Análise Homefront: The Revolution
Lançado em maio desse ano, Homefront: The Revolution trás belíssimos gráficos, um mundo aberto e sistema de progressão semelhante ao dos RPGs e coloca o jogador num mundo de revolução em primeira pessoa.
O que faz um bom FPS em 2016? Com avanços tão óbvios em termos de motor gráfico e poder de fogo, nem sempre um gráfico mais bonito que a vida real e física impressionantemente realista são suficientes para um jogo de tiro em primeira pessoa ganhar destaque — é necessário fazer mais do que o lugar comum. Homefront: The Revolution, FPS da Crytek lançado em maio de 2016 pela Deep Silver, é o segundo título da série lançada em 2011 pela THQ.
É impossível não se atentar à ambiciosa história que Homefront: The Revolution apresenta. O jogador é colocado na Filadélfia em um contexto alternativo da década de 70 em que os Estados Unidos se vêem enfraquecidos economicamente e a Coréia do Norte é uma potência tecnológica governada por um poder autoritário que acabou ocupando o território estadunidense onde a trama se passa. Trata-se de uma espécie de linha do tempo alternativa que mostra os eventos de Homefront — o primeiro da franquia — imaginados de outra maneira.
O diferencial proposto por aqui já é bem manjado: Homefront: The Revolution se utiliza de mecanismos de mundo aberto para tornar a experiência mais atraente — e consegue, até certo ponto: Em muitos momentos você acaba se vendo imerso na realidade de um mundo vigilante em que qualquer deslize pode chamar atenção indesejada.
Em outros momentos, você só quer conferir os detalhes da Filadélfia que se mostra tão viva em suas ruas ocupadas por um exército violento e autoritário e suas esquinas cheias de gente conspirando ideais revolucionários. O design do mundo agrada bastante nesse quesito: O mapa é bastante detalhado e o universo soa bastante vivo por ali.
Por mais que o jogo tenha mecanismos open world, não pense que isso significa que você pode ignorar a campanha e se divertir apenas com missões laterais ou interagindo com o mundo num freeroam adoidado — não há muito o que fazer além das missões principais e das sidequests que acabam não empolgando muito.
O maior problema reside no fato de que na maior parte da campanha, o personagem estará sendo o grande office boy de open world e terá como grandiosa missão ir do ponto A ao ponto B matando alguns inimigos pelo caminho. Ad infinitum. Talvez esteja aí o ponto mais fraco do título: as missões são repetitivas e não empolgam. Existe uma grande chance do jogador se divertir por algum tempo mas acabar largando o jogo antes do fim porque a progressão é arrastada e cansativa.
Por outro lado, quem dá a merecida atenção ao visual vai se esbaldar com Homefront: The Revolution. Seus gráficos são belíssimos, com efeitos de iluminação que sem a menor dúvida contribuem para a formação de uma atmosfera responsável por imergir o jogador na realidade proposta.
Se por um lado os gráficos empolgam, a jogabilidade infelizmente decepciona. As mecânicas são cansadas, a IA não é nada inteligente e com frequência você acaba se aproveitando da burrice dos inimigos para abatê-los sem dificuldade. O sistema de modificação de armas é bacana, mas também não agrega nada de novo ao título — acaba caindo num lugar-comum moderno dos jogos de tiro em primeira pessoa.
De forma geral, os mais empolgados com o gênero poderão ter algumas boas horas de diversão com Homefront: The Revolution. Trata-se de um game com poucas falhas graves, mas que também não inova o suficiente para chamar atenção por algum fator específico qualquer. Os gráficos são de encher os olhos, mas acabam um pouco ofuscados por uma mecânica cansada e uma IA pouco esperta. Seu enredo é bastante interessante, mas com missões tão tediosas e repetitivas que poucos serão os jogadores com disposição de chegar até o final.
Homefront: The Revolution foi lançado no PC, PlayStation 4 e Xbox One. Análise feita a partir de uma cópia da versão PS4 cedida pela assessoria de imprensa da Deep Silver.