Análise Thief (2014)
Nessa análise do jogo Thief (2014), você saberá qual é a sensação de jogá-lo sem spoilers que estragam o final, se você nunca jogou, irá pensar duas vezes após ler este texto.
Confira no texto abaixo uma análise do reboot do jogo Thief lançado em 2014, ele é o quarto jogo da série e conta uma história diferente do original lançado nos anos 90.
Em Thief você joga em primeira pessoa e tem um mundo medieval para explorar e roubar. O visual do jogo em geral é bem obscuro e com gráficos nítidos, mais do que a aparência, Thief é um jogo que se destaca pela sonoridade.
No silêncio da noite, cada pisada em uma poça de água ou em cacos de vidro podem chamar a atenção que você não gostaria de chamar, o início do jogo já é cheio de ação junto com o tutorial introdutório que vem junto com a história, nele você aprende como funciona a dinâmica do ambiente, como o fato dos animais fazerem barulho quando um estranho se aproxima, porém no início você provavelmente irá sentir a necessidade de olhar constantemente nas opções do jogo para saber movimentos básicos do seu personagem que não são revelados ou quando revelados já são esquecidos facilmente.
O personagem principal, Garrett, busca por respostas praticamente o jogo inteiro e talvez nem todas elas sejam explicadas, sendo um jogo de mundo aberto, há diversas missões opcionais à história principal para serem realizadas, algumas com temas variados e personagens e situações muito divertidas.
Um exemplo de história alternativa muito engraçada, foi quando Garrett seguiu um bêbado para saber onde é o esconderijo de seu grupo, no caminho ele parava para conversar e você tinha que fazer algo para que ele continuasse sem se distrair, entre as estratégias para evitar a conversa fiada, Garrett ativou uma armadilha para jogar uma moça na água, o bêbado não notou o que aconteceu e continuou o caminho.
O interessante é que você tem a liberdade para escolher como irá jogar, você pode ser mais furtivo, aliás o jogo é recomendado para ser jogado assim, mas você também pode agir de forma mais agressiva, escolhendo esse caminho vai exigir que você gaste mais ouro e melhore suas habilidades para combate e defesa que originalmente não é o forte do personagem.
Em Thief nem sempre há somente uma entrada ou forma de atingir um objetivo. E quando você pensa que as missões e histórias estão repetitivas demais, você é obrigado a vasculhar um sanatório abandonado e é nesse momento que os efeitos sonoros brilham no jogo, diferente das outras missões, você está isolado, você não precisa se esconder de ninguém, mas algo está errado e o som daquele lugar lhe dá pistas disso, quando você acha que está seguro, algo não humano aparece e mesmo sabendo que você está sozinho no prédio, você anda com desconfiança e medo.
Um momento muito perturbador na parte do sanatório é quando Garrett abre as celas de pacientes através de seu sistema de trava automático, o som transmitido dela é aterrorizante, uma a uma as portas vão se abrindo e você sabe que dentro delas há algo e o som vai ficando cada vez mais alto quando as portas perto de você começam a abrir.
De maneira geral o jogo se adequa para vários tipos de jogadores, aqueles que querem algo mais fácil podem jogar no modo fácil e fazer somente o necessário para completar a história, para aqueles que gostam de desafios, Thief é o jogo perfeito, a cada fase você é premiado com ouro por realizar certas tarefas e todas elas podem ser feitas de forma diferente, no final delas é mostrado o seu estilo, se você escolheu passar despercebido, se escolheu usar o ambiente ao seu favor ou partir para o ataque direto.
Apesar de ter uma opção mais fácil, Thief é um jogo que exige exploração de ambiente, você muita das vezes ficará vários minutos tentando chegar a um lugar ou alcançar um objetivo por não saber onde ir, analisar os detalhes do ambiente é muito importante nesse jogo que exige uma certa quantidade de paciência neste aspecto.
Durante o jogo você pode ir a determinados lugares da cidade e escolher refazer missões anteriormente passadas, o mesmo pode ser feito após zerar o jogo quando você já terá completado todas missões da história.
Às vezes é interessante salvar o jogo manualmente, principalmente antes de entrar em situações claramente perigosas, Thief conta com um sistema de salvamento automático, mas nem sempre ele salva quando você gostaria e minutos importantes são perdidos quando você percebe que tem de jogar novamente por ter morrido.
Jogar Thief foi uma ótima experiência, a movimentação do personagem é muito bem-feita e responsiva, a história é cercada de mistérios, a variedade de opções ao alcance do seu personagem é muito boa, desde os equipamentos de distração até mesmo ao desarmamento de armadilhas e arrombamentos de portas, o som do jogo é marcante e tudo isso faz dele um jogo imperdível, daqueles que você irá querer jogar mesmo depois de tê-lo completado.
Essa análise de Thief foi realizada com a versão da Steam (PC).