Análise Freakout: Calamity TV Show (PS4)
Freakout: Calamity TV Show é um twin stick shooter que tenta compensar suas falhas técnicas com humor duvidoso, mas o resultado final não é bom.
Eu gosto bastante de twin stick shooters então fico atento a lançamentos ou novidades e sempre que alguém me indica algum jogo do gênero eu acabo conferindo com empolgação.
Foi assim com os excelentes Tesla vs Lovecraft e Neurovoider e foi assim com Jydge, que não chega a ser excelente, mas é bom.
Então quando o Conversa de Sofá recebeu Freakout: Calamity TV Show para review eu solicitei preferência na produção desse conteúdo.
Infelizmente apesar do game ter os seus momentos bons, eles são reservados para as lutas contra Chefes e para as fases finais, mas em nenhum momento chega a ser tão bom quanto os jogos citados acima.
Desenvolvido pelo estúdio independente francês Immaterial Studio e publicado pela JanduSoft e lançado em 17 de abril de 2020 para Nintendo Switch, Xbox One, Steam e PlayStation 4, Freakout: Calamity TV Show conta com legendas em português do Brasil o que garante que ninguém perca nenhuma piada, não que elas sejam boas ou que a história seja muito sólida, mas é sempre bom quando jogos são traduzidos para o nosso idioma, garantindo assim acesso amplo a todos os tipos de público.
Se você soubesse quem você é ou até vai a sua fé
Por falar em história, Freakout: Calamity TV Show é nitidamente uma homenagem a Smash TV, que foi lançado para os Arcades nos anos 90, e assim como ele tem a sua narrativa influenciada por The Running Man, filme estrelado por Arnold Schwarzenegger em que prisioneiros precisam lutar contra assassinos profissionais até a morte em um reality show transmitido em rede nacional.
A diferença é que em Freakout: Calamity TV Show o seu personagem não é um criminoso e na verdade nem sabe o motivo por estar participando desse reality com apresentadores metidos a humoristas, então o objetivo acaba sendo descobrir o que está acontecendo e quem está por trás da Fizzy Corp, empresa que patrocina o programa.
Apesar de não ser uma temática muito inédita ou inovadora ela transformou Jogos Vorazes em um best seller e Jennifer Lawrence em uma estrela, então por que não ajudaria Freakout: Calamity TV Show a ser um sucesso?
Porque para isso o jogo precisaria ter um diferencial consistente e isso ele não tem, infelizmente.
Morrer atirando
A jogabilidade é simples, com um analógico o jogador se movimenta e com o outro atira, ao completar as fases é recebido uma pontuação de acordo com o tempo, número de mortes e combos realizados.
Novas armas e power-ups, que são reabastecidos com cargas de fizzy soda encontradas em máquinas de refrigerantes, também são recompensadas ao final dos cenários e é possível reiniciar qualquer fase do começo se você sentir que escolheu a combinação errada.
Os cenários têm pontos de controle bem espaçados e isso é ótimo já que o game é baseado em hordas e hordas de inimigos e morrer é uma contante. Apesar disso não se preocupe, voltar a vida é instantâneo com o aperto de um botão, sem loadings.
O game tem 19 fases divididas em 5 capítulos, sendo a fase final de cada um uma luta contra um Chefão, que juntamente com as fases do capítulo final são as partes mais interessantes de Freakout: Calamity TV Show.
Os Chefes são bem variados e o jogador enfrenta desde um gigante com cabeça de TV e taco de baseball, passando por um trem que dispara balas de canhão até quatro fantasmas que só podem ser derrotados utilizando munições com cores correspondentes a cor de cada um, em uma fase temática baseada em Pac-Man.
Como mencionado as quatro fases finais são as mais interessantes e também as mais difíceis misturando todos os tipos de inimigos encontrados até então e várias armadilhas.
Alguns locais são até um pouquinho exagerados, mas é um bom desafio que contrasta com as fases iniciais que são bem mais fáceis.
O que considerar antes de comprar o game
A variedade de inimigos é razoável e é possível distinguir os diferentes tipos tranquilamente, alguns exigem um pouco mais de estratégia, como inimigos que tem escudos e podem ser eliminados com as habilidades especiais ou acertando o momento em que eles abaixam o escudo para atacar, mas o grosso das hordas são os inimigos comuns.
No quesito gráfico parece que Freakout: Calamity TV Show também guardou o melhor para o final.
As fases têm temáticas diferentes entre si, mas são quase sempre genéricas e só os cenários finais se destacam, e quando eu falo sobre se destacar não quero dizer que o jogo fique mais bonito, longe disso, em alguns pontos ele chega até ser bastante feio.
A trilha sonora é boa, já os efeitos sonoros dos tiros e destruição nem tanto, apesar disso confesso que quando o barulho dos tiros sincronizava com a música eu abria um sorriso franco. Não sei se isso foi pensado para ser assim, mas eu gostei.
Contudo um som que me incomodou foi o barulho do meu PlayStation 4 ao rodar o game.
Nem jogando títulos pesados como DOOM Eternal ou Final Fantasy VII Remake meu PS4 slim acelerou tanto os coolers como aqui, principalmente quando a quantidade de inimigos na tela aumentava, e quando isso acontecia somado ao barulho no videogame eu podia esperar uma queda constante de framerate.
Se você é um fã de twin stick shooters, Freakout: Calamity TV Show pode ser uma faca de dois gumes: você tanto pode gostar do game simplesmente por apreciar o gênero e querer consumir esse tipo de jogabilidade, como se decepcionar justamente por este ser um título que não faz muito para trazer algo novo e diferente à fórmula.
Por outro lado, considerando que Freakout: Calamity TV Show é relativamente barato, se estiver carente de jogos do gênero ou não se importar com o fato dele ser genérico, pode ser que o game renda algumas horas de distração e um troféu de platina fácil. Mas eu não recomendo.
A análise de Freakout: Calamity TV Show foi escrita com base em uma cópia de PlayStation 4 gentilmente cedida pela assessoria de imprensa do jogo.