Preview Mandragora: Whispers of the Witch Tree (PC)

Mandragora é promissor e surpreende por uma narrativa profunda, que supera sua simplicidade inicial, ainda que tropece em outros pontos.

Mandragora Whispers of the Witch Tree

Não há dúvidas de que, nos últimos anos, o gênero de games que mais influenciou a indústria foi o “soulslike”. O formato criado pela desenvolvedora japonesa From Software, além de inspirar dezenas de jogos atuais com sua fórmula, ditou a regra de combate em RPGs focados em ação. Porém, seu poder de influência foi tão grande que chegou até mesmo ao gênero metroidvania.

Hoje, existe uma quantidade imensa de jogos que unem os dois formatos, os quais, com o passar dos anos, vêm evoluindo e criando títulos cada vez mais marcantes.

E não é diferente em Mandragora: Whispers of the Witch Tree, que está programado para ser lançado em 17 de abril deste ano para os consoles de nova geração e também para PC. O intuito do game é oferecer um sistema robusto, embora de dinâmica simples, com grande foco em combate e narrativa.

E graças à equipe da Primal Game Studio, nós, do Conversa de Sofá, tivemos a chance de testar uma parte do jogo, e contarei para você o que achei do game até agora.

Mandragora Whispers of the Witch Tree

Um mundo à beira da extinção

De maneira surpreendente, Mandragora é um jogo com bastante foco em narrativa. Logo em seu início, somos guiados por diálogos densos que nos mostram a profundidade daquele mundo, e onde entendemos qual é a missão do nosso personagem.

A trama nos revela que o mundo de Faelduum luta pela sobrevivência, já que sofre com ataques constantes de monstros que vêm não somente matando a população, mas também destruindo os recursos de toda a região.

Conforme damos prosseguimento à narrativa, também de forma surpreendente, vamos encontrando diversos personagens pelo mundo, que nos contam como lidam com a triste realidade daquele povo. Muitos desses personagens nos oferecem missões secundárias que rendem itens especiais como recompensa.

Destaco o cuidado que o time de desenvolvimento teve, pois, em cada conversa, um belo desenho do personagem preenche a tela, deixando tudo interativo e mais intuitivo para captar a atenção. Mas, melhor que isso, é a ótima dublagem, que está sublime.

Mandragora Whispers of the Witch Tree

Entretanto, ainda nesse aspecto, aproveito para deixar uma pequena crítica. Como mencionei, o jogo apresenta muitos personagens ao longo deste pequeno trecho do preview, o que, para mim, atrapalhou o fluxo do jogo. Afinal de contas, no início é quando estamos entendendo a dinâmica do combate, mas o jogo parece tão ansioso para mostrar sua densidade que acaba se perdendo no ritmo, enchendo o jogador de caminhos que, pelo menos para mim, mais atrapalharam do que ajudaram.

De resto, como em todo jogo “souls”, a dinâmica é idêntica. Há fogueiras espalhadas pelo mundo que servem como “savepoints”, mas também como locais para subir de nível e preencher os itens de cura. Contudo, isso faz com que todos os inimigos sejam revividos.

Combate: seu ponto mais forte

Não é novidade que o foco de todo soulslike seja o combate. Claro que essa obviedade não faz com que todo jogo do gênero se torne bom, longe disso, mas Mandragora entende esse ponto e se esforça muito para criar algo divertido, que desperte no jogador a vontade de jogar.

Como mencionei, isso é apenas um preview, mas, pelo pouco que testei, achei o combate interessante. Talvez um pouco simples demais, sem muita profundidade, o que pode causar certo cansaço ao longo da jogatina. Ainda assim, sinto que há potencial para melhorar.

Whispers of the Witch Tree

Digo isso porque o jogo conta com uma enorme árvore de habilidades, que pode, com a evolução do personagem, adicionar profundidade ao combate.

O game conta com seis classes, mas, neste preview, somente três estavam disponíveis para teste. São elas:

  • Vanguard: personagem que pode empunhar espadas e escudos.
  • Spellbinder: guerreiro inquisidor misterioso, capaz de controlar magias.
  • Nightshade: guerreiro que usa adagas envenenadas para atacar seus inimigos.

Joguei como Vanguard, que é o clássico guerreiro, o tipo de classe que gosto de usar. A experiência foi bem similar à de outros jogos do gênero.

Personagem e classes

E, claro, como em todo soulslike, é preciso falar das lutas contra chefes. Até onde joguei, gostei dessas batalhas. Podem parecer simples para quem assiste, mas achei desafiadoras na medida certa. E, novamente, há potencial para melhorar.

Aspectos técnicos

Em minha experiência, considerando que se trata de uma versão ainda não finalizada do jogo, é surpreendente que não enfrentei problemas técnicos durante o teste. O jogo é muito bonito, e sua direção de arte contribui bastante para sua beleza. Ao longo da jornada, não encontrei nenhum bug, seja de progresso ou técnico, e sua performance foi perfeita.

Um ponto importante, principalmente para um jogo denso em história como este: durante o teste, o game estava em inglês. Contudo, foi confirmado pela empresa e pela loja Steam que, no lançamento, ele contará com localização em Português do Brasil.

Textos em inglês com promessa de lançamento em português

MetroidSouls promissor

Apesar de não empolgar tanto em suas primeiras horas e até se atrapalhar com a dinâmica de apresentação, Mandragora: Whispers of the Witch consegue superar seus tropeços com um belo mundo, combate promissor e uma história profunda.

Embora este formato esteja bastante saturado no mercado atualmente, ainda há espaço para novas entradas no gênero sinto que Mandragora: Whispers of the Witch tem potencial para se destacar.

Mandragora


A análise de Mandragora: Whispers of the Witch só foi possível graças a uma cópia gentilmente cedida pela assessoria de imprensa do game. O jogo será lançado para PC (Steam, Epic Game Store), PlayStation 5, Xbox Series X|S, Nintendo Switch