Análise Monster Hunter Wilds (PC)

Lutas épicas, armaduras incríveis e gameplay viciante: mesmo com desempenho questionável, Monster Hunter Wilds é uma entrada imperdível na série!

Monster Hunter Wilds

Algo que coloquei em mente neste ano de 2025 foi a decisão de experimentar franquias ou gêneros que nunca tive a oportunidade ou vontade de jogar. Parte dessa decisão já se iniciou neste mês de fevereiro, com o lançamento de Monster Hunter Wilds para PS5, Xbox Series X|S e PC.

De forma geral, eu acho que a franquia dispensa qualquer tipo de apresentação, já que, em seu capítulo anterior, Monster Hunter World, ela furou completamente sua bolha, chegando à impressionante marca de 28 milhões de unidades vendidas. Por conta disso, despertou meu interesse em jogar, mas, de alguma forma, nunca clicava comigo. Por mais ansioso que ficasse, eu logo perdia o hype e nunca conseguia progredir no jogo.

Monster Hunter Wilds

Porém, com essa minha nova decisão e após testar a beta que Wilds teve antes de seu lançamento, eu fiquei decidido a jogar. Devo dizer: foi a melhor decisão que tomei, pois a experiência não poderia ter sido melhor – quer dizer, até poderia, mas foi ótima. Você vai entender.

Antes de mais nada, quero deixar um aviso caso não tenha ficado claro: esse é meu primeiro contato com a franquia, e o foco será minha experiência com o game. Não ache e nem espere algum tipo de conteúdo profundo explicando, com detalhes, todas as nuances do gameplay, por exemplo. Este texto será focado em minha visão como iniciante na série, já que grande parte desse jogo foca exatamente nisso: novos jogadores.

Narrativa em Monster Hunter?

Sei que sempre houve uma lore no mundo do jogo, mas é claro e evidente que, em Wilds, a Capcom deu uma importância muito maior para o mundo que criou, criando uma campanha com personagens, fio narrativo e até créditos ao fim dela. Ao meu ver, isso parte de um interesse da desenvolvedora em atrair mais jogadores que preferem experiências single player. Mesmo que todos os jogos da franquia sempre possam ser jogados sozinhos, aqui é diferente.

Sem dar grandes spoilers, estamos sob o controle de um caçador ou caçadora que nomeamos e personalizamos conforme nosso gosto pessoal. Desta vez, ele ou ela possui voz e personalidade própria, justamente para dar peso à campanha do jogo.

Monster Hunter Wilds

Nosso foco é ajudar um garoto chamado Nata a reencontrar seu povoado, que foi atacado por uma fera que antes era considerada um mito. Em nossa jornada pelas Terras Proibidas, fazemos parte da Unidade Avis da Guilda de Caçadores e, claro, somos acompanhados por nosso leal escudeiro, o Amigato, que nos ajuda muito no combate, dando dicas e, além disso, curando nossa vida ou neutralizando os efeitos causados pelos inimigos.

Ao longo da jornada, buscando levar o garoto para sua casa, a nossa outra amiga Alma nos fornece as autorizações necessárias para realizarmos as caçadas, que limpam nosso caminho até a casa de nosso protagonista. Além disso, ainda temos a ajuda de Gemma, que fabrica nossas armas e armaduras, incluindo as do Amigato.

Confesso que a jornada possui mais personagens do que esperava, sempre visitando novos ambientes que têm biomas próprios e histórias contidas naquele povo. Ao longo do jogo, eu nunca fiquei tão apegado à narrativa, nem mesmo aos personagens. Preciso admitir que Nata me irritou algumas vezes, já que ele possui atitudes infantis que, claro, combinam com o personagem, mas, ainda assim, irritam bastante.

Acho que o maior trunfo da narrativa é sua estrutura, que nunca deixa a peteca cair por muito tempo. Sua fórmula é muito simples: cinemática, luta contra chefe e, assim, esse loop se repete até o fim da história. Além disso, as cenas são rápidas, com diálogos curtos, já que o jogo entende que o foco é o gameplay. Por mais que busquem uma narrativa, esse não é o foco principal.

Monster Hunter Wilds

Apesar de não ter gostado tanto da narrativa em si, o loop de gameplay melhora muito essa percepção e faz você entender a estrutura do jogo como um todo, já que essa história serve basicamente como um tutorial para o que de fato importa: o pós-game.

Gameplay crocante

Um dos motivos que sempre me fizeram querer jogar a franquia Monster Hunter era seu gameplay. Eu via aquelas lutas contra monstros e achava incrível como elas eram bonitas de se ver e pareciam ainda melhores de se jogar. Agora que finalmente tive a experiência, fico feliz em saber que não estava errado. Como é bom! E, ao mesmo tempo que é divertido, é complexo e profundo. Vamos por partes.

De forma geral, o gameplay segue um padrão comum para quem joga games de aventura com foco em combate. Ou seja, você possui uma arma e, com ela, você realiza ataques fortes ou normais, além de esquivar, defender e criar combos extremamente divertidos. Algo que impressiona, pelo menos para um novato na franquia, é a quantidade de armas que você pode escolher – são 12 no total –, e o mais chamativo é que cada uma possui uma forma muito específica de jogar.

Equipamentos

Eu, por exemplo, usei as Duplas Lâminas, que são focadas em ataques rápidos e frenéticos, e a Lâmina Dínamo, que é mais pesada, mas ainda assim permite uma movimentação rápida. Assistindo, você pode pensar que não há tanta diferença entre elas, mas eu garanto: com o controle na mão, a dinâmica muda completamente, muito por conta da criação de combos. Isso foi algo que gostei muito ao longo do jogo: todas as armas precisam de um tempo de adaptação para que o jogador possa extrair o máximo de seu potencial.

Você ainda pode aprimorar o poder delas colocando elementos específicos, como choque, veneno, água, entre outros, além de aumentar seu poder base. Tenho certeza de que nem arranhei a superfície do potencial dessas armas, pois é possível ser muito mais criativo ao longo de Monster Hunter Wilds.

E as caçadas são algo único. É bizarro como elas são divertidas. O jogo possui uma gama variada de monstros – como cobras, dragões, minhocas gigantes e afins – e cada luta é única. Isso porque os ambientes interferem nas batalhas e a IA dos chefes é excelente, propondo desafios que ficam cada vez mais difíceis, mesmo ao jogar com amigos.

Algumas lutas certamente ficarão na minha memória por todo o espetáculo visual que elas proporcionam. A soma de seus ataques, dos golpes dos inimigos e de todo o cenário se torna um verdadeiro balé que cria algo lindo de se ver.

Armaduras

Fashion Hunter

Algo que preciso destacar é a beleza das armaduras deste jogo. Posso estar exagerando, mas, no mínimo, esse game possui as melhores armaduras que já vi em um jogo. Meu Deus, como são lindas! Para quem não sabe como funciona, sempre que você mata um monstro, coleta os itens que ele oferece. Com eles, você pode criar armas e armaduras, e essa é grande parte da diversão do jogo, já que raramente terá todos os itens que precisa matando o chefe apenas uma vez. Normalmente, você precisará derrotá-lo três vezes. Mas acredite: vale a pena!

Fashion

Não sei dizer o que esse jogo faz, mas ele consegue instigar o jogador a se interessar por esses itens cosméticos, criando uma necessidade de ir atrás de todos eles. Por conta de tempo, não fiz e nem vi todas, tenho certeza disso, mas, pelo que vi, é um ponto extremamente positivo, já que são simplesmente de cair o queixo.

RE Engine tem problemas

Desde seu surgimento no Resident Evil 7, o motor gráfico da Capcom, chamado RE Engine, vem surpreendendo jogo após jogo com sua beleza, mas principalmente por sua capacidade de ser um motor gráfico de desempenho ímpar. Não é à toa que, desde RE7, este motor foi usado em praticamente todos os jogos da empresa nos mais variados gêneros, como luta, ação, terror e, ultimamente, mundo aberto.

No ano passado, a desenvolvedora japonesa lançou Dragon’s Dogma 2, o primeiro jogo de mundo aberto na RE Engine, e seu desempenho foi sofrível, principalmente no PC. Falo por experiência própria: não joguei o game inteiro, mas, no pouco que joguei, percebi quão difícil estava o desempenho. Mesmo em PCs mais poderosos que o meu, o jogo apresentava problemas graves. Infelizmente, aqui não é diferente.

Problemas com texturas

Monster Hunter Wilds nem é um jogo de mundo aberto, mas oferece ambientes bastante amplos, com um número imenso de detalhes, como muita folhagem, sombras e animais. Ainda assim, no meu ver, não há justificativa para um desempenho tão ruim. Meu PC não é algo da NASA, mas nunca tive dificuldades em rodar nada nele. Aqui, porém, tive várias.

Um detalhe que destaca isso é que, caso você escolha as configurações no alto, ele automaticamente ativa o DLSS para gerar frames, o que não faz sentido. O jogo sempre tenta induzir você a usar essas tecnologias, já que rodá-lo de forma “pura” não é uma boa ideia, dado o desempenho sofrível. Estendo essa crítica ao PS5: ao menos nas betas, o modo desempenho era horrível, com uma resolução muito baixa e um filtro de borrão que deixava tudo muito feio.

Não sou um gênio da tecnologia e nem sei explicar o porquê, mas o jogo possui um feeling feio em todas as suas texturas, sendo possível ver os pixels estourados em vários locais. Não sei o que aconteceu, mas torço muito para que isso seja corrigido.

100% Localizado

Há muito tempo os jogos da Capcom sempre chegam localizados em português brasileiro, mesmo em jogos menores da produtora, porém, desde Resident Evil Village, isso se estendeu com a dublagem no idioma. Houve alguns jogos que não possuem essa dublagem, porém, os maiores da casa estão vindo e Monster Hunter conta com uma dublagem excelente, além da localização muito bem feita.

Monster Hunter Wilds

Vale a pena?

Como um estreante na série, eu não poderia estar mais feliz. Monster Hunter Wilds foi uma experiência extremamente divertida, que me fez tornar-me um fã da série. Um gameplay divertido que cria lutas inesquecíveis e um conteúdo robusto que prende o jogador.

A campanha se torna um excelente tutorial para novos jogadores, além de novas mecânicas que foram simplificadas para criar uma nova leva de fãs.

Mesmo que o jogo tropece, principalmente em sua performance, não é o suficiente para atrapalhar a experiência como um todo, mas de fato, cria uma manchinha. Caso você possua interesse em entrar na série, Monster Hunter Wilds é o caminho ideal.

Monster Hunter Wilds


A análise de Monster Hunter Wilds só foi possível graças a uma cópia gentilmente cedida pelos nossos parceiros da Nuuvem, e você pode adquirir ele, ou qualquer outro jogo, com um desconto especial clicando aqui.