Análise Guilty Gear -Strive- (PlayStation 4)

Guilty Gear -Strive- é o jogo de luta que veio para encantar jogadores novatos, pelo seu visual excêntrico, cheio de ação com traços de anime.

Guilty Gear -Strive-

Guilty Gear -Strive- finalmente acabou com a ansiedade de quem vem desde o ano passado aguardando o game que acabou tendo dois adiamentos (algo que infelizmente vem se tornando rotina no mundo dos games), o primeiro adiamento serviu para receber melhorias no seu modo online, ganhando uma nova data de lançamento prevista para 11 de abril que pra desespero dos fãs teve que ser adiada novamente, porém com a ultima versão beta do game lançada para fazer os ajustes finais ,cá estamos com o jogo finalmente lançado para PS4, PS5 e PC, então LET’S ROCK!

Guilty Gear é a franquia de jogos de luta que geralmente fica em segundo plano por grande parte da galera que curte jogos de luta, o game criado por Daisuke Ishiwatari e desenvolvido pela Arc System Works continua mantendo a ótima reputação da série com uma trilha sonora de alta octanagem, com belos gráficos 2.5D híbridos tão bonitos quanto Dragon Ball Fighters Z com jogabilidade intensa, educativa e recompensadora.

Desfecho do arco principal e continuação da história…

O modo história de Guilty Gear -Strive- segue a continuação dos eventos vistos em Guilty Gear Xrd com um fator interessante é que esse modo não é elaborado como um jogo de luta padrão, mas sim com a sensação de que eu estava sendo jogado para dentro de um anime, que por sinal possui desenhos muito bem produzidos utilizando uma brilhante execução técnica nos modelos e texturas dos personagens e cenário em tempo real. O modo história possui em média de 4 a 5 horas de duração podendo ser contada de uma vez ou é dividido em capítulos onde você pode dar uma pausa, tomar um café ou energético como preferir, levando cerca de 20 a 40 minutos para ser finalizado.

E daí partimos para o confronto final com That Man, a pessoa responsável por toda a destruição e danos ao mundo e seus habitantes. Então junte se a Sol Badguy e eu rival Ky Kiske em um elenco de 15 personagens enquanto eles enfrentam a surpreendente conclusão de uma história fantástica.

Guilty Gear -Strive- consegue alcançar um nível de qualidade absurda em suas animações.

Um convite amigável aos jogadores iniciantes

Mesmo não sendo um bom jogador de jogos de luta, daqueles que fazem combos infinitos que te encurralam no canto da tela não permitindo que o adversário tenha ao menos um segundo de reação, sim, estou falando dos veteranos, mas depois de algumas horas de jogo eu consigo me adaptar a vários tipos de games e Guilty Gear -Strive- não seria diferente. E para casos como este foi implementado uma mecânica chamada de Wall Break (quando o jogador pressiona o adversário na lateral da tela Corner Pressure, a ação volta de forma neutra com uma rápida cena trocando o cenário, dando um folego a mais para quem estava sendo pressionado) ou seja, sem combos infinitos. Tá ai mais um atrativo para aqueles que vão jogar e tem medo de entrar no modo online com receio de enfrentar um jogador experiente e acabar tendo uma experiência frustrante e acabam desistindo do jogo, porém independentemente dessa alteração, o game não perde sua essência permanecendo intacta para os fãs mais antigos.

Acredito que o dano causado por todos os personagens foi aumentado, então pude perceber que Guilty Gear -Strive- traz uma série de novas mecânicas de jogo projetadas para permitir que novos jogadores possam aprender rapidamente os fundamentos enquanto mantém a jogabilidade profunda e criativa pela qual o jogo é muito elogiado, tanto é que Daisuke chegou a se pronunciar dizendo que deixou de focar nos jogadores mais hardcores que buscam jogos de extrema dificuldade em execução de golpes e combos, para atrair jogadores mais casuais. E ao jogar pude perceber o quão ele estava certo, o game realmente é mais atrativo do que os anteriores que joguei.

Principal personagem da serie Guilty Gear, Sol Badguy versus seu grande rival Ky Kiske.

Não é só bater, estratégia é fundamental

Quando você pensa em jogos de luta, geralmente lembramos dos títulos mais conhecidos, como Mortal Kombat, Street Fighters, Tekken, The King of Fighters, Dragon Ball Fighters Z e até mesmo o Super Smash Bros., e Guilty Gear passando um pouco despercebido por jogadores casuais, talvez porque seja um game de luta mais tecnicamente pensado do que um esmagador de botões. Mas sabemos que o game é adorado por jogadores experientes que possuem certa facilidade com games desse gênero mais complexos, e é por isso que Guilty Gear é tão importante quanto os outros.

Como falei anteriormente você não pode simplesmente sair apertando o botão achando que vai se dar bem, acredite, fiz isso nas minhas primeiras partidas e só foi derrota!

Em Guilty Gear -Strive- você precisa planejar cuidadosamente cada um de seus movimentos já que o jogo não é rápido como visto em outros jogos de luta, então vou tirar como exemplo o Sol Badguy, ele é um personagem mais lento porém tem um poder de ataque muito elevado, e junto de Ky e Axl são os personagens mais fáceis de se adaptar para quem tá experimentando o game pela primeira vez, eles são os Ryu e Ken do game, então leve em consideração na hora de escolher seu personagem nas primeiras jogatinas.

Porém se você passar alguns minutos jogando o modo de treinamento, certamente aprenderá tudo o que há pra fazer no game e com os personagens, como saber o momento certo de aplicar o Dash pra frente ou para trás, usar no momento certo um bloqueio chamado de Roman Cancel, que nada mais é do que uma mecânica destinada a paralisar uma investida de ataque massivo do adversário, mesmo que por um curto período de tempo, e até mesmo prolongar as sequencias de golpes.

Mas tudo isso custa um grau da sua barra de tensão/poder. Voltando ao treinamento, se persistir você pode ser capaz até de tirar uns combos seguido de um especial que não é fácil de ser executado com todos os personagens pois é praticamente tudo igual ou seja, se aprendeu a fazer o especial de um personagem vai saber dos demais. Eu por exemplo curti muito o personagem Zato-1 pelo fato deste ter habilidade de lutar com sua sombra e poder controlar ela, achei ele bem balanceado tanto para atacar quanto para lutar a distancia mas não é um personagem forte. Então depois de conseguir dominar um dos personagens citados acima, tente jogar com outro pra ver se pode te agradar, comigo foi assim e pode ser que seja com você também, então faça e experimente sem medo!

Francamente eu não via em jogos de luta um tutorial tão completo e de fácil entendimento para a galerinha que tá iniciando o game pela primeira vez.

Zato-1 atacando a longa distância usando a habilidade de controlar sua sombra.

Sensação agradável e um novo modo de luta

De um modo geral, Guilty Gear -Strive- é satisfatório, o game conseguiu trazer de volta a sensação que eu tinha nos fliperamas na época da adolescência e confesso que me diverti mais do que imaginava, até porque não tive grandes experiências no jogo anterior mas posso afirmar que senti algo mais suave nesse novo game da franquia dando aquela sensação que eu não sentia a anos “Ah, vou jogar a saideira” e quando me dou conta, horas se passaram desde o momento que eu prometi que seria a ultima luta do dia, leia-se madrugada. A trilha sonora do jogo é extremamente empolgante, com muito rock e metal durante as lutas dão um gás a mais na hora da pancadaria, e pra melhorar cada personagem tem sua própria musica tema.

Os modos tradicionais de Guilty Gear -Strive- permanecem lá, tais como tutorial, história, versus CPU, missões, sobrevivência, treinamento e um novo modo chamado de torres rankeadas.

Achei o modo missão interessante e foi lá onde aprendi mecânicas mais complexas de ser executadas, e missão é o que não vai faltar em Guilty Gear -Strive-, pois joguei mais de 70 delas e não cheguei ao fim de completa-las.

O modo treinamento além de poder programar a inteligência artificial do adversário no qual podem ser realizadas uma infinidade de movimentos de acordo com o que você deseja aperfeiçoar ou aprender, e é claro, livre para testar combos e suas estratégias de combate.

O modo de torres rankeadas lembra muito Mortal Kombat. São 10 andares para subir na torre celestial, só que não existe um continue infinito, ou seja, caso você morra algumas vezes, voltamos para o primeiro andar.

Podemos reparar no nível de riqueza dos detalhes tanto nos personagens, poderes e cenário, tudo é impecável.

Modo Online beira a perfeição

Eu já havia recebido o feedback de que o modo online de Guilty Gear -Strive- é excepcional, e realmente merece sua devida atenção e é o ponto alto do game, chamada de rollback netcode. Essa netplay permite que os jogadores de outros continentes se enfrentem sem gerar delay ou atraso de movimentação, ou seja, deixando a experiência online totalmente fluída e orgânica.

A minha experiência no modo online foi como estar ao lado de amigo sentados no sofá jogando no mesmo console, lembro de ter jogado contra um japonês e o jogo fluiu de uma maneira que jamais havia visto em jogos de luta online, simplesmente funcional, ótimo para jogar com os amigos.

Como havia falado sobre o game ser um atrativo para novatos, porém ainda existe a complexidade aplicada nele? Então, Guilty Gear -Strive-continua sendo um verdadeiro mind game, e no modo online pude perceber isso, pois tanto eu quanto meu adversário ficavam estudando um ao outro, e a cada golpe aplicado surgia um tipo de pensamento diferente de acordo com a reação que ele tinha na partida. E isso me fazia pensar na melhor maneira de atacar, defender, agir e escolher a melhor opção delas, caso eu cometesse algum erro, gera uma punição para ambos os personagens de acordo como a maneira como o jogo esta sendo praticado e de repente a voz do narrador entra em ação e estoura na tela a palavra counter, então evitar isso faz do jogo uma verdadeira luta em forma de xadrez.

Animação de um dos especiais de Zato-1 manipulando sua sombra chamada “Eddie” e aniquilando o adversário.

Conclusão

Com visuais e animações incríveis, Guilty Gear -Strive- entra como o primeiro jogo de luta next-gen da Arc Systems e entrega um pacote quase completo onde poderia ter mais opções de jogo, mas nada que umas atualizações não possam resolver isso. O game traz uma trilha sonora que causa impacto durante as partidas, algo bem tradicional da série, jogabilidade refinada e um netcode rollback funcionando a todo vapor tem o poder de revolucionar o gênero de luta, podendo abrir os olhos para outras desenvolvedoras investirem e inserir a ferramenta em seus devidos jogos, seria fundamental e de extrema importância nos dias atuais. E gostam de desafios e se arriscam no modo online, o jogo tem tudo para conquistar os novos e antigos amantes de jogos de luta e entrar no cenário competitivo, e o conselho final de toda a minha experiência com o game até o momento desta análise é que deem uma oportunidade a ele, aprendam como funciona as mecânicas do game e garanto a vocês que estará jogando um dos melhores jogos de luta atualmente e para aqueles que gostam de premiações, Guilty Gear -Strive- pode ser um forte candidato ao GOTY do ano como o melhor jogo de luta.

A análise de Guilty Gear -Strive- foi escrita com base em uma cópia de PlayStation 4 gentilmente cedida pela assessoria de imprensa do jogo.