Análise Silent Hill 2 (PlayStation 5)

Silent Hill 2 Remake é a versão que todos os fãs da franquia mereciam, contendo mais conteúdos e uma imersão audiovisual de tirar angustiante.

Em meus sonhos inquietos eu vejo esta cidade, Silent Hill.

Uma frase curta que ficou profundamente gravada na memória de qualquer pessoa que tenha jogado o game na versão de PlayStation 2, tal qual possuo até uma tatuagem com essa mesma frase em homenagem ao meu game de terror favorito.

Silent Hill é evidenciado até os dias de hoje por sua herança que encanta até mesmo quem nunca andou pelas ruas da cidade com seu controle em mãos. Além disso, existem diversos admiradores da franquia que muitas vezes vivenciam a aventura indiretamente: através de vídeos sobre teorias sobre James Sunderland e toda a história criada por Masahiro Ito.

O último jogo da franquia foi lançado em Março de 2012, intitulado como Silent Hill Downpour, e embora eu tenha gostado, o game não foi bem recebido pelos jogadores de longa data e muito menos pelos jogadores que estavam tendo seu sua primeira experiencia, e acabou se tornando uma franquia esquecida, até que em Agosto de 2014 é foi lançado uma demo jogável intitulada de PT com desenvolvimento da Konami e dirigida por ninguém menos que Hideo Kojima, criador da franquia Metal Gear, e boom ! A franquia estava sendo comentada em todas as redes sociais, conversa entre amigos pela excelente qualidade de gameplay entregada em uma demo que ao final descobriríamos que seria um novo Silent Hill dirigido por Hideo Kojima.

O nome Silent Hill saiu da densa neblina e voltou a todo vapor, sendo apreciado até por pessoas que não curtem o gênero, mas ficaram intrigadas com o que estavam vendo naquela pequena demonstração que é capaz de ser melhor até do que jogos lançados oficialmente, porém para a infelicidade dos fãs e dos novos que estavam por vir, P.T Silent Hills foi amaldiçoado e todo o projeto foi cancelado pela Konami, culminando até mesmo na saída do renomado Hideo Kojima.

Mas de uns tempos para cá a Konami resolveu reviver a franquia, anunciando diversos jogos e inclusive o remake de Silent Hill 2, que é o que vou contar agora!

É difícil falar de Silent Hill 2 sem dizer algumas palavras sobre a desastrosa campanha de marketing da Konami, a editora japonesa achou por bem publicar vídeos de gameplay de versões antigas em desenvolvimento sem avisar os jogadores, ou a equipe da Bloober Team.

Essa atitude gerou um primeiro contato sombrio com animações monótonas, efeitos de luz abaixo do esperado com inimigos lentos e movimentação robótica. Então, faça essa mistura de um erro grotesco da Konami, adicione algumas pitadas de fãs delirantes que nunca tocaram em Silent Hill e você terá um carrossel de polêmicas no final.

Porém, longe de sua imagem catastrófica, a Bloober Team continua sendo um pequeno time de desenvolvedores que muitas vezes falham, certamente na escrita, mas raramente erram na produção visual. Com o artista Masahiro Ito e o compositor Akira Yamaoka como reforços, não tivemos muitos motivos para pânico, nem para pensar que o original ficaria totalmente maculado…

Acontece que Silent Hill 2 tem inteligência para assumir plenamente seu status de remake . Se você reconhecer facilmente as sequências-chave da aventura (o hospital de Brookhaven, os encontros com Eddie ou Angela…), nosso corajoso James Sunderland descobre um Silent Hill que é estranhamente familiar e ao mesmo tempo tão diferente: certas lojas fecham, outras áreas se abrem à exploração… Tal como o nosso protagonista, que veio procurar a sua falecida esposa depois de receber dela uma estranha carta, temos a sensação de perseguir constantemente uma memória sem nunca conseguirmos agarrá-la entre os dedos.

Ótimo exemplo de integração ludonarrativa. Será que ousaríamos levar a intelectualização ao ponto de afirmar que esta é uma excelente afirmação metatextual sobre a própria natureza de um remake, ficou meio confuso mas vamos lá !

Interpretamos James Sunderland, e sua esposa Mary morreu de doença três anos antes. Mas recebemos uma carta pedindo para nos juntarmos em Silent Hill, no nosso “lugar especial”, como se toda essa dor tivesse sido apenas um sonho ruim… O que realmente podemos encontrar em Silent Hill ? No entanto, esta cidade está abandonada.

Obviamente, seus habitantes desapareceram durante a noite sem levar nada. Caminhamos pelas ruas entre sacos de lixo, janelas empoeiradas, as lavandarias cheias de roupa saturada de humidade e as grandes fendas nas ruas.

Ao mesmo tempo em que Silent Hill 2 conquistou o apoio do público por outro lado trouxe consigo diversos questionamentos técnicos, tais como: Uma boa parte de desleixo na primeira gameplay mostrada e os problemas técnicos que reforçaram muito a sensação de irrealidade na atual geração de consoles, com rostos inexpressivos e movimentações estranhas’, porém a Bloober Team teve que vir a público acalmar os fãs, informando que o produto final estaria bem fiel ao original, e coube a nós acreditar ou não.

Durante sua jornada moderna, James encontra as mesmas figuras icônicas, Angela e suas tendências suicidas, Eddie e seu desconforto perpétuo, a jovem Laura perdida entre as ruínas da cidade e finalmente, Maria, atraente e sedutora que se parece exatamente com Mary.

Bloober Team entendeu que esses personagens eram mais fortes do que qualquer coisa. Se o velho James Sunderland se destacava principalmente pela sua aparência abatida, o novo James parece exausto pela vida, completamente esmagado pelos acontecimentos, e principalmente sem fôlego emocional.

O ator Luke Roberts apresenta uma performance vocal bastante realista, pontuada por hesitações e gagueiras que agregam a James uma imersão mais realista do personagem, porém sem nunca revelar muito sobre a profundidade de seus pensamentos.

Este papel é desempenhado pela animação facial. Preste muita atenção e você verá regularmente micro emoções no rosto de James. Um tremor nos lábios, um olhar furtivo para o lado ou um sorriso cheio de desconforto e isso é feito de uma forma magistral.

Se existem grandes diferenças de interpretação neste novo paradigma, esta releitura de James Sunderland é inteiramente bem trabalhada, dando um novo olhar sobre este protagonista tão atípico.

Além disso, os demais integrantes do elenco não ficam de fora. Podemos citar com destaque Maria, que permanece sempre tão sedutora, independente do desaparecimento de seu top curto.

De todas as personagens, Ângela é sem dúvida a que menos mudou vocalmente, já que a sua dicção geralmente monótona relembra os dias frios de Novembro de 2001 em perfeito distanciamento do mundo real. Mas devemos também lembrar de Eddie que foi muito bem reinventado para se tornar absolutamente perturbador, como se vê nos vários trailers, com um olhar azul penetrante nessa nova versão, ele consegue ser mais perturbador se compararmos a obra original.

Algo que eu tinha em mente desde o anuncio do remake era se a atmosfera pesada e perturbadora iria permanecer, e sim, isso eu pude ver constantemente nessa nova versão. A equipe de desenvolvedores conseguiram não só manter a essência do peso que carrega a cidade Silent Hill, como novos sons aleatórios que geram desconforto a cada passo que damos.

Devo admitir que Silent Hill 2 é menos sólido que o seu antecessor, mas nada muito distante, os seus destaques são intercalados com sequências de fotorrealismo do Unreal Engine 5 onde conseguiram elevar o grau de qualidade a um nível muito superior ao seu game de terror psicológico The Medium.

Para quem quer uma sensação mais pesada ainda, em configurações existe um filtro opcional que nos conecta direto aos jogos de terror dos anos 2000 e isso ajuda muito a se reconectar com o game original, porém perdemos muitos detalhes do jogo que merecem ser vistos, talvez fazer o uso dessa opção fica para um New Game +.

Uma das coisas que eu também queria muito sentir nessa versão é a sensação de vazio que muitas vezes apoiada pela música, ou melhor, pela ausência de música, quando cai um silêncio bizarro, a ansiedade aumenta, por medo de que o algo surja repentinamente, e sim, eu senti a nostalgia que tive da primeira vez, que é o famoso “preciso avançar, mas será que devo?”

Silent Hill 2 não precisa de nenhum JumpScare pra te causar desconforto, a ambientação do jogo e o próprio cenário já causam essa sensação sem precisar forçar a barra como vi em Alan Wake 2, não que isso seja ruim, mas achei que vale a pena mencionar.

Joguei a versão de PlayStation 5, e a otimização técnica é muito boa em alguns momentos e outros eu posso dizer que é mediano, e começa desde os primeiros minutos ,desde que a nossa pequena caminhada na floresta, mesmo com o modo “performance” ativado, mirar a câmera da esquerda para a direita não é exatamente suave como deveria ser e 60 quadros por segundo nem sempre são mantidos, mas dito isso acabei optando pelo modo gráfico para aproveitar mais dos detalhes da cidade.

Um parabéns é valido para a equipe de desenvolvimento pelo fato de conseguirem impressionar o uso inteligente da nevoa, especialmente durante momentos de ventania onde os resíduos voam de forma caótica.

Mas como nem tudo é perfeito, um pequeno detalhe podia ser melhorado em algumas partes, onde estamos de frente para um nevoeiro, vamos em direção a ele e a visão em um pequeno raio fica bem nítida. Eles poderiam ter aproximado mais o nevoeiro do nosso personagem, o que causaria ainda mais tensão ao game em diversos momentos, principalmente os iniciais, mas como falei acima, sobre o momento da ventania, acho que pode ter sido proposital.

Tantos parágrafos e acabei falando pouco sobre a gameplay, talvez a animação de estar fazendo a análise de um jogo que sou fã e querer contar exatamente tudo o que senti? Então vamos sair dessa um pouco dessa pirâmide e falar mais da gameplay repaginada de Silent Hill 2.

O game original ficou conhecido por sua atmosfera particular, porem uma gameplay um pouco agarrada que fomos meio que obrigados a nos adaptar do que ela vir prontamente acessível aos gamers.

Acontece que Silent Hill 2 reformulou significativamente os ataques corpo a corpo. Não é mais possível massacrar os inimigos com tábuas ou canos sem que eles reajam: agora é preciso ficar atento à resposta deles e esquivar no momento certo, o que torna a luta mais dinâmica e totalmente interessante, pois nos anos 2000 eu só enfrentava os inimigos quando realmente era necessário, de resto eu fugia, pois, com o passar do tempo ia ficando cada vez mais cansativo, pois os inimigos não dropam absolutamente nada e então as vezes era melhor optar pela fuga do que o combate.

O design sonoro é espetacular, com impactos brutais na carne ou na porcelana, bem como os gritos de esforço de James que quebra e pisoteia os inimigos com toda a raiva de um depressivo quarentão que se recusa visitar um psiquiatra.

Infelizmente a sensação sombria não é apenas na cidade como um todo, e apesar dos comentários massivos compartilhados durante as prévias mostradas antes do lançamento do game, parece que a Bloober Team não melhorou as sensações da arma, pois pude perceber que elas continuam suaves como havia visto anteriormente nos trailers e isso me deixou um pouco frustrado.

Mas a eficácia das armas melhorou bastante, como atirar nos joelhos dos monstros força-os a agachar-se, o que torna muito fácil matá-los com um ou dois tiros ou simplesmente atirar para que agachem e usar a madeira rapidamente para economizar munição

Da mesma forma, a espingarda derruba qualquer um no chão e o rifle causa danos severos, tanto que a dificuldade acaba sendo tranquila na maioria das lutas.

Este é um grande ponto fraco de Silent Hill 2, enquanto o original não hesitou em deixar os recursos escassos a Bloober Team oferece tanto cuidado e munição no remake que as vezes senti que estava jogando com Leon S. Kennedy em Resident Evil 4.

Essa facilidade excessiva se estende aos quebra-cabeças (joguei na dificuldade normal), que às vezes exigem que você recupere uma peça localizada na sala ao lado, ou simplesmente leia números escritos em letras maiúsculas em qualquer documento para obter um código, mas sem fugir dos puzzles originais em forma de poemas que precisam ser desvendados.

Se as lutas contra chefes eram bastante imperfeitas no original, como o horrível Flesh Lips no hospital que poderia te executar com um único golpe, a Bloober Team brilha com suas novas ideias, que revisitam cada chefe em profundidade para oferecer diversas fases em cada confronto.

A encenação é completamente reformulada, as arenas são reconstruídas e, em geral, é menos doloroso (até excitante!) enfrentar estas horríveis criaturas psicossexuais à medida que avançamos, embora estes permaneçam como uma espécie de “esponja de danos” compensado pela abundância de munições em modo normal, no fim das contas, tudo flui muito bem.

Outro ponto positivo do jogo é a qualidade gráfica e caprichos na cidade de Silent Hill, mesmo em meio ao nevoeiro que pode ser usado como uma forma de camuflar certas partes do cenário, a Bloober Team não usou desse artificio e deixou tudo muito bem detalhado ao ponto de eu não ter encontrado nenhuma área feito de qualquer maneira, até mesmo em alguns momentos onde podemos enxergar partes mais distantes, como no Hotel Lakeview por exemplo.

A outra dimensão em Silent Hill é outro ponto positivo por parte da desenvolvedora que soube explorar bem a parte mais macabra do game sem perder a qualidade vista quando estamos na cidade. A pouca iluminação misturada com um cenário avermelhado muito bem trabalhado e construído, com detalhes em todos os locais acessíveis gera uma sensação de desconforto com um mix de “nossa, isso tá lindo demais!”.

Desde os papeis de parede rasgados das salas do hotel, estantes com livros e objetos, o visual perfeito do hospital, passagem entre as paredes com detalhes de destruição, rastros de sangue no chão, carpetes desarrumados, lixos espalhados por diversos lugares, entrada de luz pelas janelas são inseridos com todo o cuidado para parecer o mais realista possível.

Obvio por se tratar de um remake em pleno 2024, essas adições não são nada excepcionais, pois é justamente o que eu queria ver, mas se voltarmos ao inicio desta análise, eu menciono o medo do que poderia estar por vir, visto o que a Konami vem fazendo nos últimos anos e principalmente anunciando os primeiros trailers de Silent Hill que mais dava uma sensação de que o jogo não seria bem aceito do que o contrário, mas tá la, tudo quase perfeito em seu devido lugar.

Outra coisa que vale destacar é menu do game no qual fizeram questão de manter o máximo possível o visual do original, diferente dos ultimos remakes de Resident Evil que priorizaram o menu do Resident Evil 7, posso dizer que Silent Hill permanece seguindo suas raízes.

Muitos jogos podem ser bons por diversos fatores, mas quando a musica é alinhada com a gameplay, tudo se torna mágico e memorável, posso citar aqui diversos jogos que só de ouvir um trecho da música já somos levados a nostalgia, e cá estamos novamente com Akira Yamaoka, que revisita suas antigas partituras com evidente prazer.

Sua nova orquestração de Promise é uma excelente modernização, enquanto a versão atualizada de Theme of Laura não me convenceu tanto, além dessas duas faixas icônicas, Silent Hill 2 ainda é embalado por camadas sonoras pesadas, sujas e tensas, cujas texturas não mudaram em nada desde o PlayStation 2.

Encontramos exatamente a mesma estranheza do jogo original, esses tipos de suspiros eletrônicos crescentes que sem dúvida pertencem ao início dos anos 2000, Yamaoka contrasta esses ambientes com partituras muito mais agressivas, quase barulhentas, muitas vezes envolvendo muito metal enferrujado e percussão, até mesmo uivos e gritos. E de repente vem um silêncio ainda mais desconcertante quando envolve o universo do game.

Além disso, o design de som é sensacional quando se trata de nos fazer temer uma ameaça invisível no escuro, com sons de patas ou arranhões perturbadores no chão e o chiado do rádio que sai som tanto da tv quanto do DualSense, isso tudo mexe demais com a imaginação, onde o game ganha uma autonomia imensa e se torna mais imersivo caso jogue com fones de ouvido.

E por falar em DualSense, o game faz bom uso do controle, seja nas luzes indicando a vida de James, no som do rádio que é perturbador ouvir diretamente pelo autofalante do controle, vibrações estranhas em certos lugares onde fiquei alguns minutos procurando algo e não achei absolutamente nada, e até mesmo coisas mais sutis como gotas de chuva, ou seja, todas essas adições favorecem ainda mais para uma imersão mais profunda, perturbadora que pode te gerar desconforto e talvez a imersão final do game.

A campanha principal dura mais ou menos umas quinze horas se você reservar um tempo para vasculhar todos os cantos e mergulhar na atmosfera muito especial de Silent Hill 2.

A Bloober Team nos incentiva imediatamente a jogar o modo New Game + para encontrar os oito finais diferentes e coletar os itens exclusivos. É bom ver que o estúdio mantém esta velha tradição do jogo de terror revogável .

Bem antes de começar a jogar, o estúdio incentiva o ajuste da nossa experiência de acordo com nossa particularidade, entre vários modos para daltónicos ou ajustes na interface. Por exemplo, você pode optar por ter um retículo grande ou nada, grandes botões de interação ou nada, um modo “contraste” que ilumina os vários elementos importantes da tela e por fim, indicadores visuais para substituir os sons do rádio. Não conseguindo destronar o original, esta versão de Silent Hill 2 é, em muitos aspectos é uma carta de amor aos fãs da franquia.

Conclusão

Me diz aí, quem teria acreditado que a Bloober Team finalmente consegue afastar o azar como havia prometido aos fãs.

Silent Hill 2 é uma releitura muito bem elaborada da obra original que surpreende pela sensibilidade de seus atores e pela impressionante qualidade de suas animações faciais. Porque sim, se amamos Silent Hill, é antes de mais nada pelo aspecto psicológico por trás de tudo que está sendo mostrado ali aos nossos olhos, pelo nosso apego aos personagens, que conforme amadurecemos, parecem tão próximas de nós do que quando jogamos na adolescência onde essas questões emocionais jamais passavam pelas nossas cabeças, e Silent Hill era apenas um jogo de terro e pronto.

Se os verdadeiros fãs da franquia encontrarem falhas na atmosfera de certas cenas, ou na facilidade de gameplay em comparação a obra original, a verdade é que esta nova viagem ao coração do terror tem o cuidado de renovar cada sequência com novas ideias para justificar a sua própria existência. Uma interessante obra complementar que nem sempre se iguala ao seu antecessor, mas se aproxima muito bem do que gostaríamos de ver sem envergonhar, muito pelo contrário, honraram muito bem um dos maiores jogos, se não o maior jogo de terror de todos os tempos…


Jogamos Silent Hill 2 graças aos nossos parceiros da Nuuvem e você pode adquirir o game com eles clicando aqui.  O título está disponível para PlayStation 5 e PC.