Análise God of Rock (PlayStation 5)

Música e porrada entre Deuses do Rock, como isso não seria uma boa ideia? Confira nossa análise desse lançamento de 2023!

Título

Quem já jogava videogame nos anos 2000, muito provavelmente, se lembra a revolução que foi Guitar Hero.

Não que ele tenha inventado os jogos rítmicos, mas foi o grande expoente do estilo. Não conheço um jogador se quer que não desejava ter uma guitarra de controle para o jogo. E mesmo agora, duas décadas depois o estilo segue sendo reimaginado e reinventado.

K.O
K.O

Assim surge God of Rock, um jogo de luta com elementos já consagrados por grandes franquias como Street Fighter e Mortal Kombat, como personagens alinhados um de frente para o outro, barras de energia e especiais, além de ataques e combos. Mas tudo isso alinhado com o ritmo e com a música.

Para descer a porrada nos inimigos, você pode escolher entre 12 aspirantes a Deuses do Rock, todos prestando homenagens a grandes ícones da música como Elvis Presley e Fred Mercury, mesmo que isso não seja citada de forma literal no jogo, imagino que por questões de licenciamento. Mas cada personagem tem uma história própria que é contada rapidamente quando se joga no modo arcade. Esse é um dos pontos altos do jogo, e eu gostei de praticamente todos! Dei algumas boas risadas e entendi o motivo de eles estarem ali trocando uns socos.

O gameplay, por outro lado, é bastante diferente de qualquer jogo de luta tradicional.

Em God of Rock você não aperta simplesmente um botão e o personagem disfere um soco ou um chute. Os golpes comuns precisam estar sincronizado com as notas da música exatamente como em Guitar Hero e nos jogos que o sucederam. Ficado apenas os ataques especiais com comandos que estamos acostumados (a boa meia lua pra frete e soco, entre outras combinações). Esses ataques colocam notas “fantasmas” na linha do oponente o atrapalhando.

A dificuldade de acompanhar as músicas é bastante grande. Todas elas começam com poucas “notas” mas vai aumentando a complexidade de uma forma que, rapidamente, é praticamente impossível ver o que está acontecendo no resto da tela. O nível de concentração e habilidade que exige do jogador para fazer uma música perto da perfeição é absurdo. Por outro lado, é possível configurar a dificuldade dos confrontos contra a máquina, deixando ela mais ou menos “esperta”. Não pude jogar em modo multplayer, mas é possível jogar contra outro player real tanto no mesmo console quanto pela internet.

Uma característica do jogo que você não conseguirá observar, devido a atenção que as músicas exigem, é como ele é bonito. Os cenários são muito bem feitos e variados e os personagens são muito bem modelados e detalhados.

É preciso elogiar tanto o trabalho de direção de arte quanto as outras partes técnicas e God of Rock nesses quesitos está impecável, assim como a dublagem dos personagens.

Mas o que é o mais importante em um jogo rítmico? Sim as músicas, obviamente! A trilha sonora é boa, mas tem seus altos e baixos. Claro que seria mais empolgante se fossem clássicos do rock, mas imagino que isso não é viável, também, por questões de licenciamento. As faixas são bacanas, gostosas de ouvir, embora nenhuma realmente me empolgou ou ficou na minha cabeça.

No balanço geral God of Rock é um jogo muito bom e criativo. Tem um visual lindo e personagens cativantes. A parte sonora é boa, com dublagem excelente e muitas faixas originais de muita qualidade. Seria mais divertido descer a porrada escutando músicas mais conhecidas, mas é compreensível. A dificuldade das músicas é muito alta, o que deve assustar muitos jogadores casuais e é praticamente impossível acompanhá-las, realizar os ataques especiais e prestar atenção nos personagens ao mesmo tempo.


God of Rock está disponível para PC, Nintendo Switch, PlayStation 4 e 5 e Xbox One, Series S e X. Jogamos a versão de PlayStation 5 disponibilizada pela Modus Games.