Análise Rainbow Six Siege
Num ano repleto de jogos do gênero tiro em primeira pessoa, Rainbow Six Siege chegou sem fazer muito alarde mas conquistou os amantes do gênero e promete vida útil de pelo menos dois anos no cenário casual e competitivo.
Posso afirmar que 2015 foi o ano em que mais tive contato com jogos do gênero FPS (first person shooter), voltei a jogar Counter-Strike, dei uma segunda chance à Destiny com a expansão The Taken King, e me deixei levar pelo hype dos lançamentos de Call of Duty Black Ops 3 e Star Wars Battlefront.
Não bastassem tantos títulos e opções de um mesmo gênero, a Ubisoft para a surpresa de todos foi quem se destacou nesse cenário com mais um FPS. Com o estigma de carregar a marca Assassin’s Creed nas costas, a gigante de Montreal surpreendeu com o lançamento de Rainbow Six Siege, um jogo de tiro em primeira pessoa tático.
Tom Clancy’s Rainbow Six é uma série de jogos de tiro com foco em combate tático contraterrorismo que deu as caras pela primeira vez em 1998 mas sempre seguiu uma linha semelhante aos demais jogos do gênero, a parte tática acabava ficando em segundo plano e os jogadores seguiam apenas o modus operandi básico de eliminar a equipe inimiga.
Esse é um mal que assombra a maioria dos jogos de tiro, onde os jogadores abandonam todos e quaisquer objetivos adicionais e partem para o “mata-mata” tradicional. Mesmo em modos de conquista de pontos ou captura de bandeiras vemos muitos jogadores ali apenas para “fazer frag“.
Contra tudo e contra todos Rainbow Six Siege trouxe uma nova roupagem a esse conceito, novamente com a premissa de um jogo de tiro em primeira pessoa tático, aqui não basta mais partir pra cima no maior estilo Rambo, é necessário coordenação e trabalho em equipe.
Dividido em partidas de Caça-Terrorista e Multiplayer, o jogo trás objetivos comuns às maiores forças antiterrorismo de todo mundo. No modo de desarmar bomba, devemos invadir uma locação tomada por uma grande onda de terroristas, identificar onde estão plantada as duas bombas, eliminar os inimigos no caminho e desarmá-las.
Já no modo de resgate ao refém temos uma premissa semelhante ao modo bomba, precisamos invadir também uma locação, localizar o refém e eliminar os inimigos no caminho, porém dessa vez é necessário sair com o refém carregado, enquanto outro membro do nossa equipe nos da cobertura.
Esse é um dos diversos exemplos onde o trabalho em equipe se torna essencial. É possível notar como esse item é ainda mais efetivo no terceiro modo de jogo, o proteção de refém. Nesse, escolhemos um local dentro de uma locação e usamos as habilidades especiais de cada operador para nos fortificar e proteger o refém de ondas de inimigos que vão aumentando de dificuldade a cada round.
Alguns operadores tem a habilidade de colocar escudos reforçados no chão que servem de cobertura, outros plantam armadilhas explosivas nas portas e janelas, já alguns conseguem cobrir as paredes com reforços de metal impedindo a invasão das forças inimigas. Após eliminar todas as ondas, concluímos a missão e vencemos a partida.
Por último e não menos importante ou difícil, vem o modo que carrega o nome de caça-terrorista e tem o objetivo mais simples, que é invadir uma locação e eliminar todos os terroristas que nela se encontram. Apesar da falta de objetivos adicionais como nos demais, no nível de dificuldade alto é uma tarefa nada simples mesmo para um time de cinco pessoas.
De todos os modos disponíveis, desarmar bomba é com certeza o mais difícil, além de enfrentar diversos inimigos até chegar no local onde a bomba se encontra, ao plantar o desativador novos inimigos aparecem, todos na ofensiva afim de eliminar e cancelar a contagem do desativador. Esse é um ponto inclusive bastante questionado por muitos jogadores e inclusive por mim, pois esse respawn de novos inimigos parece ser um tanto desbalanceado e e injusto.
Mas seja qual for o modo de jogo, estar num grupo de no mínimo 3 pessoas é essencial, isso para manter um bom nível de entrosamento na equipe e contanto ainda que vocês manterão um bom contato com os demais membros para que todos possam se cobrir quando necessário. Por esse motivo, o uso de headsets se torna quase que obrigatório em Rainbow Six Siege. Apesar do jogo possuir um sistema de chat em texto, parar para escrever provavelmente pode (e com certeza vai), te matar no meio da missão.
As partidas multiplayer são jogadas em todos os modos citados mas uma das equipes assume o papel dos terroristas enquanto a outra age como a força antiterrorista. O que pode mudar é o tipo de material a ser protegido, podendo ser um agente químico ou um componente especial e não um refém ou bomba.
Os já citados operadores funcionam em Rainbow Six Siege como classes, cada um possui os itens básicos de uma força antiterrorismo como rifles de assalto, metralhadores, escopetas e pistolas, além de granadas. Eles se diferem em suas habilidades como o Sledge que consegue destruir superfícies e paredes num piscar de olhos, ou o Mute que como o nome sugere, é capaz de desabilitar a utilização de drones ou itens de detonação remota, bloqueando as comunicações do inimigo.
Atualmente Rainbow Six Siege possui dez operadores (divididos em ataque e defesa), disponíveis para desbloqueio dentro do jogo, são eles:
- Sledge está sempre pronto para abrir caminho com seu “martelão”
- Thermite é perito em demolições
- Ash possui uma arma com cargas explosivas
- Thatcher desabilita equipamentos eletrônicos usando uma granada EMP
- Twitch usa um drone que aplica choque nos inimigos e desativa armadilhas
- Castle instala barricadas Kevlar reforçadas
- Smoke solta uma grana de gás químico que elimina os inimigos
- Pulse determina a localização dos inimigos através de seus batimentos cardíacos
- Rook dá aos seus aliados uma armadura adicional contra o dano inimigo
- Mute desabilita o uso de drones e equipamentos eletrônicos
A Ubisoft já liberou um cronograma de atualizações para o jogo e nele incluem além de mais missões e cenários, novos operadores, de forças e países ainda não apresentadas no jogo.
Um fato curioso sobre Rainbow Six Siege é que ele tomou lugar de outro projeto da série, antes de anunciar Siege, a Ubisoft planejava lançar Rainbow 6: Patriots, que teria uma mecânica mais semelhante aos anteriores mas, em 2014 o projeto foi cancelado.
E como diria o provérbio, “há males que vêm para bem” e esse foi o caso de Rainbow 6: Patriots, que deu lugar para o desenvolvimento de Rainbow Six Siege que acabou se tornando um dos destaques de 2015 no gênero FPS já destronando alguns títulos como Battlefield 4 do cenário competitivo.
Nessa análise nem preciso citar sobre os gráficos e a jogabilidade do pois esses são impecáveis e acabam passando em branco em meio a tantas outras coisas boas e divertidas que o jogo apresenta. Mesmo rodando em um PC com configurações no mínimo, você não consegue notar falhas no visual, sempre rico em detalhes e com fator de destruição alto.
Todas as armas e equipamentos, assim como seu design e som são muito bem trabalhados e fiéis aos modelos reais. É possível ainda personalizar suas armas usando os pontos ganhos em partida, colocando itens de mira, recarregamento e skins personalizadas nas mesmas.
Rainbow Six Siege trouxe em 2015 paz de espírito para a Ubisoft, que corria o risco de ter em Assassin’s Creed Syndicate seu único “grande lançamento” no ano e que convenhamos, poderia ser um tiro no pé. Sendo um jogo leve, que rende horas de jogo entre amigos e entrou de cabeça no cenário competitivo, Rainbow Six Siege com certeza tem vida útil de no mínimo dois anos que pode ser estendida através de novas expansões.
Se você é fã de jogos do gênero tiro em primeira pessoa e estava esperando uma experiência mais tática e menos “correria” para reunir um grupo de cinco pessoas e derrotar uns terroristas (o que é sempre legal), Rainbow Six Siege é o seu jogo e na minha opinião, o melhor FPS de 2015.
Rainbow Six Siege foi lançado no PC, PlayStation 4 e Xbox One. Análise feita a partir de uma cópia da versão PS4 cedida pela assessoria de imprensa da Ubisoft Brasil.