Análise H1Z1 (PlayStation 4)
Na recente tendência dos jogos Battle Royale, H1Z1 estreia no Playstation 4 com a pretensão ambiciosa de bater de frente com Fortnite, o gigantesco sucesso da Epic Games.
Vivemos tempos mágicos. Quem diria que um novo gênero de jogos se consolidaria como um dos mais populares na indústria dos videogames a essa altura e ainda mais se tratando do saturado gênero de jogos de tiro (shooters)?
Após um período de beta aberto, H1Z1 Battle Royale foi publicado oficialmente no dia 07 de agosto e o fato é que, mesmo com todo o furor com que o gênero “só pode haver um” tomou conta dos jogos de tiro no PC, no Playstation 4 o jogo da Daybreak vem para ser o único concorrente do fenômeno Fortnite Battle Royale.
Mas os jogos desse gênero/modo são tão distintos entre si quanto os consoles em que rodam. Enquanto PUBG foca em certo realismo tático pro XBoxOne e Fortnite tem um visual cartunesco com a cara da Nintendo (embora esteja disponível nas três plataformas atuais), H1Z1 é uma mistura esquisita de tentar alcançar algum realismo sem comprometer a jogabilidade simplificada que ajudou o Battle Royale da Epic Games se popularizar entre streamers e jogadores casuais.
Isso, animal, deixa mesmo a zona segura#H1Z1 #PS4sharehttps://t.co/asxVVGz7D5 pic.twitter.com/jrd7hNWFNC
— Diego Matias (@DiegoMatias) August 11, 2018
For Those About to Rock (We Salute You)
H1Z1 pertence ao grupo de pioneiros do gênero popularizado pelo Brendan Greene. O “player unknown” trabalhou na versão do jogo pra PC antes de ter um jogo que levasse seu próprio nome no título mas, mesmo essa aparente vantagem no mercado não parece ter sido convertida em valor de produção. Quase todo aspecto do jogo parece ter, pra ser gentil, bastante espaço pra ser melhorado. Explico.
H1Z1 parece abrir mão de tudo que julga ser supérfluo na apresentação de um Battle Royale: aquele clássico lobby com seu personagem e os amigos da party lado a lado antes do jogo início de do jogo não existe. Ao selecionar um modo de jogo para 1, 2 ou 5 amigos, nós iremos para a área de espera onde bem sabemos que o jogo irá formar um grupo de até 100 pessoas pra nos jogar no mapa. Até aqui tudo é familiar então o próximo é passo saltar de algum veículo aéreo e seguir em queda livre para o ponto mais interessante do mapa? Não. Não há veículo e não há queda. Após a área de espera, temos uma segunda tela de Loading que corta pra uma descida de pára quedas em algum lugar aleatório sobre o mapa. Isso significa que não há muito o que decidir já que não é possível nos deslocarmos pra muito longe durante essa descida então, se você apareceu no centro do mapa, bom, poderá se focar em adquirir equipamento e ir pro combate, agora se apareceu na borda do mapa, sua prioridade será procurar algum veículo porque o fechamento da zona de segurança nesse jogo é rápido e o gás que mal permite enxergar alguma coisa será a ruína do seu personagem que corre tão lentamente.
Sad but True
Se até aqui você ainda não percebeu, eu vou deixar bem explícito: H1Z1 não possui o mesmo nível de polimento e valor de produção de PUBG ou Fortnite. Tudo nele parece pior que os rivais, a câmera é próxima demais e não temos o controle total dela, o mapa é feio e quase monocromático com uma estranha combinação de verde e cinza, a mira nas armas é lenta e o manuseio de algumas delas só fica claro tarde demais quando já estamos mortos. Um pequeno problema que a comunidade já espera ser resolvido: ao customizar nosso personagem, uma vez que escolhemos um acessório não é possivelmente removê-lo. Vai entender.
Ainda assim H1Z1 pode ser divertido Dada a natureza brutal dos Battle Royale, em que apenas uma vida é tudo o que se tem a cada partida. Quanto mais próximo do fim da rodada, maior é o risco, então cada eliminação de um oponente é uma experiência catártica e emocionante e como esse gênero abraça experiências cooperativas, o jogo da Daybreak ganha pontos pra já que as possibilidades táticas presentes no jogo solo são ampliadas. Outro aspecto positivo é a tentativa ainda que tímida de permanecer no espectro tático, em oposição ao Fortnite que é um parque temático colorido. Pra um jogo que simplifica tudo, descobrir que é possível deitar-se e até rolar lateralmente foi surpreendente pra mim.
It’s Only Rock and Roll (But I Like It)
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— Diego Matias (@DiegoMatias) August 4, 2018
O que fazer quando se possui um PlayStation 4 e o único jogo do gênero mais popular do ano é aquele direcionado a um público 20 anos mais jovem que nós? Como preencher o vazio deixado pela exclusividade do PUBG no Xbox One? A Daybreak parece ter sido a única até aqui a tentar entregar uma resposta pra esse “dilema”. Embora este semestre vá trazer os gigantes Battlefield e Call Of Duty, ambos com suas próprias visões pro modo Battle Royale, ao contrário do que ocorre no PC e até nos dispositivos móveis, H1Z1 é o único concorrente do Fortnite na plataforma da Sony até o momento. Chega a ser irônico que o único jogo a fazer frente ao rolo compressor da Epic Games num gênero que tem tudo pra seguir forte pelos próximos anos seja justamente um produto com toda aparência de estar 3 anos atrás dos demais. Mas ele está lá. E é grátis.