Análise The Messenger (PlayStation 4)
O Playstation 4 finalmente recebe um dos melhores jogos de plataforma dos últimos anos, o excelente The Messenger.
Quando finalmente joguei Shovel Knight em 2017, eu entrei numa busca enlouquecida por jogos de plataforma que suprissem a necessidade que eu tinha por nostalgia. Fiquei obcecado quando vi o trailer de um jogo que tinha todos tudo o que eu estava procurando e uma qualidade a mais: o herói era um Ninja! Estou falando de The Messenger, excelente jogo de ação/plataforma lançado primeiramente para PC e Nintendo Switch e que agora recebe sua versão para PlayStation 4.
Tudo começa com um ninja aprendiz cansado das lições do mestre e do seu dever: proteger o templo de um ataque profetizado há séculos. Para o azar do nosso ninja, o dia do desastre finalmente chegou e apenas ele e seu mestre sobrevivem, salvos pelo Herói Ocidental que o entrega um pergaminho e lhe dá a missão levá-lo até o topo de uma montanha. Assim nasce nosso herói, O Mensageiro, que mesmo sem ter completado seu treinamento, precisa cruzar o mundo todo para cumprir sua missão.
A Montanha Mágica
Durante a jornada, o Mensageiro passará por uma dezena de áreas temáticas distintas, como já é comum nos jogos de plataforma e também irá desbloquear habilidades para prosseguir. Mas a principal delas, chamada de cloud step, tem uma característica única. Diferentemente de um pulo duplo convencional, o Mensageiro irá poder saltar mais uma vez sempre que conseguir acertar inimigos ou projéteis com sua espada. Isso faz com que seja possível, permanecer no ar por longos períodos, caso o jogador calcule os golpes de forma precisa. Outros “poderes” também são adquiridos com o avanço, e sempre se complementam ao cloud step pra que o Mensageiro tenha cada vez mais agilidade na travessia dos cenários – itens colecionáveis irão requerer bastante habilidade para serem obtidos, por exemplo.
Como seguir sozinho é perigoso, nosso herói irá contar com a ajuda de um vendedor. Um personagem misterioso e perspicaz que não apenas vende melhorias para o Mensageiro mas também nos conta a história desse mundo, além de roubar a cena contando parábolas e fábulas divertidíssimas para o Mensageiro. Esse personagem compõe o núcleo de um conceito que irá se tornar muito importante durante a campanha, uma surpresa sutil que não só mudará parte da estrutura do jogo como a percepção que temos dos acontecimentos nele: viagem no tempo.
De Volta para o Futuro
Eu adoraria que esse fosse um segredo pro jogador descobrir sozinho mas o próprio trailer do lançamento fez questão de mostrar que o Mensageiro completará sua jornada em duas linhas do tempo distintas: o presente em que começamos a aventura e o futuro – 500 anos mais pra frente e o modo como o jogo executa essa transição é nada abaixo de espetacular. A jogada mais impressionante é uma meta transformação em que o jogo avança e retrocede entre 8 e 16 bits para simbolizar a transição de época. Uma bela “surpresa” pra quem começou o jogo esperando que fosse apenas mais um sidescroller de plataforma com chefe no final da fases.
Os chefes, aliás, têm por vezes motivações próprias além de servir ao vilão principal e alguns irão ajudar o Mensageiro, normalmente após diálogos bem humorados em que essas razões são reveladas. Esses aliados irão facilitar o acesso a algumas áreas que certamente poderão ser revistadas por quem estiver interessado em coletar todos os itens secretos do jogo. É bem legal como o estúdio Sabotage teve o cuidado de amarrar esses elementos de jogabilidade e história de forma orgânica.
The Messenger me pegou desde a primeira fase e se eu não tivesse sido fisgado ali, certamente seria quando ele mostra todos os truques que tem na manga. Uma experiência de plataforma clássica surpreendente e ao mesmo tempo inovadora. Pra quem estava buscando nostalgia, eu saí mais do que satisfeito.
The Messenger receberá, ainda esse ano uma DLC gratuita, já anunciada pelo estúdio. Abaixo, o trailer: