Análise Gun Crazy (Nintendo Switch)
Gun Crazy é um jogo simples e curto que tem como pontos fortes o ritmo frenético e bons gráficos pixelados. Vale a pena? Confira em nossa análise!
Vez ou outra a gente se depara com jogos que buscam emular experiências antigas. Essas experiências são as mais variadas possíveis e vão desde a dificuldade elevada da era de 8 bits, a tranquilidade colorida de um jogo da Nintendo ou a profundidade de um RPG do final da década de 1990. Gun Crazy traz elementos próprios dos jogos do início dessa década, quando jogos de correr e atirar estavam em alta.
Gun Crazy é um jogo simples. Você controla a personagem principal e deve percorrer as fases atirando em tudo que aparece na tela. A personagem pode pular (com pulo duplo), correr, atirar e desviar em um movimento rápido (dash), o que garante uma pequena janela de invencibilidade. Também podemos controlar a direção dos tiros para atirar sem correr, adquirir itens que modificam o tipo de tiro da nossa arma e acertar um belo soco nos inimigos que estiverem ao alcance. É essa a singela gama de movimentos e mecânicas de Gun Crazy.
Corre, corre, corre
O objetivo do jogo é passar pelas 04 fases derrotando os chefes no final de cada uma delas. Para atrapalhar essa missão, inimigos surgem na tela lançando ataques corpo-a-corpo ou com tiros e mísseis que devem ser evitados. Tudo isso acontece enquanto estamos correndo, pois não é sábio aguardar e eliminar um por um. Assim, a quantidade de inimigos na tela e a dinâmica de ataque da personagem, ditam o ritmo acelerado do jogo.
O desafio é moderado e depende sobretudo da habilidade do jogador em insistir até chegar ao final do jogo, pois tudo acontece muito rápido. Cada tentativa (ou run) serve para memorizar os ataques dos inimigos e aprender a atacar com mais precisão. Como em jogos arcade do passado, temos um número limitado de vidas e continues e esses devem ser utilizados de forma calculada para possibilitar a nossa chegada até o final. Caso o contrário, ganhamos a possibilidade de voltarmos ao início da primeira fase para refletirmos sobre os erros cometidos e tentar novamente.
Arcade, para o bem e para o mal
No entanto, a combinação de mecânicas simples e ritmo ragatanga frenético poderia resultar em um jogo um pouco mais longo. As rápidas 04 fases de Gun Crazy, embora proporcionem um desafio honesto, passam em um piscar de olhos e, após dominar as mecânicas e memorizar os ataques do inimigo, o jogo pode ser terminado em menos de 30 minutos. Também não há qualquer linha de introdução ao jogo para dar contexto à ação. Tudo que se pode deduzir é que a personagem principal (sem nome) é uma policial e enfrenta uma horda de alienígenas e robôs.
Ao menos a apresentação visual do jogo é bem bacana, com gráficos pixelados coloridos e modernos, em um estilo visual mais próximos de animes do que aqueles das gerações de 8 e 16 bits. A trilha sonora também é muito boa e acompanha o ritmo acelerado do jogo. No entanto, existe um problema nos efeitos sonoros com volume excessivamente alto que atrapalham a música de fundo. Ainda bem que o problema pode ser resolvido nas opões do jogo, mas seria bem melhor que não existisse.
Arma Louca
Se eu pudesse resumir Gun Crazy em uma palavra, eu diria: inacabado. A falta de pelo menos um fiapo de roteiro para o jogo e as curtíssimas 04 fases existentes dão a sensação de que o jogo foi lançado com pressa. Um bom exemplo disso é a segunda fase do jogo que mais parece uma fase bônus do que outra coisa.
Como as mecânicas estão prontas e os gráficos são bonitos, Gun Crazy é competente em trazer o sentimento de nostalgia próprio dos jogos de 25 anos atrás, mas alguns meses a mais de desenvolvimento, com a adição de duas ou três fases e uma simples cena de introdução ao jogo poderiam fazer com que ele estivesse mais próximo de bons jogos como Blazing Chrome, por exemplo.
No mais, Gun Crazy é bom jogo de run ‘n’ gun, mas com uma duração extremamente curta. Eu indicaria para crianças que estão iniciando no mundo dos videogames. Se você se interessar, fique de olho em promoções.
Gun Crazy foi desenvolvido pela Ritual Games e publicado pela Ratalaika Games para Nintendo Switch, PlayStation 4 e Xbox One.
A análise foi realizada com base em uma versão digital para Nintendo Switch fornecida pela assessoria de imprensa do jogo.