguir tirar vantagem no game, depois disso divirta-se matando diversos demônios e morrendo para eles também, mas faz parte do jogo!
A análise de BPM: Bullets Per Minute foi escrita com base em uma cópia de Nintendo Switch gentilmente cedida pela assessoria de imprensa do jogo.